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O “Bruxo do Cosme Velho” e o século XXI: A previsão de Machado de Assis sobre os acontecimentos da atualidade

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“Quanto maior a mentira, maior a chance de todos acreditarem nela”. (Adolf Hitler)                                                                

Machado de Assis é, sem qualquer dúvida, nosso maior escritor. É conhecido também pelo apelido de “Bruxo do Cosme Velho”. É o nosso mago em ficção. Nosso guia em literatura. O maior de todos em nossas letras. Pois o “Bruxo do Cosme Velho”, sem “querer querendo”, previu em um conto, que eu diria “malicioso”, acontecimentos que estão se dando em nossa época.

O texto é uma espécie de “teologia às avessas”, onde o diabo subverte o sermão de Cristo e pelo poder da linguagem faz um discurso político típico dos dias de hoje, onde o atrevimento, a audácia e o cinismo imperam. Pregam hoje:

- “Não há verdade, o que existe é a minha verdade: eu nasci homem normal, possuo um órgão genital masculino, mas o intelectual, o artista, o jornalista, o professor, todos petistas/comunistas, todos afirmam que “se eu pensar que sou mulher, me vestir como mulher, usar sapatinhos de salto alto, gesticular e falar como mulher, usar seios postiços, então me torno mulher”.

Ou “eu nasci mulher, normal, com um útero, mas os influenciadores digitais e os especialistas, repetindo o discurso dos petistas/marxistas/negacionistas dizem:

- “Pense que você é homem e a mágica acontecerá”!

Nessa linha de pensamento o Diabo vestiu-se de Biden e proclamou:

- “Não existem fronteiras, o mundo é um só. Venham para América. Estamos de braços abertos para recebê-los”.

Não existem fronteiras?

O “líder” sem fronteiras foi eleito e agora os americanos e o resto do mundo descobriram que, sim, existem fronteiras. É tarde.

O Diabo vestiu-se de Trudeau, no Canadá, e tornou-se um fofo, com sua ideologia de gênero.

O tinhoso vestiu-se de Macron na França e a bagunça está formada.

Na Ucrânia, o Diabo vestiu-se de um comediante chamado Zelesnky, que virou Presidente e não acreditava em uma invasão, pois o mundo “é bom, apenas não é compreendido”.

O Ocidente tornou-se flácido, fraco, débil. Tornou-se um convite a uma invasão, como pediu Biden e sua vice, Kamala Harris, para vencer a eleição.

O Diabo estava do outro lado. O Diabo era Putin e sua companheira China.

Do lado de cá estão os fofos. Os falsos democratas. Os entreguistas.

E agora? Quem vai nos defender?

A mulher barbada que veste cuecas e diz que é um homem?

O homem feminino que diz que é mulher?

Putin e a China enganaram o Ocidente dando boas gargalhadas. Infiltraram comunistas ditatoriais fantasiados de democratas por todos os países e estes solaparam a verdade, a cultura, a beleza, inverteram os polos.

O homem que defende a nação é “macho-tóxico”. Preocupe-se com os pets. Preocupe-se com ideologia de gênero. Não puna seu filho se ele errar. O bandido é vítima da sociedade. Ele nasceu bom, nós o tornamos mau. Nós somos culpados. Coitadinho! Vitimismo! Vitimismo! Derrubem estátuas! Os construtores das nações têm um passado sujo. Fora com eles!

Nossos antepassados construíram o presente, nele, hoje, se lambuzam homens mortiços, seduzindo outros homens frouxos, com discursos diabólicos.

Mas tempos fáceis geram homens fracos. Homens fracos criam tempos difíceis. Homens fracos gostam de coisas fracas. Imaginam que uma laranja nasce da tela de um smartphone. Não precisa suar, arar a terra, plantar, aguar, cuidar para que a semente cresça. Esperar olhando a cada manhã. Cuidar até frutificar.

Não. Pensam que ela nasce de um clique.

Putin e a China mostraram ao Ocidente como nasce uma laranja.

Agora os homens fracos e suas ideologias de gêneros, seus ensinos sobre a verdade não existir e sua retórica de negação onde os pecados são proclamados como “bem” e as virtudes descritas como o “mal”, caíram em si, descobriram que existem fronteiras e perceberam que podem se transformar em escravos de Putin e de Xi Jinping.

A realidade é brutal.

Machado de Assis prevê, como afirmei no início do texto, o comportamento das massas do século XXI e suas teorias esdrúxulas de esquerda que transformam as coisas boas em seu contrário.

Delicie-se com a fina ironia e o humor negro do texto e faça uma reflexão:

O SERMÃO DO DIABO (Machado de Assis - 1893, setembro)
Nem sempre respondo por papéis velhos: mas aqui está um que parece autêntico; e, se o não é, vale pelo texto, que é substancial. É um pedaço do evangelho do Diabo, justamente um sermão da montanha, à maneira de São Mateus. Não se apavorem as almas católicas. Já Santo Agostinho dizia que ‘a igreja do Diabo imita a igreja de Deus’. Daí a semelhança entre os dois evangelhos. Lá vai o do Diabo:
1º E vendo o Diabo a grande multidão de povo, subiu a um monte, por nome Corcovado, e, depois de se ter sentado, vieram a ele os seus discípulos.
2º E ele, abrindo a boca, ensinou dizendo as palavras seguintes.
3º Bem-aventurados aqueles que embaçam (iludem), porque eles não serão embaçados (iludidos).
4º Bem-aventurados os afoitos (aventureiros), porque eles possuirão a terra.
5º Bem-aventurados os “limpos das algibeiras” (os pobres ou os que foram assaltados), porque eles andarão mais leves.
6º Bem-aventurados os que nascem finos, porque eles morrerão grossos.
7º Bem-aventurados sois, quando vos injuriarem e disserem todo o mal, por meu respeito.
8º Folgai e exultai, porque o vosso galardão é copioso na terra.
9º Vós sois o sal do ‘Money Market’ (mercado financeiro). E se o sal perder a força, com que outra coisa se há de salgar?
10º Vós sois a luz do mundo. Não se põe uma vela acesa debaixo de um chapéu, pois assim se perdem o chapéu e a vela.
11º Não julgueis que vim destruir as obras imperfeitas, mas refazer as desfeitas.
12º Não acrediteis em sociedades arrebentadas. Em verdade vos digo que todas se consertam, e se não for com remendo da mesma cor, será com remendo de outra cor.
13º Ouvistes que foi dito aos homens: Amai-vos uns aos outros. Pois eu digo-vos: Comei-vos uns aos outros; melhor é comer que ser comido; o lombo alheio é muito mais nutritivo que o próprio.
14º Também foi dito aos homens: Não matareis a vosso irmão, nem a vosso inimigo, para que não sejais castigados. Eu digo-vos que não é preciso matar a vosso irmão para ganhardes o reino da terra; basta arrancar-lhe a última camisa.
15º Assim, se estiveres fazendo as tuas contas, e te lembrar que teu irmão anda meio desconfiado de ti, interrompe as contas, sai de casa, vai ao encontro de teu irmão na rua, restitui-lhe a confiança, e tira-lhe o que ele ainda levar consigo.
16º Igualmente ouvistes que foi dito aos homens: Não jurareis falso, mas cumpri ao Senhor os teus juramentos.
17º Eu, porém, vos digo que não jureis nunca a verdade, porque a verdade nua e crua, além de indecente, é dura de roer; mas jurai sempre e a propósito de tudo, porque os homens foram feitos para crer antes nos que juram falso, do que nos que não juram nada. Se disseres que o sol acabou, todos acenderão velas.
18º Não façais as vossas obras diante de pessoas que possam ir contá-lo à polícia.
19º Quando, pois, quiserdes tapar um buraco, entendei-vos com algum sujeito hábil, que faça treze de cinco e cinco.
20º Não queirais guardar para vós tesouros na terra, onde a ferrugem e a traça os consomem, e donde os ladrões os tiram e levam.
21º Mas remetei os vossos tesouros para algum banco de Londres, onde a ferrugem, nem a traça os consomem, nem os ladrões os roubam, e onde ireis vê-los no dia do juízo.
22º Não vos fieis uns nos outros. Em verdade vos digo, que cada um de vós é capaz de comer o seu vizinho, e boa cara não quer dizer bom negócio.
23º Vendei gato por lebre, e concessões ordinárias por excelentes, a fim de que a terra se não despovoe das lebres, nem as más concessões pereçam nas vossas mãos.
24º Não queirais julgar para que não sejais julgados; não examineis os papéis do próximo para que ele não examine os vossos, e não resulte irem os dois para a cadeia, quando é melhor não ir nenhum.
25º Não tenhais medo às assembléias de acionistas, e afagai-as de preferência às simples comissões, porque as comissões amam a vangloria e as assembléias as boas palavras.
26º As porcentagens são as primeiras flores do capital; cortai-as logo, para que as outras flores brotem mais viçosas e lindas.
27º Não deis conta das contas passadas, porque passadas são as contas contadas, e perpétuas as contas que se não contam.
28º Deixai falar os acionistas prognósticos; uma vez aliviados, assinam de boa vontade.
29º Podeis excepcionalmente amar a um homem que vos arranjou um bom negócio; mas não até o ponto de o não deixar com as cartas na mão, se jogardes juntos.
30º Todo aquele que ouve estas minhas palavras, e as observa, será comparado ao homem sábio, que edificou sobre a rocha e resistiu aos ventos; ao contrário do homem sem consideração, que edificou sobre a areia, e fica a ver navios...   
Aqui acaba o manuscrito que me foi trazido pelo próprio Diabo, ou alguém por ele; mas eu creio que era o próprio. Alto, magro, barbícula ao queixo, ar de Mefistófeles. Fiz-lhe uma cruz com os dedos e, ele sumiu-se. Apesar de tudo, não respondo pelo papel, nem pelas doutrinas, nem pelos erros de cópia.”

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Foto de Carlos Sampaio

Carlos Sampaio

Professor. Pós-graduação em “Língua Portuguesa com Ênfase em Produção Textual”. Universidade Federal do Amazonas (UFAM)

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