A coragem de Weintraub e as revelações sobre um ministro do STF...

09/02/2022 às 10:05 Ler na área do assinante

Abraham Weintraub - Foto: Marcos Corrêa/PR

Quem teve o privilégio de ser aluno daqueles mestres orientais nas artes marciais que mal falavam o português – me refiro aqueles mestres-raiz coreanos, japoneses ou chineses que introduziram no Brasil o judô, o taekow-do e o kung fu – aprendia logo nas primeiras lições que coragem não é ausência de medo, mas o controle dele.

Quem desconhece o medo não é corajoso, é maluco.

É nessa linha tênue que caminha o pré-candidato Abraham Weintraub.

Em depoimento à Polícia Federal nesta sexta-feira (04), o ex-ministro da Educação Abraham Weintraub afirmou cabalmente que se referia ao ministro do STF, Ricardo Lewandowski, quando afirmou, em entrevista a um podcast, que um dos membros da STF teria manifestado o interesse em comprar a sua casa já que ele morava nos EUA e “não vai voltar para o Brasil”.

É possível que esse dialogo tenha acontecido, assim como será quase impossível a Weintraub provar que ele aconteceu.

Uma coisa é certa, ele conseguiu deixar a ala anti-bolsonarista da Corte furiosa.

Na oitiva, Weintraub foi questionado pelo delegado e respondeu que não tentou imputar ou insinuar crime ou difamar Lewandowski, mas que se lembrou do fato como “curioso, anedótico e que lhe tinha causado mal-estar, pois sequer sua residência estava à venda”.

LEWANDOWSKI NEGA

A “proposta” de Lewandowski pela casa teria sido feita a uma corretora e chegado a Weintraub no 2º semestre de 2021, conforme se recorda o ex-ministro, por meio de seu advogado, Auro Hadano Tanaka, que acompanhou a oitiva na tarde de hoje.

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Ricardo Lewandowski, negou nesta sexta-feira (04) que tenha tentado comprar a casa que pertence ao ex-ministro da Educação (MEC), Abraham Weintraub.

“O Gabinete do Ministro Ricardo Lewandowski informa que, por intermédio de uma corretora imobiliária, o Ministro visitou duas casas no referido condomínio em São Paulo, as quais estavam à venda, mas nenhuma delas de propriedade do depoente”, diz a nota.