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O dilema dos prisioneiros. O dilema de Torres. E o dilema de Moraes

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Para que o lance do “Dilema dos Prisioneiros” funcione direito, como funcionou na Lava Jato, o preso deve ficar incomunicável.

Quando os Senadores visitaram Anderson, renovaram sua esperança e deram notícias do exterior. Assim, a pressão contra o ex ministro não iria funcionar mais, e manter ele preso só traria desgaste não necessário. Antes de trazer um raciocínio simples, peço para que se lembrem dos últimos acontecimentos.

A coisa começa com a PGR pedindo a soltura de Torres, depois vem o MP e diz que ele e Ibaneis não cometeram improbidade. Na sequência, cinquenta advogados denunciam maus tratos dos outros presos políticos. Quando ninguém esperava, a nota do Telegram, que virou a internet de cabeça para baixo, com editoriais negativos de jornais que sempre apoiaram o Supremo, assessor preso e finalmente, quarenta e dois Senadores se posicionando a favor de Anderson. Não precisamos dizer para ninguém o quanto esse número, dado como recado, é mágico no Senado.

Era uma onda, gigantesca. O incômodo cresceu a ponto de serem criadas reuniões privadas dos ministros, sem a presença de Moraes, para discutir se os problemas iriam resvalar na corte inteira. Se Anderson tivesse algum problema de saúde grave na prisão, a situação pioraria. Para Alexandre, soltar ele agora, mantendo monitoramento, era a melhor alternativa e de quebra, ajudava a esconder um pouco a polêmica das Big Techs, já que o Supremo começou a olhar com desconfiança a presença de diretores da Meta no conselhão de Lula.

Estaria o executivo aprontando alguma?

Além de falar que a direita é favorita em 2026, Lira pediu para a PGR investigar os diretores das plataformas, e como alguns deles entraram no Conselhão, a investigação acaba envolvendo a esfera do Executivo. Não foi à toa que eles não compareceram a audiência sobre censura no país, mostrando que algumas coisas estão em rota de colisão.

Não pensem que Moraes vai sossegar. Assim que a poeira baixar ele vai voltar com tudo, e com mais fome de poder. Independente disso, a direita conseguiu impor algumas vitórias. O que mostra que o jogo não acabou, pelo menos por enquanto.

Bem vindo de volta Anderson Torres!

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