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O embate da vida real: “Capitão Nascimento” versus Capitão André Porciuncula

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Personagem do famoso filme Tropa de Elite, o capitão Nascimento mostrou ao Brasil como é difícil ser POLICIAL num país onde a corrupção está presente no âmago do estado, nos mais diversos níveis, órgãos e poderes.

“O Sistema é foda parceiro (sic)”.

Na vida real, todavia, o ator que representou o incorruptível capitão Nascimento, Wagner Moura, não se assemelha muito ao personagem (inclusive já afirmou ter se arrependido de ter feito o papel), pois parece ter cedido aos encantos e às benesses do sistema.

Morando atualmente em Las Vegas, Estados Unidos, Moura lançou o filme sob sua direção “Marighella”, em 2019, no Festival de Berlim. No Brasil a previsão é para início de novembro deste ano, depois de vários imbróglios junto a ANCINE.

Marighella é um terrorista brasileiro (soteropolitano, 1911-1969) autor do Manual do Guerrilheiro Urbano, que ensinava dentre outras perversidades, explodir escolas e hospitais.

Rendido às benesses do sistema, outrora exclusivo de uma “tropa de elite cultural”, que recebiam sem qualquer controle ou auditoria, recursos públicos da Lei Rouanet e da Agencia Nacional de Cinema – Ancine, Moura encontra desta vez a rigidez e a responsabilidade próprias de uma gestão séria comandada pelo Governo Jair Bolsonaro.

Em razão disso não poupou agressões ao governo e a pessoa do Presidente (em entrevista à Folha) afirmando ter vindo, o Bolsonaro, do esgoto da história.

Saiu em sua defesa (a do Presidente) o Capitão PM André Porciúncula, atual Secretário Nacional de Incentivo e Fomento à Cultura, responsável dentre outras coisas pela aplicação da Lei Rouanet, afirmou que “um sujeito que fez um filme glorificando um criminoso terrorista....., está falando sobre esgoto da história? Longe de mim discutir com o especialista, mas algo não cheira bem nisso tudo, e não é o presidente.”

Importante registrar que nesta mesma entrevista à Folha sobre o lançamento do filme que dirigiu, Wagner Moura declarou apoio ao ex-presidiário Lula.

Porciúncula é diariamente criticado por uma parcela de uma elite cultural que vivia à custa da Lei Rouanet sem prestações de contas, que não resistiam a uma simples auditoria light nos projetos beneficiados com a Lei.

É também duramente criticado por parte da imprensa cujo “pior” adjetivo que conseguiram lhe imputar foi de ser um “cristão fervoroso”, além de ser PM, claro.

Wagner Moura e André Porciúncula são soteropolitanos, a única coisa que ambos parecem ter em comum.

Entre tantos personagens soteropolitanos de outrora e do presente, o certo é que quem realmente veio do esgoto de nossa história foi o Marighella; o personagem “Capitão Nascimento” é um herói fictício da literatura policial e seu intérprete é um ator medíocre que é menor que o personagem.

De verdade mesmo é o Capitão PM André Porciúncula, que hoje desempenha com maestria sua função pública a convite do Ministro da Secretaria Especial da Cultura, Mário Luís Frias.

Quem disse que ser Policial Militar e ser cristão são deméritos?

Henrique Alves da Rocha. Coronel PM/Sergipe

@coronelrochase

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