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Fábula: a tentação do Brasil... E o diabo abriu as portas de sua mansão infernal

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“O fato de que muitos políticos de sucesso sejam mentirosos não é exclusivamente um reflexo da classe política, é também um reflexo do eleitorado. Quando as pessoas querem o impossível, somente mentirosos podem satisfazê-las”. (Thomas Sowell).

E o diabo abriu as portas de sua mansão infernal e subiu ao Brasil.

Veio vestido de vermelho e encarnou no corpo de um “velho-pinguço-decrépito”, com orelhinhas de morcego, de 77 anos que estava preso.

Rapidamente começou a fazer ilusionismos: primeiro persuadiu os ministros do supremo de que era inocente e foi libertado para disputar a presidência do Brasil; depois convenceu seu arqui-inimigo Alckmin, religioso e católico, que afirmava sem parar que o “pau-d’água” queria “voltar à cena do crime”, a mudar de atitude e afirmar que o “esponja” era ótima pessoa; depois persuadiu boa parte dos “intelectuais sem-noção” que dirigem universidades, “jornalistas”, juízes, advogados, “os artistas”, “religiosos progressistas” e uma miríades de seres que passam a vida sugando o sangue dos outros a trabalhar noite e dia para ele e afirmar que o “borracho” é o candidato ideal para governar o Brasil.

Feita essa primeira parte do trabalho, o diabo arrebatou o Brasil, e assim como havia feito com Jesus, o levou ao deserto para ser tentado.

E tendo suplantado uma epidemia e uma guerra, o Brasil teve fome.

E o diabo, na figura do “velho-decrépito-cachaceiro”, disse:

- “Se tu, Brasil, estás bem, depois de uma epidemia e uma guerra, por que não és o maior país do mundo”?

O Brasil, porém, respondeu:

- “Toda nação é rica pelo trabalho, não pela mentira que sai da boca do homem”.

Então o diabo conduziu o Brasil até as maravilhosas ideias “comunas-progressistas” afirmando ser aquilo o máximo que a humanidade produziu.

E disse-lhe:

- “Se tu és a nação mais cristã do mundo, então afirma todas essas teorias; porque está escrito: Que o Deus ao qual professas fé, aos seus anjos dará ordens a teu respeito, e tua língua não obedecerá. E dominarão tua mente para que jamais afirmes que me queres bem”.

E disse o Brasil:

- “Em minha mente jamais se multiplicarão essas ideias de te querer bem”.

E novamente o Brasil foi conduzido pelo “velho-decrépito-pinguço” ao mais alto monte da terra e fez a ele promessas e mais promessas:

- “Renovarei e ampliarei o programa Bolsa Família em R$ 600, com adicional de R$ 150 por criança de até seis anos. Revogarei o teto de gastos e farei investimentos em infraestrutura e reforma tributária. Retomarei a política de valorização do salário mínimo. Criarei uma política econômica “para combater a inflação e enfrentar a carestia, em particular a dos alimentos e a dos combustíveis e eletricidade”. Revogarei os “marcos regressivos” da legislação trabalhista. Criarei uma nova legislação trabalhista. Retomarei investimentos em infraestrutura e habitação. Prometo não privatizar a Petrobras, Eletrobras, Correios, Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal e Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES)...”

Nesta altura do discurso, ao falar das estatais que estão dando lucro, o “velho-decrépito-pinguço” esfregou as mãos de contentamento já antevendo o caos e a roubalheira e continuou:

- “... Os pobres ficarão ricos e todos comerão picanha e tomarão cerveja a vontade”.

E finalizou dizendo:

- “Tudo isto ganhará o país se, ajoelhado, votar em mim. Será o paraíso na terra. O sonho dos que não trabalham, mas tem tudo”.

Então disse-lhe o Brasil:

- “Vai-te, Satanás, porque está escrito: Uma nação cristã jamais adorará a mentira como exemplo para seus filhos. Deus, Pátria, Família, Liberdade são preceito inegociáveis. Jamais nos humilharemos a Satanás!
Vai-te, Espirito das Trevas. Volta para o inferno de onde viestes. Somos uma terra de luz, de amor, de trabalho, tudo o que dizes já está acontecendo. Só aqueles que te adoram é que insistem em negar. Disse Sowell na abertura dessa fábula: “quando as pessoas querem o impossível, somente mentirosos pode satisfazê-las”. És o Pai da Mentira. És o inimigo da verdade. Chega!
Vai-te e nos deixa em paz, pois jamais terás nosso apoio ou nosso voto!
Domingo te mandaremos de volta para o inferno!”
Foto de Carlos Sampaio

Carlos Sampaio

Professor. Pós-graduação em “Língua Portuguesa com Ênfase em Produção Textual”. Universidade Federal do Amazonas (UFAM)

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