A verdade sobre o caso Galileu – e as mentiras anticatólicas de sempre...

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A Igreja Católica é alvo de perseguições desde que surgiu. Difamações, calúnias e até mesmo o emprego da violência contra a instituição ou fiéis não constituem a menor novidade. Os inimigos da Igreja são variados, mas nutrem o mesmo desejo: diluir a sua influência perante a sociedade.

Quem nunca escutou que a Igreja matou milhões na fogueira da Inquisição, que ela era inimiga da ciência e condenou Galileu Galilei à morte por defender o heliocentrismo?

De políticos de esquerda a pessoas comuns, essas bobagens são repetidas como verdades do Evangelho. Pior: até mesmo na própria direita tem quem fale algo do gênero.

A verdade é bem diferente. O caso Galileu merece maiores esclarecimentos. É emblemático e revelador, principalmente para refutar mais uma mentira anticatólica vendida como verdade inquestionável.

Como não poderia deixar de ser, a lógica desmente os difamadores anticatólicos sem o menor esforço.

Se a Igreja não queria que a população tivesse acesso ao heliocentrismo por considerá-lo herético, por qual motivo não repreendeu Nicolau Copérnico, autor da referida teoria?

Isso por si já destruiria grande parte da invencionice do caso. Além disso, Copérnico era cônego da Igreja, o que demonstra que ciência e fé não eram inimigos mortais para os homens de batina. Muito pelo contrário: nenhuma instituição fez mais pelo desenvolvimento científico que a Igreja. O livro de Thomas E. Woods Jr, Como a Igreja Católica construiu a Civilização Ocidental, demonstra a importância da mesma para o progresso e as descobertas na área científica.

Bom, voltemos especificamente a Galileu. O cientista italiano não foi alvo de uma perseguição implacável por defender uma teoria científica aparentemente banal. Como já disse, o heliocentrismo nasceu no seio da Igreja Católica. O problema começou quando ele misturou ciência com religião e queria embasar suas posições com inverdades teológicas. Ao adentrar em um campo reservado aos doutores da Igreja, Galileu cometeu uma série de equívocos e revoltou muita gente – dentro e fora da instituição.

Um deles, por exemplo, foi uma carta em que Galileu dizia para a Igreja admitir um erro no Antigo Testamento em Josué 10:12,13. A passagem trata da ação de Josué em parar o Sol para derrotar os amorreus. Ora, como tratar de uma questão eminentemente teológica que escapa da compreensão racional utilizando conceitos meramente científicos? O impacto na fé dos devotos, pouco habituados ao debate científico, seria enorme. A Igreja não poderia ficar quieta.

E não ficou. O que ela fez? Condenou Galileu à morte, como dizem os abobados anticatólicos? Não. A Igreja apenas recomendou ao cientista que tratasse o heliocentrismo como hipótese – não havia como prová-la na época e muitos estudiosos renomados desacreditavam da mesma – e não misturasse conceitos teológicos e de caráter religioso com científicos. Além disso, Galileu morreu recebendo a indulgência plenária, ou seja, em paz com a Igreja. Uma vez comprovada a teoria heliocêntrica, suas publicações foram retiradas do Index.

A querela de Galileu com a Igreja foi ruim para ambos. Desfez o equilíbrio entre ciência e fé conquistado tão arduamente por São Tomás de Aquino. Ao próprio Galileu, custou anos perdidos em uma disputa infrutífera. Para a Igreja, difamações futuras que abalariam a sua imagem de maneira quase irreversível. O caso é contado em detalhes no ótimo livro do jornalista e pesquisador italiano Rino Cammilleri, A Verdadeira História da Inquisição.

Os movimentos revolucionários sempre enxergaram a Igreja Católica como alvo a ser combatido. A Revolução Francesa guilhotinou padres, freiras e bispos, além de tomar as terras da Igreja. A Revolução Russa foi além dos assassinatos e das perseguições ao colocar em prática a ideia do Estado como Deus para gerar uma sociedade sem fé. Isso para não falar no nazifascismo, outra ideologia revolucionária anticristã que também perseguiu católicos. A mentalidade revolucionária foi responsável por essas bizarrices e permanece na esquerda progressista, daí que a mesma querela contra a religião – principalmente o Cristianismo – permaneça nos discursos e nas práticas dos esquerdistas contemporâneos.

Qual foi o século que marcou a derrocada da influência da Igreja perante a sociedade? O século XX, evidentemente. O que se viu nele? Duas guerras mundiais, ascensão dos totalitarismos, matanças em série perpetradas por ditaduras, comunismo e nazifascismo, de modo que as vítimas dessas chagas passam facilmente dos 150 milhões.

Os maiores vigaristas odeiam a Igreja Católica e mentem sobre ela. O caso Galileu exemplifica bem. Que os direitistas não comprem tais narrativas, pois a verdade deve prevalecer sempre.

Foto de Carlos Júnior

Carlos Júnior

Jornalista

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