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A palavra do ano: o uso deturpado da expressão "ATAQUE"

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O diabo pode citar as Escrituras quando isso lhe convém”. (“O Mercador de Veneza”- William Shakespeare).

Houve, nesse ano de 2021 o uso deturpado de uma palavra: ATAQUE!

Os “canhotas” de todos os matizes perverteram a palavra “ataque” e a usaram indiscriminadamente.

Ao ser “CRITICADOS” diziam que foram “ATACADOS”. Não sei se foi uma ação coordenada, deliberada ou se simplesmente a coisa toda aconteceu.

Notem que a palavra “ataque” denota sempre duas coisas: alguém sofre um ato danoso (o atacado) e se torna rapidamente “o inocente”, “o pobrezinho”, “a vítima” e o outro, aquele que comete uma ação contra “o caridoso” (o atacante), essa ação é sempre “vil”, “criminosa”, “covarde”.

Mas as autoridades criticadas acreditam serem pessoas especiais. E ninguém critica pessoas especiais (assim pensam esses seres). Elas não merecem, são superiores, são melhores, estão acima de todos, são progressistas, melhoram a humanidade.

Não! Não é crítica, é ataque! Os superiores não podem ser criticados porque são superiores! E o exemplo veio do STF: processem todos, calem todos, prendam todos. É um ataque!

Começou com o Ministro-estrela-Barroso indo à mídia-que-perdeu-a-vergonha e afirmando que o Presidente da República o atacou. Depois ele disse que o Presidente atacou o TSE. Depois afirmou que o Presidente atacou o Supremo. E mais na frente o Presidente atacou a democracia. E lá mais na frente e atrás o Presidente atacou a ciência.

A partir daí todos foram atacados.

Mandetta disse que foi atacado. Doria foi atacado. Moro foi atacado. Os Generais que deixaram de ser Ministros de Bolsonaro e se voltaram contra Bolsonaro foram atacados.

Os 40 ladrões que devolveram parte do dinheiro (4 bilhões) que roubaram da Petrobras e estão soltos foram atacados.

Lula, o condenado-que-foi-inocentado, foi atacado. Cunha foi atacado. Wilson Witzel, governador-ladrão do Rio de Janeiro foi atacado e até Sergio Cabral, condenado a mais de 300 anos de cadeia, foi atacado.

Mas ninguém foi mais atacado do que os 3 indivíduos que se denominam senadores da República: Omar, Renan, Randolfe. Inventaram uma CPI autorizada pelo Supremo para tentar cassar o Presidente da República e nela mostraram para o Brasil inteiro quem realmente são.

Durante as sessões onde interrogavam as pessoas convidadas, foram desrespeitosos, desdenhosos, insultantes, agressivos, descorteses, rudes, injuriosos, ofensivos, ultrajantes e para o espanto de todos apareciam na mídia-que-perdeu-a-vergonha dando entrevistas e se diziam atacados!

Mas Bonner e o Consórcio de Imprensa, esses, sim, é que foram atacados! Ninguém foi mais atacado do que eles.

Ninguém! Inocentes, defensores da democracia, do direito, da verdade, segundo eles. Mas..., mas o que os brasileiros assistiam, todos os dias, eram Bonner e esses jornalistas que posavam de vítimas desrespeitar, desacatar, desconjurar, descortejar, desprezar, desprestigiar, fazer pouco, não guardar o devido respeito, perseguir; enxovalhar, desonrar, desdenhar, achincalhar, vilipendiar, afrontar, insultar, zombar vomitar impropérios, ultrajar, desfechar insultos, desfechar injúrias e aviltar o Presidente da República. Alguns até pediam sua morte.

Além de todos esses que foram “atacados” e posaram de vítimas, há, ainda os “pobres-artistas-milionários”, que “atacados”, diziam aos desprovidos: “- Fiquem em casa, bebam o seu vinho, curtam sua amada da sacada de seu apartamento”!

Juntaram-se a essas vozes os “pobres” políticos de esquerda, os petistas condenados, os pretendentes a presidente, funcionários públicos que ganham salários astronômicos, juízes, jogadores de futebol, influenciadores digitais, funkeiros e funkeiras, atrizes que foram parar na ABL e até Adélio, o inocente-esfaqueador foi “atacado”.

Enfim, senhores, perverteram a palavra. Criticar não significa atacar. A crítica pode desaprovar, reprovar, abasmar, desgostar, desapoiar, lamentar, condenar, desautorizar, desfavorecer e por pior que seja tem sempre um caráter educativo, pois abre os olhos do criticado para atos e ações que ele não via, não percebia, mas estava cometendo contra pessoas inocentes.

Os deuses de pés-de-barro, neste ano de 2021, contrariaram frontalmente Santo Agostinho que afirmava:

“Prefiro os que me criticam, porque me corrigem, aos que me elogiam, porque me corrompem”. (Santo Agostinho).

Feliz Natal a todos!

E não se esqueçam: Feliz Natal é Feliz Natal!

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Foto de Carlos Sampaio

Carlos Sampaio

Professor. Pós-graduação em “Língua Portuguesa com Ênfase em Produção Textual”. Universidade Federal do Amazonas (UFAM)

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