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A queda dos velhacos políticos e "influencers": O Brasil está acordando...

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Perguntaram a um homem se ele sabia tocar piano.

Ele respondeu: “não sei...nunca tentei”.

Quando eu era criança, me contaram essa história como exemplo de confiança em si mesmo e perseverança. Ou seja, apenas uma pessoa confiante em si mesma diria que não sabe alguma coisa... mas apenas depois de tentar.

Acabei ficando com essa história na cabeça não como exemplo de confiança, mas como uma grande dúvida se isso seria sinal de forte perseverança ou de grande estupidez.

Afinal, alguém precisa ser muito idiota, ou então extremamente arrogante, para achar que poderia sair tocando piano instantaneamente depois de tentar.

Metáfora ou não, essa história do pianista instantâneo faz a gente pensar sobre os limites entre o aprendizado e a arrogância. O primeiro requer modéstia. O segundo, falta de.

De modo geral a inteligência também pressupõe certo conhecimento sobre os limites da ignorância.

Esse é o problema central das lideranças.

O líder sabe tudo. O líder faz tudo. O líder é o mais capaz. Todos devem seguir o líder.

Afinal, o líder é aquele que tem grande capacidade para impor sua vontade aos outros ou aquele que tem grande capacidade para ouvir e propor um caminho que seja melhor para todos?

Isso acontece não apenas com lideranças políticas, mas com todas as atividades humanas.

Se os meios de comunicação se preocupassem apenas em disseminar informações de modo imparcial e isento, os donos dos meios de comunicação não seriam tão ricos e poderosos.

O século XXI inventou uma nova profissão: “influencer”. Assim mesmo, em Inglês. Significa, em bom Português, pessoa com habilidade de influenciar potenciais consumidores ao recomendar um produto nas mídias sociais. Pode ser um carro, um tênis, um par de óculos ou até mesmo um político velhaco.

Ou vocês acham que pessoas medíocres como Felipe Neto, Anitta ou Pabllo Vittar são exemplos estelares de inteligência?

Mesmo com a revolução das tecnologias de comunicação, os carros mais vendidos ainda são cinza (grafite, prata, platinado, etc.). O sorvete mais vendido ainda é o de baunilha.

Um “influencer” com milhões de “seguidores” ganha milhões. A massa não pensa. A grana é loquaz, o dinheiro fala.

A diferença entre um verdadeiro líder ou um famoso “influencer” é que esse último não está realmente interessado no que seja melhor para todos. A agenda é servir a si próprio na maior cara de pau e agradar aqueles que pagam mais. Maus políticos também fazem isso.

A alardeada “inteligência política” de um Lula, por exemplo, se resume a uma grande capacidade de impor sua vontade oferecendo em troca o que interessa ao interlocutor. Infelizmente, isso caracteriza a maioria dos “líderes políticos” de hoje e de nossa História.

A grande diferença é feita na cabeça das pessoas. A Suécia tem políticos que andam de ônibus porque eles sabem que agindo assim serão eleitos. E, sendo eleitos, continuam assim para ter carreira política.

O Brasil está acordando. O atual momento é único em nossa História.

Saem os velhacos “carismáticos” negociadores de tratativas. Entram aqueles que realmente sabem respeitar a vontade da maioria e a inteligência das multidões.

Algumas pessoas já me perguntaram: “Como pode um cara inteligente como você gostar do Bolsonaro?”

Acho que a resposta já está nas ruas.

Jonas Rabinovitch. Arquiteto Urbanista e Conselheiro Sênior para Inovação e Gestão Pública em uma conhecida Organização Intergovernamental em Nova York.

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