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Os economistas de Lula e a revelação de algo assustador

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A Folha de S.Paulo está apresentando uma série com o pensamento econômico dos candidatos à Presidência. No caso, é um artigo em que Guido Mantega diz expressar a opinião de economistas que assessoram o ex-presidiário, mas não necessariamente o pensamento de Lula. Além dele, Mantega, quem serão esses economistas: Palocci? Dilma? No artigo, o ministro diz que:

- o crescimento da economia é pequeno e o Brasil precisa de investimentos públicos e privados de longo prazo para gerar empregos;
- a inflação deverá recuar em 2022 para “algo em torno de 6%, graças a uma política monetária contorcionista que vai paralisar a economia”;
- o bolsa família vai beneficiar apenas pequena parcela dos necessitados;
- o atual governo “em vez de colocar o estado em campo para socorrer os necessitados” reduziu os auxílios sociais de 2020 para 2021.

Ao analisar os governos petistas, o ex-ministro da Economia dos governos Lula e Dilma, falando em nome dos economistas do PT, examina os dados bons dos primeiros anos esquecendo o que lhes deu causa. Faz parecer que resultaram da ação de governantes talentosos e não de um surto mundial de crescimento econômico determinado pelo ingresso de centenas de milhões de chineses no mercado consumidor mundial. Fatos como aquele, uma vez acontecidos, não tornam a acontecer. O mercado se acomoda para atender essa demanda e não há novos saltos a dar.

Em compensação, quando se trata de examinar os governos pós-petistas, os economistas do PT, em cujo nome o ex-ministro se manifesta, esquece a tragédia dos governos Dilma, quando ele era ministro e quando presidiu o BNDES. Esquece a pandemia e esquece o fecha tudo e fique em casa, entusiástica e agressivamente defendido pelos seus companheiros.

Até aqui, o artigo é mera retórica. No final, se torna assustador.

O que sim, assusta, dá causa a reações receosas do mercado, é a afirmação contida no último período do texto, onde se lê que a escolha do eleitor deve se fazer no rumo do social desenvolvimentismo, rumo ao estado de bem-estar social. É o que Lula e FHC puseram na Constituição, consagrando uma visão de Estado que vem desde Vargas, prometendo a mesma coisa, como se os meios financeiros para isso caíssem do céu por obra e graça do Estado.

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Percival Puggina

Membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto, empresário e escritor e titular do site www.puggina.org, colunista de dezenas de jornais e sites no país. Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A tomada do Brasil. Integrante do grupo Pensar+.

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