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A ameaça gravíssima do general aos militares da ativa

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A Revolução de 1964 sempre foi um motivo de orgulho para as Forças Armadas brasileiras, foi um movimento de ebulição sem precedentes na história recente do país cuja fagulha inicial foi a inesperada renúncia do presidente Jânio Quadros (maluco mas democraticamente eleito) que colocou na presidência o vice-presidente Jango Goulart, quer pertencia a chapa adversária à de Jânio.

Naquela época você podia votar no candidato a presidente de um partido e no vice de outro – imagine se o Lula tivesse que ter como vice o general Braga Netto? Ou se Bolsonaro tivesse ganho, mas com Geraldo Alckmin como vice-presidente? Tenso, né?

Some-se a isso o clima dicotômico da Guerra Fria, naquela época ou você estava com os Estados Unidos ou com a União Soviética, não havia 3ª via.  

Houve fortíssima resistência para que Jango Goulart assumisse a cadeira de presidente, o Congresso atrasou em quase um ano sua posse e tivemos até um breve período de regime parlamentarista, tudo por que os parlamentares imaginavam que o objetivo de Jango estava disposto a implantar uma República Sindicalista na América do Sul.

Por tudo isso, a tomada de poder pelas Forças Armadas em 31/01/1964 se deu com forte apoio popular e de grupos de comunicação atuantes até hoje, como a Rede Globo, Grupo Folha de São Paulo, Estadão, Radio e TV Bandeirantes.

Por isso a surpresa quando o novo comandante do Exército, general Tomás Paiva, afirma a interlocutores que as Forças Armadas punirão oficiais que comemorarem o aniversário do regime militar ocorrido nesta sexta-feira (31) ou participarem de eventos organizados por militares da reserva. 

Uma clara ameaça!

Um revisionismo histórico digno de Josef Stalin no ápice do seu poder de ditador (esse sim, genocida) da URSS. 

Foto de Eduardo Negrão

Eduardo Negrão

Consultor político e autor de "Terrorismo Global" e "México pecado ao sul do Rio Grande" ambos pela Scortecci Editora.

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