O aparelhamento das escolas, o desafio para os pais e o flagrante de “violência pedagógica” na escola Avenues

19/04/2022 às 07:17 Ler na área do assinante

A quem os pais estão confiando a formação dos filhos? O que concluir do recente flagrante de "violência pedagógica" da Escola Avenues?

Para aniquilar moralmente um garoto que ousou divergir da pregação ideológica que se impunha aos alunos, o professor e militante de esquerda Messias Basques falou: 

"Isso é ciência. No dia em que você quiser discutir conosco, traga seu diploma e sua opinião, fundamentada em ciência. Aí sim poderá discutir com um especialista em Harvard."

Ele iniciara a "violência pedagógica" com um argumento de autoridade, o que é sinal de insegurança: "(...) respeite-me, porque sou doutor em Antropologia. Não tenho opinião, sou especialista em Harvard."

Esse "não tenho opinião" pretendia dizer que ele é todo ciência, nada de crenças, o que é falso. Pior! O jornalista Guilherme Baumhardt, do Correio do Povo, apurou que ele não é especializado em Harvard coisa nenhuma! Ou seja, para constranger um adolescente, o professor blefou!

Os fatos se deram na Escola Avenues, com alunos da classe média alta de São Paulo, durante palestra com Sônia Guajajara, militante comunista que acredita na luta de classes e na revolução proletária.

E uma das facetas mais aterradoras do evento foi a massa de alunos ter aplaudido o desbragado autoritarismo do professor, reprovando, por extensão, a fala de um colega, que, aliás, foi elegante e ponderado.

Depois de ouvir Guajajara satanizar o agronegócio, o adolescente pediu a palavra e disse: "Quando você falou em democratizar as terras dos proprietários, penso que se equivocou. A democracia é um modelo de governo, mas tirar algo de alguém não é. Isso é roubo de propriedade privada. Você poderia melhorar isso na próxima vez."

O garoto ainda argumentou: 

"Você disse que os agrotóxicos estão destruindo a mata. Concordo. Estão mesmo. Apenas três tipos de agrotóxicos estão sendo usados no Brasil, porque os partidos que você apoia não liberam os outros, menos tóxicos. Isso impede o desenvolvimento da agricultura."

Em nota assinada por Andy Williams, a direção da escola pegou pesado com o aluno, classificando a sua conduta como "desrespeitosa", e pegou leve com o seu funcionário, suavizando ao dizer que "um professor corrigiu o aluno de uma maneira que também foi inapropriada".

A maioria dos pais não sabe, mas a atitude do sedizente especialista em Harvard e a covardia da direção da escola seguem um ideário movido a ódio, o que é indisfarçável na seguinte fala de Marilena Chauí, só digna de registro pela influência que ela exerce sobre professores e afins.

"(...) eu odeio a classe média! A classe média é o atraso de vida! A classe média é estupidez! É o que tem de reacionário, conservador, ignorante, petulante, arrogante, terrorista! É uma coisa fora do comum, a classe média! (...) A classe média é uma abominação política, porque ela é fascista. Ela é uma abominação ética, porque ela é violenta. E ela é uma abominação cognitiva, porque ela é ignorante."

Acreditem, todo esse obscurantismo (baseado em ódio e preconceito) saiu da boca de uma pessoa que ostenta o título de filósofa.

Substituam na fala de Chauí a expressão "classe média" por "militância de esquerda" e, aí sim, o texto fará pleno sentido.

Matéria da Revista Oeste assinada por Edilson Salgueiro informa que as famílias pagam R$ 10 mil de mensalidade para um filho estudar na Avenues. Saberão os pais o que é que de fato estão financiando?

Mas o da Escola Avenues é só um flash do que ocorre Brasil afora. Em 2018, por exemplo, professores do Colégio Rosário (com alunos de classe média de Porto Alegre) simularam um júri cujo réu era (pasmem!) a burguesia - condenada, claro, antes mesmo de a farsa começar!

Ora, é fácil manipular adolescentes, sobretudo os que não trazem de casa valores bem afirmados, isto é, a maioria, que fica à mercê da ação de professores regidos por um ideário que prevê eliminar a influência da família e substituí-la pelo Estado nos moldes dos regimes totalitários.

Aí, abraçando as bandeiras salvacionistas dos "influencers" a que se reduziram certos professores, jovens culpam os pais pelas injustiças do mundo - mas sem abrirem mão, claro, do tablet, da torrada com geleia no café da manhã, da escola paga e outros confortos (que os pais bancam!).

A lavagem cerebral resultante dessa doutrinação neomarxista, que,  do ensino fundamental à universidade, hoje é presença hegemônica no ambiente escolar, significa verdadeiro "crime de lesa cognição".

Resta aos pais assumirem o papel de adulto, o que implica abandonar a fantasia de ser fofo, liderar a família e orientar os filhos.

Mas será que os alunos da Avenues que aplaudiram o abuso do professor vão ter em casa adultos aptos a orientá-los e levá-los a entender que elegeram o autoritarismo e desprezaram a pluralidade de ideias?

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Renato Sant'Ana

Advogado e psicólogo. E-mail do autor: sentinela.rs@uol.com.br

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