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Mãe cobra remédio para filho com síndrome rara e prefeito debocha: "Não aceito drama"

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O prefeito de Castanhal, no Pará, Paulo Titan (MDB), respondeu enfurecido uma mãe que cobrou através das redes sociais o medicamento para o filho, que tem uma síndrome rara.

Bruna Melo, mãe do pequeno Miguel, de apenas 9 anos, explicou que o filho foi diagnosticado com megacólon congênito, uma síndrome que impede a atividade normal do intestino por não ter células ganglionares, formando massas de fezes endurecidas.

Desesperada pelo fato da criança estar sem a medicação há quatro meses, a mãe cobrou providências. Surpreendentemente, ela foi rechaçada pelo prefeito.

- Desde 28 de dezembro de 2022, a Prefeitura de Castanhal se nega a dar o medicamento do meu filho! Já são quase 15 mil! Você não disse que iria lutar pelos que precisam? Ou suas causas são pensadas apenas para te beneficiar? A vida de uma criança com duas doenças raras não consegue ter sua atenção, nem do prefeito - escreveu a Bruna.

Na sequência, a mensagem foi rapidamente rebatida por Paulo Titan, que debochou da angústia de Bruna.

- É muito fácil você me encontrar na Prefeitura, diariamente das 8h às 10h, onde atendo dezenas de casos todos os dias. Não aceito é drama através de rede social. Vá na Prefeitura que terá o seu caso resolvido. Abraços - disse o emedebista.

Segundo decisão judicial, as latas de leite Modulen, que custam R$ 300 cada uma - devem ser fornecidas pelo Sistema Único de Saúde (SUS), por meio da prefeitura onde a família mora ou do governo estadual que, nesse caso, é administrado por Hélder Barbalho (MDB). O problema é que nenhuma das duas gestões vinha se responsabilizando pela entrega do alimento que pode salvar a vida do garoto e dar a ele um alívio em sua rotina diária.

- Quatro anos após o diagnóstico de megacolón congênito, descobrimos a retocolite ulcerativa. Essa doença provocou úlceras sangrentas no ânus, que pingava sangue no chão; perda de peso; febre e outros sintomas - esclareceu Bruna.

Após a repercussão do caso, no dia 24 de março, a prefeitura de Castanhal entregou as latas referentes ao mês; mas não deu explicações sobre as unidades que não foram doadas de dezembro de 2022 a fevereiro de 2023.

Nem o governador Hélder Barbalho, nem o prefeito de Castanhal comentaram sobre o atraso na medicação. Mas, o município soltou uma nota afirmando que Titan foi "mal interpretado" em sua fala e que "foi recentemente à Brasília em busca de recursos para a saúde", indicando que o leite pode faltar à criança nos próximos meses.

da Redação Ler comentários e comentar