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A hipocrisia como bússola moral

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O fato da semana surgiu em um podcast com a presença dos deputados Kim Kataguiri (PODEMOS-SP) e Tabata Amaral (PSB-SP). Em determinado momento o tema nazismo foi citado, e ao ter um posicionamento contrário à criminalização do nazismo, Kim e Monark – um dos integrantes do podcast – foram rapidamente associados ao mesmo. Enquanto o deputado foi alvo de abertura de inquérito e pedido de cassação, o comunicador acabou ‘demitido’.

Ao pegarem o ônus do fato, Kataguiri e o MBL – movimento no qual ele faz parte – choramingaram. Até apontaram uma suposta incoerência dos bolsonaristas que trucidaram o deputado, mas eles próprios são os incoerentes. Quando Allan dos Santos teve ordem de prisão decretada pelo STF, ambos não viram problema algum. O sr. Renan Santos fez piada com o jornalista, além de defender a legalidade do ato. Agora ele e o seu grupelho querem defender a liberdade de expressão, pois o alvo da vez é alguém do próprio movimento. Muito sintomático.

Quem não se lembra de Fernando Holiday defendendo a censura do ex-presidente americano, Donald Trump, feita pelo Twitter? O mais engraçado é que o MBL foi vítima de algo semelhante em 2018, quando o Facebook removeu a página do grupo. Agora querem bradar contra o cancelamento depois de apoiar e justificar a censura e a perseguição contra direitistas que não rezam a sua cartilha? Quanta desfaçatez.

Quanto ao nazismo, Monark e Kim defenderam uma posição liberal acerca do seu combate, sem qualquer apologia ao mesmo. É uma postura que eu discordo. Qualquer coletivismo criminoso que vise implementar um totalitarismo cruel, desumano e assassino – como é o caso do nazismo – não deve ser permitido de maneira alguma. A classificação dos movimentos proibidos é tema polêmico e não cabe a mim dar a última palavra definidora do assunto, mas a minha visão é a da inibição completa de todo e qualquer totalitarismo coletivista.

Os almofadinhas do beautiful people não perderam a oportunidade para sinalizar virtude ao trucidarem os envolvidos. Trataram de relembrar as crueldades nazistas para pedir a punição tanto do podcaster quanto do deputado. A reação antinazista é compreensível e tem meu apoio. Entretanto, não vejo um pingo dessa comoção generalizada com outro totalitarismo que matou mais e provocou um estrago que dura até hoje: o comunismo. Diferente do nazismo, o comunismo tem adeptos declarados na imprensa, nas universidades, nos partidos políticos e até mesmo no Judiciário. É uma ameaça ainda presente nos dias atuais.

Dependendo da fonte histórica, estima-se entre 70 a 120 milhões de vítimas do comunismo. É a maior causa de mortes da história. O comunismo produziu terror, cerceamento e assassinato em massa por onde foi implementado, deixando um rastro de miséria como nunca se viu. Algumas nações lutam pela liberdade até hoje, como no caso de Cuba e Venezuela – para ficar apenas em nosso continente. Sem sombra de dúvidas é a pior criação da humanidade.

Pois bem, temos em nosso país o Partido Comunista do Brasil (PCB) e o Partido Comunista do Brasil (PCdoB). Temos inúmeros professores e jornalistas simpatizantes – alguns adeptos declarados – do comunismo que abarrotam as universidades e a grande mídia. A deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ) publicou no Twitter um meme com Joseph Stálin, o sanguinário ditador soviético. Dias atrás um sujeito que defendeu pena de morte para os inimigos da revolução comunista foi entrevistado na Globonews. Tudo isso passou despercebido para os heróis antinazistas, para os corajosos togados do Judiciário, enfim, para todos os sinalizadores de virtude. Ninguém do establishment vê problema algum na defesa do totalitarismo mais cruel, assassino e injusto já visto pela humanidade.

Mal o presidente Jair Bolsonaro (PL) estabeleceu um paralelo entre nazismo e comunismo e já estava o UOL a entrevistar professores para repudiá-lo. Rotularam a equiparação de ‘’negacionismo histórico’’ – se alguém usa as palavras ‘’negacionista’’ ou ‘’negacionismo’’, divida o seu QI por cinco. E claro, não faltou nenhum subterfúgio usual da tentativa de minimizar os crimes do comunismo, como a ideia absurda do stalinismo como desvio do projeto socialista, ou do comunismo ser uma ideia romântica de igualdade e eliminação das classes sociais.

O comunismo é diretamente responsável por Holodomor, episódio que resultou na morte de seis milhões de ucranianos – e de fome. O sr. Roberto Freire, presidente do CIDADANIA, diz ter orgulho de um dia ter sido militante do PCB. Em algum momento ele sequer teve conhecimento de Holodomor – ou mesmo dos inúmeros assassinatos cruéis promovidos pelas ditaduras comunistas no mundo inteiro? Algum militante comunista se importa com algum divergente? A resposta veio com a morte de Olavo de Carvalho e sua comemoração efusiva.

Ao contrário de Monark e Kataguiri, acredito piamente que o nazismo não pode ser tolerado, e seus simpatizantes ou apologistas devem ser responsabilizados criminalmente pela defesa de um totalitarismo cruel. Tenho a mesmíssima posição a respeito do comunismo, que sem sombra de dúvidas é pior e mais perigosa ameaça à humanidade e aos direitos mais básicos do ser humano – a vida e a liberdade. Mas os heróis antinazistas do beautiful people não gastam um por cento da sua indignação quando um militante comunista defende o assassinato dos adversários da revolução. Esquecem convenientemente da coisa. É a hipocrisia como bússola moral.

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Carlos Júnior

Jornalista

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