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A morte do general que capturou Che Guevara e o passado sombrio que envolve a esquerda

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Aos 84 anos morreu na Bolívia, o general boliviano Gary Prado Salmón na cidade de Santa Cruz de La Sierra, na Bolívia, neste sábado (6).

Ele ficou conhecido por ter capturado o guerrilheiro argentino Ernesto Che Guevara em 1967.

Prado Salmón estava hospitalizado desde abril, por razões que não foram divulgadas.

"Ele estava ao lado da esposa e dos filhos. Nos deixa um legado de amor, honradez e bom temperamento. Foi uma pessoa extraordinária", escreveu seu filho Gary P. Junior.

Gary Prado Salmón comandou uma patrulha no sudoeste da Bolívia e virou herói nacional ao capturar Che Guevara, que tentava levar a revolução socialista para o país.

É um milagre que o General boliviano Salmon tenha chegado a idade tão avançada. A maioria dos envolvidos na captura e morte do terrorista argentino que tentava dar um golpe de estado na Bolívia, Che Guevara, foram assassinados ou mortos em atos de sabotagem.

O RANCOR IMPERDOÁVEL DOS COMUNISTAS E O PAPELÃO DOS TERRORISTAS BRASILEIROS

A 1ª vítima da vingança pela morte de Che Guevara foi o próprio presidente boliviano à época, general René Barrientos, vitima de sabotagem em seu avião.

Em 1969, o camponês Honorato Rojas, que guiou os militares ao último acampamento de Che, foi executado com quase uma dezena de tiros na cabeça.

Em 1970, um estranho acidente automobilístico decapitou Eduardo Huerta, um dos oficiais sob o comando de Gary Prado, na prisão de Che Guevara. Um ano depois, Roberto Quintanilla, chefe de inteligência do todo-poderoso Ministério do Interior em 1967, foi assassinado em Hamburgo, onde trabalhava como cônsul, com três tiros no peito, disparados por uma militante do Exército de Libertação Nacional boliviano. 

Em 1973, Andrés Selich, responsável pelo enterro de vários guerrilheiros, inclusive Guevara, foi assassinado a pauladas.

Em 1976, o esquerdista Juan José Torres, chefe do estado-maior à época de Barrientos, foi morto no exílio, em Buenos Aires. No mesmo ano, o comandante da 8ª divisão do exército boliviano, Joaquín Zenteno Anaya, foi assassinado em Paris por um grupo autodenominado Comando Internacional Che Guevara, que nunca mais fez ou reivindicou qualquer ação.

No Brasil, o grupo terrorista Colina (sigla para Comando de Libertação Nacional) – que ficaria famoso por ter a futura presidente Dilma Roussef entre seus integrantes – decidiram matar o capitão boliviano Gary Prado, comandante da operação e responsável pela captura, de Che Guevara. Prado fazia um treinamento no Rio de Janeiro.

No dia do atentado, 1º de julho de 1968, armados com duas pistolas e um revólver, os terroristas iniciam a operação. Se aproximaram do militar e dispararam 7 tiros matando-o imediatamente, antes de fugir roubaram a pasta que o oficial estrangeiro carregava.

Quando chegaram ao seu esconderijo checaram os documentos do homem executado a sangue frio em plena Urca, barro central e muito movimentado do Rio e tiveram uma surpresa o passaporte confirmava: haviam matado Edward Ernest Tito Otto Maximilian Von Westernhagen, major do Exército alemão. Homem errado.

Foto de Eduardo Negrão

Eduardo Negrão

Consultor político e autor de "Terrorismo Global" e "México pecado ao sul do Rio Grande" ambos pela Scortecci Editora.

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