desktop_cabecalho

Crucificação de modelo transexual coloca em choque parlamentares religiosos e comunidade LGBT

A intenção era “representar a agressão e a dor que a comunidade LGBT tem passado”, diz modelo.

Ler na área do assinante

A polêmica crucificação da modelo transexual Viviany Beleboni na parada gay em São Paulo, despertou a ira de parlamentares de todas as religiões. Em cima da cruz, uma placa foi colocada com o texto: “Basta de homofobia”.

Deputados evangélicos e católicos fizeram nesta quarta-feira (10) uma manifestação no plenário da Câmara contra a parada gay, a "marcha das vadias" e a "marcha da maconha". Com cartazes que traziam fotos da 19ª Parada do Orgulho LGBT, realizada no domingo (7), eles subiram à tribuna e pediram que atos públicos que "ferem a família" e a liberdade religiosa sejam transformados em "crime hediondo".

O líder do PSD na Câmara, Rogério Rosso (DF), já na segunda-feira (8) apresentou um projeto de lei para transformar em crime hediondo a prática de ultraje a culto. Na justificativa do texto, o deputado chama de “Cristofobia” as manifestações de grupos LGBTs que se utilizam de símbolos religiosos.

“A intenção desse projeto de lei é proteger a crença e objetos de culto religiosos dos cidadãos brasileiros, pois o que vem ocorrendo nos últimos anos em manifestações, principalmente LGBTs, é o que podemos chamar de “Cristofobia”, com a prática de atos obscenos e degradantes que externam preconceito contra os católicos e evangélicos”, escreveu o deputado.

"Os ativistas do movimento LGBT cometerem crime de profanação contra símbolo religioso, ferindo a todos os cristãos ao usarem uma pessoa pregada na cruz, utilizando símbolos do cristianismo de forma escandalosa, zombando e ridicularizando o sacrifício de Jesus", diz nota de repúdio lida na tribuna pelo presidente da Frente Parlamentar Evangélica, João Campos (PSDB-GO).

A nota é assinada ainda pelo deputado Givaldo Carimbão (PROS-AL), presidente da Frente Parlamentar Mista Católica Apostólica Romana, e pelo deputado Alan Rick (PRB-AC), presidente da Frente Parlamentar em Defesa da Vida e da Família.

A modelo transexual Viviany Beleboni, por sua vez, contou que em nenhum momento quis afrontar alguma religião. A atriz, que se define como espírita, revela que também acredita em Deus.

O intuito da cena, de acordo com Viviany, foi representar o sofrimento de gays, lésbicas, bissexuais, trangêneros, travestis e transexuais que são violentados no Brasil.

O protesto de Viviany lhe rendeu inúmeras críticas nas redes sociais e, segundo ela, ligações com ameaças de morte, mas também inúmeras manifestações de solidariedade.

da Redação Ler comentários e comentar