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O voto, suas razões e a razão cínica

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“Pois é assim que o suicídio de uma nação se inicia: quando o sentimentalismo prevalece sobre a razão”. (Roger Scruton – Filósofo).

Faltando poucos dias para as eleições, identificamos três tipos de votos: o voto envergonhado, o voto desavergonhado e o voto orgulhoso.

O voto orgulhoso é aquele é que será depositado na urna e o eleitor teclará com gosto o número 22, apertará o verde e pronto, sairá comemorando enrolado na bandeira do Brasil.

O voto desavergonhado será exercido pelos apresentadores e por todos aqueles que se acham influenciadores do povo brasileiro, que se declaram “comunas/socialistas” e perderam completamente a noção de ética.

O voto envergonhado será exercido pelo povão que desde a redemocratização é submetido a um regime de alienação extremada. Em suas mentes a propaganda dos governos do PSDB e PT se misturam e agora mostram que os dois eram a mesma coisa. O povão sente que foi enganado todo esse tempo, mas não consegue se livrar dessas cadeias diabólicas.

O voto orgulhoso será cumprido por todos aqueles que despertaram do marasmo em que se encontravam e espantados verificaram as roubalheiras que aconteciam no país. Descobriram que os símbolos da nação (bandeira, 7 de setembro, dia do trabalho) estavam sendo profanados, pisoteados, as esquerdas sambavam sobre eles e tentavam trocar o verde-amarelo pelo vermelho. Esses apertarão com todo gosto o 22 e sairão enrolados na bandeira comemorando.

O voto desavergonhado será representado pelos chamados “intelectuais” que tem cocô de barata na cabeça” e pregam o marxismo/socialismo. São cantores, atores, compositores, influenciadores, jornalistas, filósofos humoristas, teólogos, antropólogos, diretores de Tv, apresentadores de jornais, professores, desembargadores, juízes e todos aqueles que descaradamente fecham os olhos para a roubalheira dos petistas.

Usam, para defenderem o que acobertam, a “razão cínica”:

“Peter Sloderdijk, no livro “Crítica da Razão Cínica”, usa a frase de Marx, pelo qual esse dizia “Sie wissen das nicht, aber sie tun es” (eles não sabem o que fazem, mas fazem mesmo assim), numa crítica ao pensamento da burguesia da época.

Sloterdijk inverte a frase de Marx para tratar de sua crítica da razão cínica, para dizer: eles sabem o que fazem e continuam a fazer do mesmo modo”.

Esses pseudos-artistas tupiniquins, alguns se denominam intelectuais, estão mergulhados e envoltos pela “razão cínica”: sabem da roubalheira, participaram dela indiretamente porque se calaram, sabem o que aconteceu no governo petista que assaltou o país por mais de 14 anos, sabem que estão defendendo tudo o que está errado no Brasil, mas defendem assim mesmo.

Essa é a “razão cínica” dos tais “intelectuais brasileiros” que o resto da sociedade não consegue entender.

O voto envergonhado será praticado pelos brasileiros humildes, com pouco acesso a cultura. Eles sofreram um processo de desinformação: ouvem e veem as cenas de roubalheira, mas se sentem incapazes de refletir, não possuem consciência crítica, foram abusados mentalmente por uma “elite intelectual vagabunda”, a turma da “razão cínica”, que se especializou em dizer mentiras, levando essa irresponsabilidade ao extremo e afirmando aos que foram estuprados em suas mentes, que tudo é relativo, sustentando que a verdade objetiva não passa de uma convenção social.

Infantilizaram a sociedade brasileira através de promessas que nunca foram realizadas. E esses que foram violentados mentalmente não conseguem enxergar o que está por trás da verdade aparente, dos discursos adocicados, das falas sentimentais, das caras cínicas cheias de cachaça.

A esperança daqueles que reafirmarão o voto orgulhoso é que aqueles que concretizarão o voto envergonhado, despertem a tempo e se sintam altivos, quebrem o feitiço que os prenderam com discursos melífluos, passem a acreditar em si mesmos e não em promessas irreais, que comprometerão o seu futuro e o futuro de seus filhos.

Se assim procederem Jair Bolsonaro poderá terminar a limpeza que começou e deportará para sempre o cinismo, a mentira e a falta de vergonha que se apossou da nação.

Foto de Carlos Sampaio

Carlos Sampaio

Professor. Pós-graduação em “Língua Portuguesa com Ênfase em Produção Textual”. Universidade Federal do Amazonas (UFAM)

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