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Mamãe, me ferrei!

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Em plena pandemia do coronavírus, guerra da Ucrânia com a Rússia e uma luta cultural contra a desigualdade e o preconceito, quem fala demais é ousado e corajoso, podendo pagar um preço muito caro por palavras mal empregadas ou até bem empregadas, intencionais.

Em pleno vai-não-vai entre Ucrânia e Rússia, o deputado Arthur do Val, o conhecido Mamãe Falei, enviou áudio com conteúdo bem masculino sobre a beleza das ucranianas. Não vou produzir o conteúdo aqui. Mas para quem tem curiosidade, basta acessar o Jornal da Cidade Online. Ou seja, o cara vai para o palco da guerra e fica de olho nas menininhas…

Em destaque o que ele fala sobre ucranianas em filas de refugiadas. E, outro destaque, ao falar que as ucranianas são fáceis porque são pobres. Pois bem. 

O fato teve uma repercussão tão grande que deputados conservadores da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo foram ao Conselho de Ética por quebra de decoro parlamentar.

Não gosto de sinalizar minhas próprias virtudes. Não estou aqui para mostrar ao mundo todo como Arthur do Val foi ou é mau caráter, foi canalha, insensível, coisas deste tipo. Enquanto respiro esta consciência e a coloco em prática, continuo seguindo Aristóteles, para quem a virtude é tímida. Não gosto de holofotes. Todos sabem que o que o deputado fez é repugnante. Ponto final. 

Para além desse blá, blá, blá das redes, gosto de pensar sobre todo o contexto, a grande pintura, no quadro todo, não só no seu personagem. 

O deputado paga o preço por mostrar seu lado, digamos, “macho de ser”, a tal da masculinidade tóxica. Quanto ao ato que recebeu o nome de “machista” pela mídia em geral, coloco um ponto de interrogação. Num tempo, como o de hoje, em que mostrar ser bonzinho e contra as desigualdades virou moda, temos que tomar todo o cuidado com o uso das palavras, principalmente “machista”, “racista”, “conservador”, “liberal”, etc.

Terminando esse ponto, no mais ele despreza que existem pessoas ali sofrendo, principalmente mulheres, as que foram, inclusive, elogiadas por ele no áudio.

Ele paga mais, sim, pela insensibilidade. Foi para um país em guerra e deixou que seus instintos lhe ditassem a conveniência de seu ato político.

Deve estar chorando no colo da mamãe agora, fazendo jus ao seu nome de batismo, “Mamãe Falei”. E termina, lamentando: “Mamãe, me ferrei!”.

Sérgio Mello. Defensor Público no Estado de Santa Catarina

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