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Ainda Somos Livres

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“A fala do ministro Barroso foi indevida, pois as Forças Armadas não são uma criança para serem orientadas. Em todo esse processo, elas têm se mantido à parte, sem manifestações de seus comandantes ou de seus integrantes”. (Hamilton Mourão, vice-presidente da República).

Depois de Buda, Jesus, Maomé, surge no Brasil um novo profeta: Barroso!

Rodopiando sua capa preta, tipo Batman, Barroso imagina que lidera o povo brasileiro. Em seus sonhos acredita ser o grande condutor dos pobres brasileiros analfabetos e dos alfabetizados. Acredita que a sociedade brasileira o apoia em seus desvarios. Se abrisse a janela da bolha onde reside e olhasse a realidade, veria o quanto os brasileiros odeiam sua pose, suas palavras e seus atos.

Pensando em afastar a mente dos pobres coitados brasileiros da letargia em que se encontram e levá-los a outro patamar, como diria Bruno Henrique, o Profeta-Barroso muniu-se de algumas ideias progressistas, tais como: defesa das pesquisas com células tronco embrionárias, defesa da equiparação das uniões homoafetivas às uniões estáveis tradicionais, defesa da interrupção da gestação de fetos anencefálico e defesa da proibição do nepotismo no Poder Judiciário e brandindo essas ideias, como um Messias no deserto, arenga o povo dizendo:

- "É preciso ter atenção a esse retrocesso cucaracha de voltar à tradição latino-americana de colocar o Exército envolvido com política. É uma péssima mistura para a democracia e uma péssima mistura para as Forças Armadas”.

Barroso imagina que é Mao-Tsé-Tung, o timoneiro-comuna da China, pois no país chamado Brasil, pensa ele, todos são como crianças que precisam ser orientadas e é necessária uma nova “revolução cultural” liderada e dirigida por ele. Todos devem seguir seu pensamento. Todos devem seguir suas ordens. A ninguém é permitido discuti-las sob pena de prisão.

Mas seu feito mais sensacional foi advogar para o assassino militante da esquerda Cesare Battisti, condenado a prisão perpétua por assassinato e terrorismo na Itália, depois de matar 4 inocentes. Espantosamente, Barroso, o Profeta, conseguiu inocentá-lo e disse:

- “Cesare Battisti é um escritor pacato e pai de duas filhas, que jamais se envolveu em qualquer ação política desde os anos de chumbo italianos. Vivia em paz na França até que o governo de Sylvio Berlusconi o escolheu como troféu político e passou a persegui-lo. Não há razão para o Brasil, contrariando uma tradição humanista que vem de longe, entregá-lo à Itália para passar o resto da vida na prisão”. (Nota do advogado Luís Roberto Barroso sobre o caso Battisti).

Uau! Impressionante a visão do Profeta! E dessa forma convenceu o Presidente-meliante-Lula, que cometeu o maior assalto aos cofres públicos de um país já registrado na história da humanidade, a mantê-lo no Brasil.

Com essas palavras singelas, Barroso desacreditou todo sistema jurídico italiano. A Itália, um dos berços culturais da humanidade, assemelha-se, para Barroso, a um país de terceiro mundo com leis arcaicas e que persegue seus cidadãos. Um arraso de raciocínio!

Por mais de 10 anos o assassino Battisti viveu livre no Brasil. Aqui recebia dinheiro das esquerdas, tinha moradia, comia, bebia, frequentava festas, namorava, escreveu livros, era festejado, passava seus dias na praia tomando Whisky e recebendo homenagens...

Barroso, o Profeta Iluminado, por sua vez também recebeu seu galardão: tornou-se Ministro do Supremo Tribunal Federal e depois de todos esses acontecimentos que o destino lhe propiciou, começou a pensar que realmente era o “Escolhido” ... Como não pensar que não era predestinado?

Afinal convencera a todos que um assassino era inocente.

Enquanto Marx ao escrever o “Manifesto Comunista” e o “O Capital” divulgou ideias sobre “a transição gradual para o comunismo, a ditadura do proletariado, o materialismo histórico e materialismo dialético, o socialismo científico, o modo de produção, a mais-valia, a luta de classes, a teoria marxista da ideologia e da alienação e o fetichismo da mercadoria”, mas não detinha qualquer poder que pudesse implementar essas ideias contidas em seus escritos, Barroso, ao contrário, adentrou triunfalmente o Supremo com seus livros progressistas debaixo do braço, disposto a substituir a Constituição Brasileira por eles.

Mas aí, Jair Bolsonaro foi eleito e melou a festa das esquerdas malignas.

Seu primeiro ato, em 2019, foi mandar o terrorista de volta para Itália.

Lá ele confessou que realmente tinha matado quatro inocentes.

E veio a público a “alma mais pura do universo” justificar-se:

- "Hoje, acho que, assim como eu, todo mundo da esquerda brasileira que defendeu Cesare Battisti aqui ficou frustrado, ficou decepcionado. Não sei se enganou muita gente na França, mas na verdade muita gente achava que ele era inocente”.

Então Battisti enganou o “Sábio Profeta”, que por sua vez enganou o descondenado Lula e os dois enganaram o povo brasileiro afirmando que o assassino era inocente?

Barroso mentiu a nação brasileira. E agora aplica sobre ela as ideias do Novo Constitucionalismo contidas em seus livros, que substituem a Constituição Brasileira de 1988 que está cheia de lacunas e nessas brechas entram as ideias de Barroso.

O professor Conrado Hübner Mendes, em artigo intitulado “Magistocracia, a ‘gran famiglia’ judicial brasileira”, disse:

“Governo de juízes” é expressão hiperbólica que aponta usurpações de poder pelo Judiciário na separação de Poderes. “Ativismo judicial” é equivalente.

A magistocracia tem cinco atributos: é autoritária, autocrática, autárquica, rentista e dinástica. Autoritária porque viola direitos (é coautora intelectual, por exemplo, do massacre prisional brasileiro); autocrática porque reprime a independência judicial (juízes insubordinados são perseguidos por vias disciplinares internas); autárquica porque repele a prestação de contas (e sequestra o orçamento público a título de “autonomia financeira”); rentista porque prioriza interesses patrimoniais (agenda corporativa prioritária); e dinástica porque incorpora, sempre que pode, os herdeiros à rede”.

Pelo raciocínio do professor nem a lei e nem os direitos fundamentais são respeitados do modo que estão escritos na Constituição, mas julgam, os magistocratas, para além da lei e da prova dos autos, com a ânsia de fazer justiça.

Mas o poder corrompe. O poder cega. Em 10/07/2021 o jornal NDmais de Santa Catarina, publicava: “STF – No Centro do Poder” e resumia:

“O STF custa mais de R$ 550 milhões (mais de meio bilhão) por ano aos cofres públicos. Só até julho deste ano, os gastos já somaram R$ 549 milhões, valor próximo dos R$ 585 milhões gastos em todo o ano de 2019.
Dos R$ 540 milhões deste ano, R$ 197 milhões foram apenas para pagar o salário dos servidores.
Os 11 ministros contam com a estrutura de 1.084 servidores, além de prestadores de serviço. Cada gabinete tem cerca de 30 funcionários da área jurídica.
Entre as principais despesas do STF estão gastos com segurança (no valor de R$ 2,8 milhões por mês), a TV Justiça (R$ 1,3 milhão por mês), manutenções (R$ 600 mil por mês), apoio operacional e cozinha (R$ 380 mil mensais) e energia elétrica (a conta de luz do STF chega a R$ 300 mil por mês)”.

11 pessoas que não tiveram um único voto, que não obtiveram autorização direta do povo, manipulam tudo isso, como bem entendem, livremente, sem nenhum freio. Qualquer um se sentiria um Deus!

E ainda tem os banquetes gastronômicos, sem pena de gastos públicos que os ilustres ministros togados e seus comensais desfrutam nos amplos e luxuosos salões do próprio STF: pratos com medalhões de lagosta com molho de manteiga queimada, bobó de camarão, camarão à baiana, bacalhau à Gomes de Sá, arroz de pato, pato assado com molho de laranja, galinha d'Angola assada, vitela assada, codornas, carré de cordeiro, medalhões de filé, tournedos de filé com molho de mostarda, pimenta, castanha de caju com gengibre, entre outros. Tudo regado a vinhos finos”.

Um luxo. O povo da pandemia que aperte o cinto!

Leandro Narloch publicou um texto na Folha em 8 de setembro de 2021, intitulado, “Abusos e ilegalidades do STF dão força ao bolsonarismo”, onde afirmava:

“Foi o ódio ao STF que levou tanta gente para a rua nesta terça-feira (7) ... a verdade crua é que o ódio e o sentimento de injustiça são os motores mais potentes de mobilização... Alexandre de Moraes e o STF como um todo geram a repulsa...Seus abusos e ilegalidades, suas interpretações criativas e superabrangentes da Constituição...
- O STF proibiu o TCU de examinar denúncias de mordomias concedidas pela Itaipu a... ministros do STF.
- Proibiu a investigação contra Dias Toffoli, apesar dos fortes indícios de venda de sentenças do TSE.
- O STF enterrou a Lava Jato em Brasília, sendo que ele próprio tinha determinado que o lugar dela era no Paraná.
- Alexandre de Moraes... mantém inquéritos ilegais, bloqueia a conta de organizadores de passeatas ou prende deputados baseado em termos controversos como o 'mandado de prisão em flagrante'.
Barroso, Gilmar Mendes, Dias Toffoli, Alexandre de Moraes e Ricardo Lewandowski não contribuem para a respeitabilidade do STF quando contrariam o que diz com toda a clareza a Constituição”.

Crimes, crimes e mais crimes e ninguém pune os ministros.

Esse abuso contra a nação brasileira não vai parar tão cedo.

E não vai parar por um motivo bem simples: O STF foi cooptado pelas ideias do Novo Constitucionalismo brasileiro contidas nos livros do Profeta Barroso.

A única solução é retirá-los do Olimpo em que se encontram, não fechar o STF como eles alegam, mas processá-los dentro da lei e fazê-los pagar pelos crimes que cometeram.

Neste 1º de maio de 2022, todos os brasileiros que quiserem, podem e devem mostrar todo amor que nutrem ao STF ou toda indignação e revolta, indo às ruas e protestando contra a usurpação de poder praticada pelos elementos que se dizem supremos.

Ainda somos livres.

Foto de Carlos Sampaio

Carlos Sampaio

Professor. Pós-graduação em “Língua Portuguesa com Ênfase em Produção Textual”. Universidade Federal do Amazonas (UFAM)

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