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A um passo do paredão

A que ponto a República é salpicada por quem deveria servir de paradigma

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No desenrolar dos fatos da Operação Lava-Jato, o juiz Sérgio Moro determinou a prisão de Marcelo Odebrecht e Otávio Azevedo, presidentes da Odebrecht e da Andrade Gutierrez, por considerar que os dois comandavam o cartel de empresas que ganhavam contratos da Petrobras em troca de pagamento de propina a funcionários da estatal e a políticos. E está a um passo de alcançar o ex-presidente Lula.

Preocupado com a situação do ex-presidente Lula, o vice-presidente do Senado, Jorge Viana (PT-AC), leu em Plenário nota de solidariedade, assinada por vários petistas, enfatizando: “Lula é uma afronta às elites que sempre apostaram num Brasil para poucos, num Brasil de exclusão e de desigualdades. [...] No Brasil, entretanto, há hoje uma sórdida campanha de deslegitimação dessa grande liderança. Uma campanha que dispensa argumentos racionais. Uma campanha baseada apenas no ódio espesso dos ressentidos. Entendemos perfeitamente que alguns tenham medo de serem derrotados de novo por Lula em 2018. Mas esse medo não pode dar vazão a atitudes pouco republicanas e francamente antidemocráticas”, diz trecho da nota.

Senador Jorge Viana, poupe os brasileiros honestos e cansados de políticos trambiqueiros, com discurso tão vaselina e cabotino. As elites... Que arenga vazia, recorrente e despropositada em defesa do "Brahma"!? 

No Brasil, quem é um dos maiores expoentes da atual elite brasileira senão o senhor Luiz Inácio Lula da Silva, que entrou pobretão para política e ostenta hoje, ele o seu filho Lulinha, condição econômico-financeira de dar inveja a qualquer trabalhador que não se enveredou pelos caminhos sinuosos da política?

Senador, tenha hombridade de reconhecer que nenhum cidadão honesto entra para a política com objetivo de enriquecer. Somente os crápulas, os ímprobos e os larápios do Erário usam a política para triar proveito da coisa pública ou para pavimentar amizades com empresários visando abiscoitar vantagens ilícitas.

Nenhum cidadão de bem é confundido ou tem o seu nome envolvido com falcatruas. As relações suspeitas do ex-presidente com empresários não são intrigas da oposição, mas fatos cristalinos diante de nós.

A que ponto a República é salpicada por quem deveria servir de paradigma. Que tristeza: “Brahma”, o “nosso amigo”. As mensagens descobertas pela Polícia Federal nos telefones de Léo Pinheiro, ex-presidentes da OAS – aquele que reformou o sítio usado por Lula no interior de São Paulo e que construiu no Guarujá o tríplex do ex-presidente -, não deixam dúvidas da proximidade dos empreiteiros envolvidos no escândalo de corrupção da Petrobras com Lula.

O ex-presidente da República – apelidado de “Brahma” – é tratado pelos empresários como auxiliar capaz de viabilizar negócios no Brasil e em outros países. Os empreiteiros cuidavam da agenda do ex-presidente, marcavam audiências e colocavam seus jatos particulares à disposição dele – tudo feito com discrição. Lula era devidamente remunerado através de palestras, que chegavam a 300.000 reais, segundo Okamotto. E com ajuda dos empresários, a filha morou no exterior, o filho ficou milionário e o sobrinho virou empresário de sucesso.

Se Lula fosse político, por exemplo, nos EUA, na Inglaterra, no Canadá ou na Alemanha, por seus relacionamentos e negócios escusos com empresários, já teria sentado no banco dos réus e hoje estaria preso. Infelizmente, o país é chafurdado por políticos da estirpe de Lula e de outros que o apoiam.

Júlio César Cardoso

Foto de Júlio César Cardoso

Júlio César Cardoso

Bacharel em Direito e servidor (federal) aposentado. 

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