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Em tempos de guerra, precisamos falar sobre a nossa defesa

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Chega de tratar o assunto com mimimi, preconceitos e ignorância. Não há mais espaço para discussões estéreis forradas de ideologia, falta de conhecimento e visões românticas ou utópicas.

O Brasil está indefeso. Todos nós estamos.

A guerra na Ucrânia tem implicações muito além das violentas ambições totalitaristas e expansionistas do Putin e das quizilas históricas entre os dois países, rusgas com a OTAN, etc.

Outro dia escrevi nas redes sociais, com base nas informações que tenho do universo da defesa e geopolítica (como aficionado pelo tema e não como especialista que não sou), que o mundo inteiro está se armando como não se via desde o fim da guerra fria.

E agora reforço este alerta, quando a invasão de Putin já tem três semanas e se intensifica cada vez mais, para lembrar que o Brasil precisa estar preparado para esta "nova ordem mundial", que na real não é tão nova assim.

As ambições internacionais sobre o potencial de recursos naturais, capacidade de produção de alimentos e amplitude territorial de um país riquíssimo em tudo isso como o Brasil já vem desde a década de 80, pelo menos.

Por exemplo, toda a cantilena acerca da "destruição total" da Amazônia é uma narrativa calculada para reforçar ano após ano uma argumentação falaciosa de que não somos capazes de cuidar do que alguns cinicamente consideram "patrimônio de toda a humanidade", e não território dos brasileiros. Isso já foi afirmado claramente e até de forma oficial por líderes dos EUA e de países europeus.

A China, na ânsia de sustentar sua população gigantesca e suas ambições de um protagonismo internacional cada vez mais agressivo, está "invadindo" o Brasil através da compra desenfreada de grandes empresas brasileiras ligadas ao agronegócio e à exploração de recursos naturais, entre outros segmentos.

Isso tudo é estratégia de longo prazo que pode ganhar outros contornos mais imediatos conforme as circunstâncias.

A França já cogita reforçar bases militares na Guiana, de olho no que Macron vê como um pedaço da Amazônia brasileira que lhe afeta e que pode ser um alvo "necessário".

Entre as ONGs atuando na Amazônia, há dezenas ligadas a interesses internacionais.

Não é segredo para ninguém no planeta que a região guarda imensas reservas de cobiçados recursos minerais como paládio, grafeno, cádmio, níquel, ouro, potássio e muito mais, incluindo insumos fundamentais para a onipresente indústria farmacêutica mundial.

No nosso mar territorial, as reservas de petróleo do pré-sal são equivalentes ao que existe no oriente médio.

E não se iluda, o mundo ainda vai precisar muito de combustíveis fósseis. As alternativas limpas levarão décadas até serem viáveis para abastecer o planeta, que demanda cada vez mais energia.

Ou você acha que o gasoduto russo do qual a Europa depende é apenas um detalhe?

Ou que as operações Tempestades no Deserto 1 e 2 foram guerras justificáveis apenas por causa das nunca encontradas armas de destruição em massa do famigerado Saddam Hussein e de outros tiranetes do Oriente Médio?

Quer mais? Os dois maiores aqüíferos do mundo estão no subsolo brasileiro. Um deles na Amazônia.

É preciso cair na real, e não é alarmismo: não podemos achar impossível que nações mais poderosas queiram nossas riquezas e terras em nome de pretextos esdrúxulos ou mesmo sem pretexto algum.

Como se diz, o preço da paz é a eterna vigilância. E isso só se consegue com um poder considerável de dissuasão, capaz de fazer um potencial inimigo pensar duas vezes antes de cogitar um avanço sobre nós.

Precisamos sim, urgentemente, de defesas proporcionais ao tamanho de nosso território.

Precisamos de superioridade aérea absoluta para nosso imenso espaço aéreo (os 36 caças Grippen que estão chegando não são suficientes).

Precisamos de forças terrestres capazes de proteger com vigor nossas extensas e desprotegidas fronteiras.

Precisamos de presença militar ainda mais intensa na Amazônia, inclusive para combater os poderosos cartéis do narcotráfico colombiano e peruano, que tem grupos guerrilheiros mercenários como o Sendero Luminoso e outros guarnecendo as rotas e laboratórios dos traficantes na selva. Estes cartéis também servem, quando necessário, de apoio a iniciativas internacionais obscuras que os pagam.

Precisamos de uma marinha volumosa e moderna para cuidar do nosso mar, que além do petróleo, é dos mais ricos do mundo para pesca.

Não é à toa que flotilhas de pesqueiros chineses invadem todo dia nosso mar territorial, inclusive abalroando impunemente embarcações brasileiras que se encontrem no caminho.

É caro sustentar forças armadas bem equipadas e um contingente volumoso e bem treinado? Claro que é! Mas temos que pagar este preço, para não pagar um preço muito, muito maior.

Temos que encontrar maneiras de custear forças armadas à altura do que o país precisa.

Reduzir o tamanho da máquina pública hoje existente, no executivo, legislativo e judiciário é um bom começo. Fazer trocas de produtos com fornecedores internacionais também. Há vários caminhos.

Estimular a indústria nacional é um deles.  O Brasil teve nos anos 80 uma das mais vigorosas indústrias de armamentos entre os países em desenvolvimento. Foi ela que produziu a maior parte dos equipamentos que nossas forças tem hoje, além de ter exportado blindados, aviões e outros equipamentos para vários países.

Mas decisões equivocadas dos governos desde então e a submissão à pressão de concorrentes internacionais levaram à derrocada do sistema, custando milhares de empregos e nossa própria segurança.

Ainda temos grandes indústrias no setor, mas é preciso reforçar o segmento e permitir que volte a ser um setor forte da economia como um dia foi, gerando milhares de empregos qualificados e receitas polpudas para o país.

Para isso, precisamos de um consistente, ambicioso, sustentável, transparente e perene plano nacional de defesa.

Precisamos, de uma vez por todas, encarar esta realidade.

Ricardo Azeredo. Jornalista.

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 * Publicado originalmente na página do Facebook do autor.

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