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Foco de Trump não tem incertezas e não inclui o ‘resto do mundo’

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Começa a ficar mais claro que não há incertezas em relação às ações de Trump. Ele começou com as ações econômicas, como a retirada dos EUA do TPP, com um discurso que caracteriza o seu entendimento sobre a economia, que a maioria dos analistas ainda não percebeu. Ele não raciocina com a macroeconomia, tampouco com economias nacionais. 

O seu foco é uma microeconomia específica: a movimentação econômica e financeira das multinacionais norte-americanas.

O que ele quer é que essas empresas invistam mais dentro dos EUA e não fora do país.

Trump continuará pressionando as multinacionais norte-americanas para investirem mais nos EUA e retornarem mais capitais já investidos fora.

Isso significará que quer receber mais lucros e dividendos das subsidiárias no exterior e não fará reinvestimentos no mesmo nível ou até superior. Ele quer reduzir o tamanho dos ativos norte-americanos no exterior, repatriando-os, na suposição de que irá criar mais empregos para os norte-americanos.  Suposição que pode não se confirmar. Mas será um movimento efetivo em 2017, podendo alcançar 2018. A sustentação posterior vai depender dos resultados efetivos.

Entre os cenários prováveis, consequentes dessa nova política, dois são os principais: o espaço deixado pelos capitais norte-americano será ocupado por outros, principalmente pela China. O segundo é que países com desequilíbrio no seu balanço de pagamentos corrente e dependentes do afluxo de capitais norte-americanos, entrem em colapso. 

Não sei - neste momento - quais seriam os países, mas o Brasil não seria um deles. 

Jorge Hori

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Jorge Hori

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