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Suprema Corte, entre o amor e o ódio: "É bílis, ódio, mal sentimento, é uma coisa horrível..."

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Não é de hoje que ministros do STF proferem frases polêmicas, sejam nos autos ou fora deles.

Uma mistura de amor e ódio que muitas vezes impactam na vida social e política de nossa jovem e conturbada (ainda) democracia.

Por óbvio um pequeno artigo não seria capaz de registrar a quantidade de produção literária, tampouco a emoção eloquente dos ministros ao produzi-las.

Mas algumas delas merecem o registro, a começar pela recente fala do ministro Gilmar Mendes num programa jornalístico da TV aberta:

“Curitiba tem o germe do fascismo. Inclusive todas as práticas que desenvolvem.”

Nossos irmãos Paranaenses não merecem essa agressão.

O mesmo Gilmar Mendes se referia ao governo do PT como uma cleptocracia, hoje até se emociona, às lágrimas, ao parabenizar a atuação do advogado de defesa de quem outrora ajudou a condenar.

A ministra Carmem Lúcia afirmou nas eleições de 2022 que a censura proposta naquele momento pelo TSE poderia ser remédio ou veneno, mas que só daquela vez iria aprovar.

Hoje:

"A liberdade não é um direito, é uma emoção", afirma Cármen Lúcia.

Já o eloquente ministro Luis Roberto Barroso,  num emotivo apelo à classe média afirmou:

"O que eu pediria é uma gota de empatia, o que não é difícil nesse caso..."

O Barroso de anos atrás respondeu de forma incisiva ao seu colega Gilmar Mendes em sessão do Supremo:

"Me deixa de fora desse seu mal sentimento,
Você é uma pessoa horrível, uma mistura de mal com o atraso e pitadas de psicopatia...
Não tem nenhuma ideia, só ofende as pessoas...
É bílis, ódio, mal sentimento, é uma coisa horrível..."

Não dá para exaurir num pequeno artigo a quantidade de produção literária dos nossos ministros do STF, mas se pode notar uma bipolaridade de opiniões e a certeza de uma constante variação entre amor e ódio.

Que os germes, a bílis, o ódio, o mal sentimento sejam esquecidos nesse momento, e que a emoção da liberdade e várias gotas de empatia acalentem os corações de nossos ministros e libertem os presos dos atos de vandalismo do dia 8 de janeiro de 2023 e que cada um responda individualmente por suas ações.

Foto de Henrique Alves da Rocha

Henrique Alves da Rocha

Coronel da Polícia Militar do Estado de Sergipe.

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