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Desesperados e pressentindo nova movimentação da sociedade, intelectuais de esquerda querem apagar 2013

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Em muitos dos meus textos falo da importância dos movimentos de Junho de 2013. Quem acompanha as articulações da canhota, também sabe que nos círculos intelectuais, fala-se muito sobre o assunto.

As manifestações que começaram pelo aumento da passagem em R$ 0,20 centavos, se transformaram em algo maior, que reuniu anos de indignação com a classe política brasileira. Os movimentos encerram em 2017, com o impeachment de Dilma, seguido da prisão de Lula e a eleição de Jair Bolsonaro.

Chegando a óbvia conclusão de que o governo atual tem rendimento pífio, onde liberais e mais radicais tendem a abandonar o atual presidente, o pessoal da Perseu Abramo, o núcleo pensante dos vermelhos, lembrou de como a percepção do movimento foi destrutiva ao PT naqueles anos, e que o ocorrido em 2013, poderia voltar a acontecer ao final do primeiro ano da gestão Inácio, visto a similaridade de tantas conclusões.

Nesse caso, é notório que querem reescrever o ocorrido, aplicar a narrativa, e esvaziar o verdadeiro contexto histórico dos movimentos.

Comece a enxergar que não só militantes, como a grande mídia começa a reverberar o assunto por outra ótica. Acreditam que tirando o núcleo central da motivação real dos acontecimentos, novas ofensivas seriam desmotivadas.

E eu acredito que isso possa acontecer também.

O poder da narrativa é fenomenal.

Agora que as camisas amarelas são rotuladas como “Bolsonaristas” você pode colocar cinco milhões na Paulista, que a grande mídia vai chamar de movimentação golpista. Porém, se todo mundo sair sem camisa nem bandeira, como vão dizer que não é um legítimo protesto popular?

Embora tentem apagar o passado, é preciso lutar para manter a memória. Tirar a legitimidade de algo bom é o começo de um planejamento no imaginário, que sempre termina em uma realização política. Não houve intervenção americana, ou nenhuma fantasia que queiram inventar. O que houve foi uma indignação legítima da sociedade. Querem avacalhar até isso.

Não deixem apagar 2013.

Parece que não, mas tem muito em jogo.

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