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Até a Polícia Federal é intimada pelo TSE para prestar esclarecimentos

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Apesar dos reincidentes ‘erros’ dos institutos de pesquisas. Só para citar alguns exemplos: no Rio Grande do Sul o General Mourão aparecia em 3º na véspera da eleição para o senado. Mourão se elegeu. O IPEC (antigo Ibope) e o DATAFOLHA erraram por 14 pontos a votação entre Bolsonaro e Lula, muito acima da margem de erro que seria de 3%.

Mesmo assim, o corregedor geral da Justiça Eleitoral e ministro do TSE Benedito Gonçalves intimou na noite de sexta-feira (14), o presidente do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), Alexandre Macedo, e a Polícia Federal (PF) para que se manifestem no prazo de três dias sobre as investigações a respeito dos institutos de pesquisa.

O despacho do corregedor cita:

"Indícios do desvio de finalidade em tese caracterizado pelo uso de órgãos administrativos para lograr objetivos eleitorais."

Com todo respeito, Excelentíssimo Ministro Benedito Gonçalves, essa frase se encaixa em outra instituição que está usando de sua estrutura e poderes para ‘lograr objetivos eleitorais’. 

A instauração do inquérito foi solicitada pelo ministro da Justiça e Segurança Pública, Anderson Torres, ao qual a PF está subordinada. No último dia 4, ou seja, dois dias após a realização do primeiro turno das eleições gerais, Torres anunciou, no Twitter, que tinha pedido a abertura de inquérito policial para apurar supostas “condutas que, em tese, caracterizam a prática de crimes perpetrados” por alguns institutos.

Na quinta-feira (13), o presidente do Tribunal Superior Eleitoral, o ministro Alexandre de Moraes suspendeu as investigações. Moraes disse que cabe à Justiça Eleitoral fiscalizar os institutos e determinou que a Corregedoria Geral Eleitoral e a Procuradoria Geral Eleitoral investiguem o caso. 

Ambos os procedimentos foram motivados pela discrepância entre pesquisas de intenção de voto divulgadas na véspera do primeiro e o desempenho nas urnas acima do esperado por Bolsonaro, que tenta a reeleição. 

É importante ressaltar que os erros não foram só na corrida presidencial. Nas pesquisas para governador e para senador os erros também foram gritantes – mas isso poderia ser erro ou mera incompetência. O que chama a atenção é que todos os erros favoreciam candidatos à esquerda e ninguém é tão incompetente assim.

Foto de Eduardo Negrão

Eduardo Negrão

Consultor político e autor de "Terrorismo Global" e "México pecado ao sul do Rio Grande" ambos pela Scortecci Editora.

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