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Por sobrevida, Temer tem que exonerar Geddel

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Quem conhece Geddel Vieira Lima viu como absurdo quando Michel Temer o contemplou com enorme poder, efetuando sua nomeação como ministro da Secretaria de Governo.

Um cargo chave para um político de pouca credibilidade, com uma vida pregressa extremamente tortuosa.

Na década de 80, antes mesmo de ter qualquer mandato eletivo, Geddel já tinha contra si, acusações de corrupção. Entre os anos de 1983 e 1984, quando exerceu a função de diretor da corretora do Banco do Estado da Bahia (BANEB), Geddel foi acusado por adversários políticos de ter se favorecido com rendimentos acima da média em aplicações bancárias.

Na sequência, ocupou outros cargos, até se eleger deputado federal em 1990, numa campanha extremamente milionária.

Nos cinco mandatos na Câmara, o deputado baiano esteve envolvido em escândalos, tendo sido citado, por exemplo, no caso dos ‘anões do orçamento’.

Como ministro da Integração Nacional do ex-presidente Lula, teve atuação alvo de muitas críticas e tida como meramente eleitoreira, buscando tão-somente viabilizar sua eleição ao Governo da Bahia, que acabou não se concretizando.

Diante desse passado tão turbulento, contrastando com o do ministro demissionário Marcelo Calero, as acusações deste ganham ainda mais força.

Calero atribui sua demissão a uma suposta pressão de Geddel para que um empreendimento imobiliário em Salvador, Bahia, fosse autorizado pelo Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional).

‘Não desejo isso pra ninguém. Estar diante de uma pressão política, diante de um caso claro de corrupção. Venho aqui de cabeça erguida e peito aberto. Desde o primeiro momento eu fui muito claro, que nada fora do script, do roteiro, iria acontecer. Nem que isso custasse eu sair do ministério. Tenho uma responsabilidade com as pessoas em nome de um projeto’, ressaltou o ex-ministro.

Calero ainda afirmou, que interesses pessoais não podem ultrapassar a questão de uma construção de um prédio em uma área histórica de Salvador.

“É um mundo à parte. Pensei: 'Esse cara é louco, esse cara é maluco'. Parece que muitas vezes essa classe [política] tem um descolamento totalmente alheio à situação das pessoas", arrematou.

Calero também disse que o titular da Secretaria de Governo acionou ‘vários interlocutores’ para pressioná-lo a rever o embargo da obra.

O mais grave e preocupante é que, segundo o ex-ministro, Michel Temer foi avisado e, pelo visto, preferiu perder um auxiliar sério ao invés de se contrapor a um outro todo enrolado, cheio de problemas e denúncias escabrosas.

da Redação

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