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Prisão de Allan dos Santos e a morte do jornalismo brasileiro

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Allan dos Santos, jornalista e dono do agora finado Terça Livre, teve a sua prisão decretada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes.

Por morar nos Estados Unidos, o cumprimento da ordem judicial está condicionado ao pedido de extradição do mesmo, que só pode ser realizado pelo ministério da Justiça – até agora o ministro Anderson Torres não adiantou a sua posição.

Na decisão do ministro Moraes, pesa contra Allan as acusações de ‘’divulgar conteúdo criminoso, por meio de redes sociais, com objetivo de atacar integrantes de instituições públicas, desacreditar o processo eleitoral brasileiro, reforçar o discurso de polarização; gerar animosidade dentro da própria sociedade brasileira promovendo o descrédito dos poderes da república [...]’’.

Acredite se quiser: essas alegações foram utilizadas para prender um jornalista.

Eu só acredito nessas coisas por elas acontecerem no Brasil. Aqui é o país dos insanos, da falta de lógica e da loucura feita norma. Todo mundo conhece as ilegalidades desses supremos inquéritos.

Todo mundo sabe que não é razoável que uma pessoa seja vítima, investigador e juiz ao mesmo tempo, concentrando um poder sem freio algum. E claro, ninguém é menino para não conhecer a letra da lei a respeito da liberdade de expressão e das garantias constitucionais que servem justamente para evitar as supremas insanidades de agora.

Se ainda há quem defenda tudo isso, podem ter certeza: não é por desconhecimento.

A grande mídia brasileira noticiou o fato em êxtase. Tratar um jornalista como criminoso ao utilizar as desculpas mais esfarrapadas possíveis era o comportamento esperado dos iluminados do establishment tupiniquim. Parece estranho a imprensa mandar às favas a liberdade de expressão e tentar estigmatizar o que ela própria faz.

Só parece. No Brasil, a imprensa não tem o papel de levar informação verdadeira ao povo, mas ao contrário: sua missão nos últimos cinquenta anos foi tentar esconder absolutamente tudo de inconveniente a sua agenda sacrossanta. Um veículo como o Terça Livre não pode coexistir com o UOL, por exemplo.

Os papéis que ambos desempenham são absurdamente opostos.

Tanto é assim que os grandes veículos de comunicação não chamam Allan de jornalista, mas de blogueiro. Pensam eles que o termo é desabonador e o coloca em uma prateleira diferente, pois eles fazem bom jornalismo, e o nosso herói desafortunado seria um simples mensageiro da presidência da República.

Tenho péssimas notícias aos iluminados das redações: (I) Allan tem mais público que eles, (II) o jornalismo não tem dono, exercendo-o quem assim desejar e (III) veículos como o Terça Livre têm público cativo justamente pelo péssimo jornalismo praticado pelo mainstream brasileiro.

Além da tentativa óbvia de desqualificar, existe outra intenção com a alcunha de blogueiro: disfarçar a censura contra Allan. Imaginem o inconveniente em noticiar a prisão de um jornalista por ele... fazer jornalismo.

Graças ao cinismo dos militantes de redação, nossos supremos defensores da democracia não passam por essa saia justa, podendo calar, prender e perseguir os críticos em nomes das liberdades que eles próprios estilhaçam. A grande mídia é sim responsável por legitimar a caça aos conservadores por dar ares de normalidade ao anormal.

Desde o começo da década a direita mundial ressurgiu das cinzas ao assumir bandeiras desprezadas pelas elites políticas. Valores mais caros ao povo foram postos de lado, criando um vácuo na política. Coube aos populistas de direita o preenchimento desse espaço.

Nesse processo a globalização, outrora sacrossanta e tida como a maravilha do mundo moderno, foi colocada em xeque pela sua similaridade ao globalismo, o projeto de poder da elite fabiana ocidental que almeja um governo mundial por ela controlado.

Esta direita populista contou com uma severa oposição do establishment, incluindo a grande mídia – que nada mais é do que braço da elite globalista. A alternativa encontrada para a difusão das ideias componentes da plataforma direitista foi a mídia independente presente na internet.

Canais de YouTube e portais de notícias tiveram um papel fundamental nesse processo, além, é claro, das redes sociais. Basta lembrar a importância do Twitter para o surgimento do fenômeno Donald Trump antes mesmo da sua vitória eleitoral.

O que fez a esquerda em conjunto com o establishment? Começou discretamente a retirar a liberdade de expressão nas redes, processo visível a todos no presente momento.

A união entre militantes das Big Techs e militantes do Judiciário resultou na maior perseguição aos ideais conservadores da história do Ocidente – nem mesmo os soviéticos contaram com tantos meios ao seu dispor para empreender tal caça às bruxas. O Ministério da Verdade do livro 1984 é mais real do que nunca, cabendo aos iluminados progressistas definir o que deve ser dito.

Quem desobedecer vai para a cadeia.

Allan dos Santos representa tudo aquilo considerado abominável pelos iluministas de botequim: um jornalista destemido que fala a verdade, não omite nada e defende princípios conservadores. Você pode não gostar do seu trabalho – eu mesmo tenho saudáveis discordâncias ao seu estilo.

Mas isso é questão de menor importância. Quando um jornalista é perseguido, impedido de realizar seu trabalho ou mesmo preso justamente por isso, todo jornalista que mereça tal qualificação deve levantar a voz para defendê-lo.

Não é o que se viu na imprensa brasileira. O clima de euforia com a prisão injusta de um jornalista foi visível. Como diria o também jornalista e meu amigo Paulo Figueiredo, o jornalismo profissional morreu.

Não apenas pela militância ou por omitir fatos ao invés de noticiá-los, mas pela podridão da alma dos que compõem essa classe.

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) determinou a desmonetização do Jornal da Cidade Online.

Um ato de Censura Prévia. Um atentado a liberdade de expressão.

Uma decisão sem fundamento, sem qualquer intimação e sem o devido processo legal.

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Carlos Júnior

Jornalista

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