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A tragédia em Petrópolis

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A coisa aqui em Petrópolis realmente foi grave.

Agora que estou me atualizando: morreu muita gente.

Fico triste com isso porque sei que mesmo tendo chovido muito é por causa da ação humana que essas tragédias ocorrem.

As pessoas culpam a chuva porque é mais cômodo jogar a responsabilidade em cima de fatores outros.

Mas a verdade é que a Natureza apenas faz o que sempre fez desde que o mundo é mundo.

Assim é o círculo vicioso aqui em Petrópolis, que se repete ano após ano: as pessoas desmatam o alto do morro para construir casas sem estrutura alguma. Daí chove no verão, como sempre, e a terra não segura a água. A água desce (com uma correnteza forte, devido à gravidade), enche os sete rios da cidade, e provoca o caos.

Por sua vez, os rios estão assoreados porque as pessoas tiram areia clandestinamente deles, então eles não dão vazão para a quantidade de água e transbordam.

Isso tudo que ocorre é consequência de um conjunto de ações irresponsáveis.

O processo de degradação ambiental aqui em Petrópolis é de doer. É de deixar cada um triste mesmo. Testemunho esse processo desde 2006, quando passei a frequentar Petrópolis, e de forma direta a partir de 2010, quando vim morar aqui.

Os rios não têm mais peixe; as águas viraram um filete de barro. A Mata Atlântica está devastada.

Aqui no Brasil, as pessoas acham que não há crescimento e desenvolvimento sem acabar com o meio-ambiente. É um problema cultural. A cidade de Petrópolis, incluindo os 5 distritos, já está com quase 300.000 habitantes.

Daí, nesse cenário, a Natureza age. Como dito no início, ela apenas faz o que sempre fez: chuva no verão.

Todos os anos são assim. O que muda é o nível das tragédias. Não existe um ano que não passei um verão chuvoso assim aqui. Até semana passada estava chovendo por 15 dias direto.

Mas o pior de tudo isso foi saber que tem pessoas saqueando os locais aqui em Petrópolis, fazendo arrastão. Para quem não sabe, muita gente que ficou presa do lado de fora de casa ou do comércio acabou sendo assaltada por vagabundos que se aproveitam da situação de calamidade.

Eu amo a humanidade. Considero-me um humanista… Mas nessas horas me dá raiva do Homem, muita raiva. A imperfeição humana e sua natureza pecadora não deveria se sobrepor à possibilidade de convivência harmoniosa entre os seus irmãos, entre os seus iguais.

Lembro aqui da perfeita descrição das pessoas desse nosso tempo, em uma passagem bíblica que me foi enviada por um bom amigo:

“Sabe, porém, isto: nos últimos dias, sobrevirão tempos difíceis, pois os homens serão egoístas, avarentos, jactanciosos, arrogantes, blasfemadores, desobedientes aos pais, ingratos, irreverentes, desafeiçoados, implacáveis, caluniadores, sem domínio de si, cruéis, inimigos do bem, traidores, atrevidos, enfatuados, mais amigos dos prazeres que amigos de Deus”. 2 Timóteo 3:1-4

Veja o vídeo:

Foto de Guillermo Federico Piacesi Ramos

Guillermo Federico Piacesi Ramos

Advogado e escritor. Autor dos livros “Escritos conservadores” (Ed. Fontenele, 2020) e “O despertar do Brasil Conservador” (Ed. Fontenele, 2021).

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