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A podridão moral do MBL

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Até as maiores desgraças guardam as melhores ironias. A ‘derrota’ do voto impresso – pauta suplicada pela população em grandes manifestações – na comissão que analisava a proposta nos trouxe uma: defensores históricos da ideia mudaram de posição. Os deputados Paulo Ganime (NOVO-RJ) e Kim Kataguiri (DEM-SP) são os protagonistas dessa peripécia.

Ambos podem argumentar o quanto quiserem, mas a mudança de posição tem um único motivo: a defesa do presidente Bolsonaro pela pauta.

A direita menchevique – conglomerado de movimentos e indivíduos que jogaram no lixo seus ideais por rejeição estética ao bolsonarismo – nunca escondeu a frustração por não capitalizar sozinha o eleitorado liberal e conservador, restando os ataques insanos à base de apoio do presidente na tentativa de conquistar tal façanha.

Dentre esses movimentos, o MBL ocupa papel de destaque. Tanto pelo giro de 180 graus nas posições quanto na podridão moral.

O sr. Renan dos Santos, cacique do mesmo, brindou-nos com uma amostra grátis do veneno menchevique. Disse em vídeo que os portais que foram alvos da CPI da COVID disseminaram fake news e com isso provocaram milhares de mortes na pandemia. Também demonstrou todo a sua desfaçatez ao tachar de “bando de velho maluco” os manifestantes que pediam a implementação do voto impresso – algo semelhante foi dito por outro direitista menchevique, o sr. Alexandre Borges.

Quero dizer ao sr. Renan que não há uma única notícia falsa veiculada por tais veículos. Fui colunista do Renova Mídia e escrevo para o Conexão Política e este Jornal da Cidade Online, portais atingidos pela sanha totalitária dos engravatados. Em todos eles o esmero com a notícia é marca registrada, fato que justifica o grande público de ambos. Dizer que essa mídia independente publica fake news é repetir mecanicamente o chavão número um dos idiotas adestrados.

Quem vai definir o que é verdade ou não? É o parlamentar desejoso de calar os eleitores mais atentos aos seus passos? É o jornalista da grande mídia preocupado com o crescimento do jornalismo conservador? Parece-me bastante óbvio que não. O sr. Renan sabe disso, e se ainda assim aponta o dedo para os portais acossados da vez, faz por pura desonestidade.

Não deixa de ser irônico que tanto ele quanto o MBL foram acusados precisamente disso, com a postura de ambos sendo outra. Em 2018 o Facebook removeu a página oficial do MBL com a desculpa do combate à desinformação – quando era censura politicamente motivada e nada mais. O sr. Fernando Holiday falou em censura e medida autoritária. Pois bem, quando o Twitter baniu o perfil do ex-presidente americano Donald Trump, o mesmo Holiday justificou a atitude alegando o respeito aos termos de contrato de uma empresa privada. A mudança de postura com o condicionante do alvo é reveladora.

Quanto ao sr. Renan, ele já foi processado certa vez – e perdeu. O jornalista José Roberto Burnier, da GloboNews, ganhou dele uma indenização de R$ 45,4 mil. Motivo: uma publicação na página do MBL, que mostrava Burnier como uma garota de programa oferecendo serviços para Dilma. Além disso, Renan chamou o jornalista de canalha. Em sua defesa, ele alegou que não cometeu ofensa e sim “seu direito constitucional de livre exercício do pensamento e de crítica”. Garantismo para mim, censura ilegal para você.

Esta é a marca do MBL e da direita menchevique: o duplo padrão. Quando interessa, as pautas liberais e conservadoras são guias indispensáveis, mas se a defesa delas não é conveniente para os objetivos do grupo, elas são totalmente descartáveis. O sr. Renan hoje joga pedras no Centrão, mas em 2019 defendeu a composição do governo Bolsonaro com o mesmo grupo de parlamentares. Sempre a conveniência moldando as tomadas de posições.

Aliás, os membros do MBL falam em ‘’bolsopetismo’’ para tentar estabelecer uma similaridade entre o presidente Bolsonaro e o PT, mas são eles que estiveram e estão de mãos dadas com a esquerda em inúmeras oportunidades. Os mencheviques do movimento apresentaram um pedido de impeachment de Bolsonaro, votaram contra a privatização da Eletrobras e o voto impresso. Em todas essas ocasiões estavam do lado das esquerdas. Qual a moral para chamar alguém de bolsopetista?

Ao escolherem colocar o antibolsonarismo acima de qualquer coisa, o MBL atraiu para si o ódio da direita, a única corrente que o dava alguma sustentação. Contando com a tradicional antipatia das esquerdas, o movimento derreteu em absolutamente tudo. E era mais do que previsível. Não conheço as razões para tal postura ter sido adotada e nem quero especular sobre elas. Mas o fato é que o MBL cometeu um erro e continua sofrendo as consequências.

Já o sr. Renan, bom, esse é mais um menchevique desprezível que algum dia posou como direitista. Debochar dos idosos que manifestaram sua posição legítima, atacar gratuitamente o jornalista Luís Ernesto Lacombe e chamar os bolsonaristas de ‘’gado’’ é postura de moleque – e moleque burro. Ele é o símbolo desse movimento moribundo.

Querem nos calar!

O Jornal da Cidade Online está sofrendo ataques escancarados das “velhas raposas” da política, através da malfadada CPI, comandada por figuras nefastas como Aziz, Renan e Randolfe.

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Carlos Júnior

Jornalista

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