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Conjecturas assustadoras sobre as reais razões da posse de Dilma na presidência do Banco dos Brics

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Aconteceu, finalmente, o inconcebível: Dilma Rousseff, nossa ex-presidANTA, foi sabatinada e APROVADA(!!!) por economistas do BRICS para substituir o atual presidente do NBD, Banco dos BRICS, o brasileiro Marcos Troyjo.

Fico tentando imaginar o tipo de sabatina que levou esta mulher, absolutamente parva, a ser aprovada.

Como professor universitário e ex-assessor da CAPES–MEC para a Pós-Graduação em engenharia III (Mecânica, Aeroespacial, Naval e Sistemas de Produção), não consigo entender como esta mulher - que destruiu todos os parâmetros macroeconômicos do Brasil, jogando o País na maior recessão de sua História, gerando desemprego e inflação insuportáveis e ‘impinchada’ pelo conjunto de sua obra - tenha a capacidade intelectual de ser aprovada em uma sabatina séria para um Banco do porte do NBD, o Banco dos Brics (Brics, Grupo composto por Brasil, Rússia, China, Índia e África do Sul).

Dilma alimenta o folclore político do Brasil com as maiores imbecilidades, as estultices jamais concebíveis para uma figura pública. Uma delas vai aqui, ipsis verbis, bem a propósito de sua sabatina:

“Nós não vamos colocar uma meta; nós vamos deixar uma meta aberta. Quando a gente atingir a meta, nós dobramos a meta.”

Fica, então a pergunta: Dilma estabeleceu uma meta para sua gestão no NBD, durante a sua sabatina? Se estabeleceu, certamente ninguém entendeu.

Diante da desatino e da falta de vergonha de Lula para a indicação de Dilma – haja cara de pau para isto! – e da aberração da sua ‘aprovação’ na sabatina, ficamos a CONJECTURAR sobre os acordos subjacentes que se construíram para culminar em tamanho despropósito. Conjecturemos, então.

Comecemos com uma notícia do G1 de 10/02/2023 (cerca de um mês atrás):

“O governo Lula ACERTOU com seus parceiros do grupo do Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) a indicação da ex-presidente Dilma Rousseff para comandar o Novo Banco de Desenvolvimento (NBD), instituição do bloco.”

Quer dizer, a ida de Dilma para o NBD já havia sido previamente ACERTADA entre o Grande Bandalho, Lula, e os parceiros do Brics. A sabatina parece, então, ter sido apenas proforma, para dar ares de coisa séria ao que fora apenas uma farsa. Tudo, parece, já estava previamente ACERTADO.

Mas, por uma questão pedagógica, interrompamos nossas conjecturas neste ponto, para falar um pouco sobre o NBD, o Banco dos Brics. Eis o que se obtém de informação sobre o próprio Banco:

“O Banco dos BRICS (Banco de Desenvolvimento do BRICS) é uma instituição financeira multilateral estabelecida pelos países BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) em 2014.”
“O capital inicial do Banco dos BRICS foi de US$ 50 bilhões, dos quais cada um dos países fundadores contribuiu com US$ 10 bilhões. Desde então, o banco aumentou seu capital para US$ 100 bilhões, com cada país contribuindo com mais US$ 10 bilhões. Portanto, o capital total do Banco dos BRICS é de US$ 100 bilhões.”

Com base nesta informação, conclui-se que o Brasil já aportou ao NBD US$ 20 bilhões, uma quantia de dinheiro monumental. Para que o leitor tenha uma ideia do que sejam 20 bilhões de dólares, faço uma comparação. 

O LHC (Large Hadron Collider, ou Grande Colisor de Hadrons) talvez seja a mais notável maravilha tecnológica concebida e construída pelo ser humano. É um equipamento que incorpora um tubo acelerador de partículas subatômicas de 27 km de circunferência, construído na fronteira da Suíça com a França. O objetivo do equipamento é o de acelerar dois feixes de partículas à velocidade próxima da luz e fazê-los colidir frontalmente, fragmentando as partículas e detectando os fragmentos, para se perceber a estrutura mais íntima da matéria e, assim, entender como o universo é e como foi formado. Foi lá que, por exemplo, o bóson de Higgs, uma partícula fundamental no universo, que confere massa a todas as demais partículas, teve sua existência confirmada. 

Antes, sua existência era demonstrada apenas matematicamente. Seria impossível, neste curto e modesto texto, dar uma ideia, simples que seja, da importância das pesquisas científicas levadas a cabo no LHC. Tal laboratório, de incrível complexidade, teve sua construção (e tem sua operação) financiada por um grupo de países, entre os principais a Alemanha, França, Reino Unido, Itália e Espanha. Pois bem, sabem quanto custou o projeto e construção desta maravilha? Custou US$ 10,3 bilhões de dólares. Ou seja, o Brasil já desembolsou o equivalente a quase dois (!) LHC para o Banco dos Brics, aquele que Lula quer que Dilma administre. Deu para perceber a montanha de dinheiro que o Brasil depositou no NBD, o banco que, por vontade de Lula, será entregue a Dilma, a Parva? Claro, o absurdo é bem maior: ela disporá, ainda, de mais US$ 80 bilhões depositados pelos outros países membros dos Brics.

Mas, voltemos à nossa conjectura sobre os reais motivos de Lula (e, presumivelmente, da China) para colocar Dilma a administrar os cem bilhões de dólares do NBD. Continua a informação do próprio Banco:

“O Banco dos BRICS financia projetos em diversos países em desenvolvimento em diferentes regiões do mundo, mas a maioria dos projetos está concentrada nos países membros do próprio bloco BRICS.” 

A propósito, Dilma, enquanto presidANTA submeteu seis projetos ao NBD, cinco dos quais foram rejeitados. E agora vai presidir o Banco!

Vamos em frente com a informação do NBD:

“Alguns exemplos de projetos já financiados pelo Banco dos BRICS incluem:
1. Construção de uma linha de trem de alta velocidade na Rússia
2. Financiamento de parques eólicos na Índia
3. Investimento em projetos de energia solar na China
4. Apoio a projetos de infraestrutura na África do Sul
5. Financiamento de uma hidrelétrica no Brasil

Além dos países membros do BRICS, o banco também financia projetos em outros países em desenvolvimento, como Bangladesh, Egito e OUTROS PAÍSES DA AMÉRICA LATINA, África e Ásia.” (O destaque é meu).

Ufa! Cheguei ao ponto!

Financiar “outros países da América Latina”, eis a questão, diria Shakespeare, pela boca de Hamlet. Quais são os “outros países da América Latina” que Lula gostaria de financiar e que contariam, presumo, com o apoio entusiástico da China? O leitor já sabe a resposta: Venezuela, Cuba, Nicarágua, Argentina...

A intenção de voltar a usar o dinheiro dos brasileiros para financiar ditaduras latino-americanas, via BNDES, pegou muito mal e Lula procurou uma fonte alternativa: o dinheiro dos brasileiros colocado no Banco dos Brics. Sim, leitor, seremos nós, os contribuintes brasileiros, que deveremos, ao fim e ao cabo, continuar financiando, agora via Brics, ditaduras corruptas, sanguinárias e financeiramente quebradas da América Latina. Mas não é apenas isso. A coisa é muito pior. Destaco trechos de informação publicada pela CNN em 13/03/2023:

“A general Laura Richardson falando durante uma audiência do Comitê de Serviços Armados da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos no dia 8 de março de 2023, afirmou:

‘A República Popular da China expandiu sua capacidade de extrair recursos, estabelecer portos, MANIPULAR GOVERNOS por meio de práticas predatórias de INVESTIMENTO e construir instalações espaciais de uso duplo em potencial – a maior parte das instalações espaciais em qualquer região tem potencial combatente.’

E continua a general:

“A China está empurrando a região (América Latina e Caribe) para uma armadilha de dívida associada a múltiplos empréstimos”.

Múltiplos empréstimos, inclusive com dinheiro dos brasileiros colocado no Banco dos Brics, acrescento.

O general Glen VanHerck, comandante do Comando Norte dos EUA, afirmou que a expansão da China busca aumentar sua influência em todo o mundo através de “investimentos” em projetos sul-americanos. Investimentos também com dinheiro dos brasileiros, acrescentemos.

“Temos que prestar mais atenção a esta região”, disse Richardson.

E acrescentou:

“A proximidade importa. Eles estão a poucos quilômetros de nossa pátria. Estamos em um bairro, esses são nossos vizinhos e temos que dar atenção a eles”.

Perfeito, general Glen VanHerck, e é preciso também dar mais atenção aos passos de Lula que, junto com o governo da China, participa da mesma armadilha da “dívida associada a múltiplos empréstimos.” O que este esquema visa, ao fim e ao cabo, é colocar a América Latina e o Caribe de cócoras diante da China, endividados até o pescoço e sob ditaduras ungidas pelo governo chinês.

É claro que tal esquema não seria exequível mantendo-se Marcos Troyjo na presidência do Banco dos Brics. Esta incumbência foi dada, então, à ex-presidANTA, Dilma Rousseff. Afinal, para assinar empréstimos determinados pela China e o Brasil, ela está perfeitamente preparada intelectualmente.

Esta é a minha conjectura feita a partir do ACERTO de Lula para a colocação de Dilma Rousseff na presidência dos NBD. Aguardemos os fatos futuros, que deverão confirmar esta conjectura.

Foto de José J. de Espíndola

José J. de Espíndola

Engenheiro Mecânico pela UFRGS. Mestre em Ciências em Engenharia pela PUC-Rio. Doutor (Ph.D.) pelo Institute of Sound and Vibration Research (ISVR) da Universidade de Southampton, Inglaterra. Doutor Honoris Causa da UFPR. Membro Emérito do Comitê de Dinâmica da ABCM. Detentor do Prêmio Engenharia Mecânica Brasileira da ABCM. Detentor da Medalha de Reconhecimento da UFSC por Ação Pioneira na Construção da Pós-graduação. Detentor da Medalha João David Ferreira Lima, concedida pela Câmara Municipal de Florianópolis. Criador da área de Vibrações e Acústica do Programa de Pós-Graduação em engenharia Mecânica. Idealizador e criador do LVA, Laboratório de Vibrações e Acústica da UFSC. Professor Titular da UFSC, Departamento de Engenharia Mecânica, aposentado.

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