Instituto de advogados aponta inúmeras ilegalidades em prisão de mais de 1,2 mil pessoas em Brasília

O Instituto Nacional de Advocacia (Inad) acabou de protocolar, na tarde desta terça-feira (10), ofício ao Ministério dos Direitos Humanos e Conselho Federal da OAB apontando uma série de ilegalidades na prisão de mais de 1.200 pessoas, que estão no ginásio da Academia da Polícia Federal, em Brasília.

O Inad afirma o que já vinha se cogitando nas redes sociais, que crianças e idosos haviam sido detidos, e alerta as autoridades que a situação é considerada uma "atrocidade jurídica" porque o local para onde os manifestantes, contrários a Lula (PT), foram levados não é o adequado para receber tantas pessoas ao mesmo tempo e sequer tem lugar para dormir.

- Acreditamos ser mais importante chamar a atenção para a gritante violação dos direitos humanos durante este cárcere, considerando o surgimento de notícias de que os manifestantes presos estão sem comida, água e ambiente adequado para dormirem, tendo todos eles sido amontoados num dos prédios da Polícia Federal que não possui estrutura para o acolhimento de tantas pessoas. Pior, inexplicavelmente até crianças foram criminosamente detidas, fato esse que gerará um trauma sem precedentes na vida desses jovens - diz trecho do documento.

Mais cedo, porém, o ministro do STF, Alexandre de Moraes, que determinou as prisões, comentou sobre as queixas dos encarcerados e disse que "prisão não é colônia de férias".

- (...) Reclamam porque estão presos, querendo que a prisão seja uma colônia de férias - disse o magistado. 

- As instituições irão punir todos - avisou.

- Não é possível conversar com essas pessoas de forma civilizada. Essas pessoas não são civilizadas - acrescentou. 

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