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Uma breve análise sobre as novas cartas que podem entrar e sair do jogo eleitoral em 2022

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Dificilmente os mais polêmicos e radicais terão chances num futuro governo Bolsonaro.

Conversando com alguns alicerces do PL (atual sigla do Presidente da República) e outras autoridades que seguem na base de apoio, entendi que há um objetivo muito explícito de conquistar muitas vagas no Congresso e colocar nomes eficientes para os Ministérios, (inclusive, essa matemática foi considerada ao escolher a sigla).

Ao perceberem que é o Congresso quem realmente decide, o foco é andarem em sintonia nesta lógica:

1° parlamentares sugerem propostas,
2° a maioria da Casa aprova,
3° o Presidente sanciona,
4° os Ministros executam.

Simples assim, muito embasamento técnico que justifica as ações, sem polêmica, sem "mimimi", sem "mitadas", sem autopromoção, sem improvisos. Uma sincronia entre a legislação, a experiência técnica e a confiança de quem executa.

Um bom exemplo dessa lógica é o Ministério da Infraestrutura, do Ministro Tarcísio, tudo muito mais prático do que ideológico, (embora o asfalto e a água no Nordeste servirão como argumento para combater a ideologia contrária ao conservadorismo), uma forma inteligente de usar a máquina pública.

Neste cenário de um governo mais pragmático, os mais polêmicos ou ideológicos não terão vez, por isso muitos estão inseguros porque devem se afastar em breve para que possam exercer seus direitos políticos, disponibilizando seus nomes para eleição e reeleição como deputados e Senadores em 2022.

Na verdade não há muito o que fazer, se optarem pelo pleito eleitoral, correm o risco de não serem (re)eleitos, mas se optarem por permanecerem em seus cargos e mandatos, possivelmente não terão vagas na próxima configuração do governo Bolsonaro. Eles desconfiam e a base já tem certeza.

Em via de regra, para a base, quem fala muito deve estar em plenário criando leis e convencendo os colegas a aprovarem, em voo solo, mas somando forças, contando apenas com o desejo do eleitor e não sob as bênçãos de um Presidente.

E aí meus caros, a política eleitoral dará mais uma dura lição aos candidatos, (assim como fez nas eleições municipais) - Número de seguidores não representa número de votos!

Ser conhecido no Instagram, Twitter ou no YouTube não te garante o essencial para transformar popularidade em votos. As métricas são distintas e a lógica do voto não passa apenas pela polêmica e pela exposição exacerbada, mas sim, pela CONFIANÇA!

Destes polêmicos, quantos realmente detém a confiança da população e quantos recebem apenas o apoio das redes para que siga produzindo uma espécie de "entretenimento" político, porque diverte o público?

Seguidores espalhados pelo país inteiro não significam uma fonte de votos para eleger nem sequer um vereador, definitivamente a conta não é essa é não é a exposição que puxa o gatilho do voto.

Acompanhando a performance do eleitor, percebemos que a população pode votar até num candidato desonesto, por exemplo, mas este candidato passa de alguma forma, a sensação de confiança ao eleitor, há alguma certeza que os conectam. Esta foi a lógica que sustentou por décadas o bordão "rouba, mas faz".

E quando se trata de "eleitor conservador", ou "eleitor de direita", o filtro será ainda mais rigoroso em 2022, justamente porque reconhecem que erraram ao eleger polêmicos e conhecidos como Joice, Frota e outras "titiricas" populares da Internet. Se arrependem de eleger leões do Twitter, mas gatinhos no Congresso, facilmente domesticados por aqueles que afagam seus egos gulosos, verdadeiros alvos ambulantes para as experientes raposas que frequentam o local.

Já as novidades virão do ramo empresarial, do esporte e das artes, (de todas as vertentes políticas) pessoas que passaram por enfrentamentos reais durante os últimos anos e que demonstraram coragem e eficiência ao gerir suas polêmicas.

Aos poucos vamos criando uma lista de possíveis nomes para avaliarmos juntos a performance da vida real e midiática, a eficiência em suas vidas públicas e as reais chances de cada nome.

E você? Acha que há lugar para os mais nervosos e polêmicos no próximo governo? Este tipo de conduta te passa segurança, ou você prefere votar em alguém mais eficiente e objetivo?

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Foto de Raquel Brugnera

Raquel Brugnera

Pós Graduando em Comunicação Eleitoral, Estratégia e Marketing Político - Universidade Estácio de Sá - RJ.

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