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Mentores da direita permitida: A hegemonia traiçoeira da esquerda

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Não tenho mais a mínima paciência para acompanhar os trabalhos da CPI da COVID. Nem eu, nem você e nem qualquer pessoa com sanidade mental. Mas como ignorar algo que retrata perfeitamente a miséria nacional em seu estado mais puro? É simplesmente impossível.

A fala da senadora Soraya Thronicke (PSL-MS) não pode passar em branco. Ao tratar o empresário Otávio Fakhoury como deplorable – tal como fez Hillary Clinton com os eleitores de Donald Trump em 2016 – e distanciá-lo da direita ‘’civilizada’’, ela fez mais do que tentar assassinar a reputação de um homem honrado. Ela apontou o dedo na cara de uma parcela considerável da população brasileira, e exemplificou o fenômeno da ‘’direita permitida’’.

Outro exemplo do fenômeno foi dado por ninguém mais ninguém menos que o ex-presidente Lula. Em um tuíte recente, ele falou que o PSDB costumava fazer uma campanha civilizada, em oposição ao ‘’troglodita Bolsonaro’’. Ou seja, com os tucanos a brincadeira era boa, mas Bolsonaro estragou tudo por não saber brincar. Quando o PT tinha o monopólio da sujeira e utilizava para derrotar seus inimigos, não tinha problema nenhum. O problema é agora que a direita utiliza a mesma virulência para devolver tardiamente os ataques da esgotosfera.

Mas o que é de fato a tal direita permitida – e por que ela é tão importante para a esquerda manter a hegemonia necessária para ter o poder absoluto?

A ideia consiste em demarcar o campo político em opções aceitáveis e deixar de fora as indesejadas. E quem fará o trabalho de definir quem pode existir como posição legítima? Muito simples: quem tem a hegemonia de pensamento, os instrumentos disponíveis para se fazer obedecido e os canais necessários ao estabelecimento da própria hegemonia. Desde a contracultura dos anos 1960 o Ocidente presenciou uma tomada da cultura pela esquerda – principalmente daquela orientada pelos ditames da Escola de Frankfurt – que resultou no (quase) desaparecimento do conservadorismo da vida pública. Não por acaso a Europa virou o reino do multiculturalismo, chegando ao ponto do Tratado Constitucional da União Europeia banir qualquer referência ao passado cristão do velho mundo.

Em terras tupiniquins a esquerda trinfou seguindo as orientações de Antonio Gramsci – processo explicado por mim no último artigo desta coluna. Não há uma Universidade, um veículo da grande mídia ou qualquer entidade ligada à Igreja Católica que não repita o besteirol produzido pela intelligentsia a respeito de todos os assuntos possíveis. Quem faz parte dos grupos supracitados e comete o sacrilégio de desobedecer ao cânone esquerdista sofre a perseguição implacável que serve de aviso aos demais integrantes. É a Espiral do Silêncio: ideias malquistas pelo mainstream são varridas para debaixo do tapete, e seus entusiastas pensarão duas vezes antes de proclamá-las em público.

É justamente o que víamos no Brasil nas últimas décadas. Debilitada de todas as maneiras, a direita foi encolhendo até virar uma completa esquisitice, quando não um xingamento. Chegou-se ao cúmulo de tratar o antigo PFL ou mesmo a social democracia tucana como o suprassumo do direitismo – prova inequívoca do triunfo esquerdista nos campos mais decisivos da vida pública. Tal situação mudou apenas na última década com a onda dessa nova direita que começou na Europa e nos EUA, vindo parar no Brasil com o fenômeno Bolsonaro.

O antigo estado de coisas é bem conhecido dos brasileiros: polarização entre PT e PSDB. Tucanos e linhas auxiliares eram a própria direita permitida, a que se limitava a críticas moralistas sem conteúdo ideológico – quando muito a defesa da economia de mercado. A situação era ótima para todo mundo: enquanto o PT minava o renascimento da direita e empurrava goela abaixo da população os ideais esquerdistas, o PSDB ficava com o eleitorado conservador pela falta de opções legitimamente direitistas. Eis o Teatro das Tesouras exemplificado.

Pois bem, são esses os mentores da direita permitida que não aceitam a existência de uma direita verdadeira. Quando a senadora Simone fala em nome do Estado Mínimo para defender a orientação sexual do também senador Fabiano Contarato (REDE-ES), concordo com o princípio. Afinal, quanto menos Estado, melhor. Mas ela é a mesma a defender e apoiar os inquéritos ilegais contra conservadores – partidários das ideias que ela diz lutar. Além da incoerência óbvia, tais inquéritos são instrumentos do Estado para perseguir, censurar e intimidar quem não reza a cartilha do establishment, instaurando o Ministério da Verdade descrito no livro 1984. Se isso não for totalitarismo, eu sou o George Orwell em pessoa.

A senadora Simone não é direitista coisa nenhuma. Quem é direitista não louva o regime comunista chinês como ela louvou. Quem é direitista não aplaude totalitarismo como ela aplaudiu – ainda mais contra conservadores. Por fim, quem é direitista não estampa tal rótulo com atenuantes para sair bem na foto com os integrantes do outro lado. Se ela acha que está ajudando o conservadorismo ao apoiar Sleeping Giants e cia, nós, conservadores, dispensamos a sua ajuda.

Os mentores da direita permitida querem cuspir veleidades sobre uma corrente política que eles próprios desprezam. Nunca pedimos tal favor – e nem vamos pedir. Longe dos gabinetes que servem picanha e bacalhau na brasa, nós conhecemos a realidade que a bolha progressista despreza e quer falsear. Será em vão.

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Carlos Júnior

Jornalista

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