A baderna oficial: A conversa ao "pé do ouvido", a "festa" revelada e o "advogado de bermuda"...

13/12/2022 às 19:41 Ler na área do assinante

Na segunda-feira (13), o ex-presidiário Lula (PT) participou em Brasília de uma “confraternização” com samba na casa do advogado Antônio Carlos de Almeida Castro, o “Kakay” - aquele mesmo que já apareceu no STF de bermuda.

A “confraternização” aconteceu depois da sua diplomação e do seu vice, Geraldo Alckmin (PSB). Diversos políticos aliados de Lula participaram da reunião. Entre eles, o exgovernador da Bahia, Rui Costa (PT). 

Questionado sobre o assunto pela CNN Brasil, Rui Costa disse que a reunião era apenas uma “confraternização”. Também foram para a “confraternização”: o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Alexandre de Moraes, e o vice-presidente da Corte, Ricardo Lewandowski.

Como a atividade jornalística tem sido criminalizada, especialmente quando criticamos o "establishment", nos limitaremos a lembrar o que diz o Código de Ética da Magistratura Nacional:

CAPÍTULO I
Art. 1º O exercício da magistratura exige conduta compatível com os preceitos deste Código e do Estatuto da Magistratura, norteando-se pelos princípios da independência, da imparcialidade, do conhecimento e capacitação, da cortesia, da transparência, do segredo profissional, da prudência, da diligência, da integridade profissional e pessoal, da dignidade, da honra e do decoro.
CAPÍTULO II (INDEPENDÊNCIA)
Art. 4º Exige-se do magistrado que seja eticamente independente e que não interfira, de qualquer modo, na atuação jurisdicional de outro colega, exceto em respeito às normas legais.
Art. 5º Impõe-se ao magistrado pautar-se no desempenho de suas atividades sem receber indevidas influências externas e estranhas à justa convicção que deve formar para a solução dos casos que lhe sejam submetidos.
Art. 7º A independência judicial implica que ao magistrado é vedado participar de atividade político-partidária.

E festa de comemoração de um candidato recém diplomado é atividade político-partidária. Também fica difícil não ‘receber influencias externas’ se o magistrado se expõe a festejar com samba e bebidas alcoólicas a conquista de um grupo político específico.

E nem vou falar do áudio vazado durante a cerimonia onde pode-se ouvir a frase:

– Missão dada, missão cumprida!

Eduardo Negrão

Consultor político e autor de "Terrorismo Global" e "México pecado ao sul do Rio Grande" ambos pela Scortecci Editora.

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