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Vinho da mesma pipa

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Enuviado por uma antiga imagem e pelo elevado conceito da Suprema Corte deste País, que se tinha até os anos 70 e 80 e que ao brasileiro honrado enchia de orgulho, eu pessoalmente jamais consegui tolerar que sua atual composição tivesse o descaramento de libertar o maior e mais desclassificado ladrão da coisa pública da história recente, justo para ele voltar ao poder e neste voltar a roubar.

Aquela decisão da Corte - a mais vergonhosa de todos os tempos - até hoje não consegue resistir à análise de um calouro de uma desprestigiada faculdade de direito qualquer, simplesmente porque injustificável sob os aspectos moral e jurídico, bem como porque foi tramada e urdida para desestabilizar o cenário político nacional e gerar uma insegurança jurídica de âmbito internacional, objetivando retornar ao tempo do domínio do establishment venal e corrupto.

Não quero descer a minúcias nem cansar meu caro leitor com detalhes que não interessam. Isto, como diz o ditado popular, é igual a relógio que atrasa, não adianta. Basta considerar que os atuais Mandarins que compõem o STF e o “Ogroladrão” são iguais. São meros traidores da Pátria e se merecem. O resto é conversa fiada ou papo dos “intelectualoides” da enganação.

A única coisa que não consigo entender é como, depois de 35 anos padecendo nas mãos das quadrilhas de FHC a Temer, conseguimos avançar tanto e, apesar do estrondoso sucesso da “Operação Lava Jato”, nos permitimos estar com esta “Espada de Dâmocles” sob a cabeça e debaixo de uma ameaça de “venezualizar” o Brasil? Como nos consentimos cair nesta esparrela?

Ainda um dia destes, nas redes sociais, um arguto comentário me chamou atenção. Gostaria ter escrito. O articulista anônimo enumerou uma série de feitos e de façanhas que nossa sociedade, inobstante os negros tempos petistas, logrou conseguir.

Dizia o comentarista, mais ou menos assim:

Tiramos do poder uma débil mental, a “Anta Guerrilheira”, Dilma Rousseff, que desgraçou com a vida de 25 milhões de brasileiros; prendemos um semianalfabeto corrupto e seu bando petista que roubou trilhões dos cofres públicos; elegemos o primeiro presidente incorruptível, conservador, católico e de direita dos últimos 200 anos do Brasil; passamos a dar mais valor à política do que ao carnaval e ao futebol; passamos a enxergar com olhos de ver a safada classe da “artistalha” rouanet e o quanto se locupletava do suor de nossa gente; vimos pela primeira vez na história do País uma equipe ministerial livre das peias e do comando da “cacicalhada” política e, como consequência, um daqueles ministros, o mago Paulo Guedes, ser eleito o melhor Ministro da Fazenda do mundo em 2019; livramo-nos dos “narcoditadores” de Cuba e Venezuela e nos aliamos a EUA e Israel; quebramos a espinha dorsal de um sistema de ensino que criava zumbis esquerdistas; destruímos a nefanda e nefasta influência e do avassalador domínio dos Barões das Comunicações e de seus vassalos; colocamos para fora do Congresso uma corja de imundos parlamentares e nos pusemos no encalço de porcarias que sobraram do tipo, Renan, Pacheco, Maia, Alcolumbre, Azis e de outros do mesmo naipe; vimos cometer suicídio político um grande juiz, que se perdeu em razão de uma ideologia há muito derrotada; pudemos aprender com um grande jurista que o atual STF é uma instituição marginal e odiada pelo Brasil, tanto quanto, também, com um ex-ministro da Educação que a Corte está composta por 11 bandidos de toga.

Tudo isso somente ocorreu porque, no dizer do comentarista, o Presidente eleito escancarou todo o sistema podre; abriu a tampa de um imenso bueiro chamado máquina pública e já faz mais de dois anos e meio que daquele ralo, por onde ainda escorre o sangue do operário, não para de saírem, fugindo dos patriotas do Planalto ou das Damares da vida, gatunos, ratos e baratões de gabinetes de toda forma, isto sem falar que o Capitão conseguiu que o povo acompanhasse o dia a dia da politica e da economia, para apontar seus erros e acertos e ainda, o mais importante, reacendeu em nossa gente o amor à Pátria e à Nação Verde e Amarela, para desespero da vermelhada.

Por falar do “Ogro Duplamente Condenado”, pergunto se alguém ainda se recorda de um de seus muitos casos de malversação de dinheiro público, que ficou conhecido como o caso Rosemery Noronha. Esta sirigaita foi uma das muitas namoradinhas de Lula e, por muitos anos, sua assessora direta no escritório que o ex-presidiário mantinha em São Paulo. Segundo consta, a rapariga tinha passaporte diplomático e carregava malas e malas suspeitas nas viagens que fazia? Só com o Lula viajou mais de 30 vezes para fora do país.

Por conta de uma briga de quadrilha, o ex-governador Antony Garotinho, também preso e condenado, uma vez denunciou que ela tinha carregado e depositado 25 milhões de euros em grana viva no Banco Espírito Santo, em Portugal.

Em 2012, Rosemary foi indiciada junto com 22 outras pessoas, incluindo o então superintendente da ANAC (Agência Nacional de Aviação Civil), Rubens Vieira, e o irmão dele, Paulo Vieira, superintendente da ANA (Agência Nacional de Águas). Ambos nomeados por Lula, a pedido de Rosemary. Lula também “ajeitou” um emprego para a filha de Rose, Mirelle, na ANAC e para o marido, José Cláudio Noronha, como assessor especial da Infraero de São Paulo.

Rosemary chegou a responder por falsidade ideológica, corrupção passiva, tráfico de influência e formação de quadrilha na Operação Porto Seguro, da PF. No dia de sua prisão, às 6 da manhã, Rose - que antes de ser chefe de gabinete de Lula havia sido secretária do bandidaço Zé Dirceu - ligou para este, que disse que não podia fazer nada e, logo em seguida, para o então Ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, que nem atendeu.

Daí me veio à cabeça o “Caso Luiza Brunet”. Transita pelo território livre da rede mundial de computadores que o Mandarim de Dilma, Luiz Fux – justo aquele que o ex-agente cubano, Zé Dirceu, confessou que o assediou, vergonhosa e pateticamente, para ser indicado Ministro do STF - por conta de um romance com a tal modelo, famosa nos anos 80, então ele a nomeou para um cargo no Conselho Nacional de Justiça (CNJ), integrando um grupo de trabalho denominado "Observatório dos Direitos Humanos do Poder Judiciário". Deve ter sido em função do notável saber jurídico da modelo ou da notável alguma coisa, mas o crime de nepotismo, de que trata a Constituição Federal, aqui também está tipificado.

Vale lembrar que sob a Presidência daquele Mandarim namorador o Plenário do STF confirmou a decisão do ministro Edson Fachin que anulou as ações penais contra o ex-presidente, que também costumava agraciar suas amantes com cargos públicos. Patriota atenção! Não há diferença alguma entre essa gente, é tudo vinho da mesma pipa, mas vamos lutando até que possamos jogar aquela canalhada toda no lixo da história.

Foto de José Maurício de Barcellos

José Maurício de Barcellos

Ex-Consultor jurídico da CPRM-MME. É advogado.


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