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Policiofobia: Uma construção ideológica a serviço do crime

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No dia 14 de junho desse ano o Jornal da Cidade Online noticiou um verdadeiro ato de discriminação sofrido por um policial civil na ocasião em que foi buscar seu filho na escola.

Rafael Martins, que costuma assistir os jogos do filho depois da aula, foi convidado a se retirar do colégio, porque os pais dos outros alunos estavam incomodados com a sua presença.

Rafael iria participar de uma operação especial de repressão ao roubo de cargas de veículos pouco depois do jogo e resolveu ir para a escola devidamente trajado.

O professor de educação física pediu, então, que Rafael aguardasse seu filho do lado de fora da escola, pois “os demais pais estavam desconfortáveis com a sua presença”.

A sociedade brasileira está doente. Vivemos uma inversão de valores morais e éticos que vai além dos limites previsíveis – e boa parte dessa culpa é da grande mídia, não apenas contaminada por uma ideologia nefasta, mas conivente com os ideais perversos de uma organização política que depende da miséria do povo para se perpetuar no poder - uma casta que investe na ignorância, na falta de educação e conhecimento, que inverte e subverte o que é certo e errado.

Só no Rio de Janeiro, morrem mais policiais por ano do que em todo os Estados Unidos, mas em Nova York, até o prefeito da cidade foi visitar o policial Ivan Marcano que, para evitar um assalto, trocou tiros, matou um bandido e foi baleado na perna. Marcano foi condecorado e promovido por bravura.

No Canadá, o policial Kevin Vikers que abateu um atirador, foi aplaudido de pé por todo o parlamento, mas no Brasil, o mesmo policial provavelmente responderia a uma severa sindicância por tirar a vida de um criminoso.

O que torna essa situação ainda mais estarrecedora, é que no Brasil se encontra uma das criminalidades mais violentas do mundo – e não no Canadá.

Como se não bastasse, da nossa taxa de homicídio, apenas cerca de 4% são resultantes de intervenção policial. Por outro lado, em nenhum outro país, tantos homens da lei tombam assassinados no cumprimento do dever. É de causar espanto que num quadro de convulsão social desses a preocupação principal não seja combater o crime e dar segurança à sociedade, mas desacreditar a polícia.

O nome disso é policiofobia, uma construção ideológica que prega a aversão e a desmoralização de todos os profissionais e órgãos destinados a promoverem a segurança pública.

Já dizia o velho ditado romano: “si vis pacem, para bellum”, que trazendo para o nosso tema significaria: se queres paz, apoie a polícia. Entretanto, bem diferente do que sugere o senso comum, a policiofobia não é consequência da violência policial frente à população da periferia, que historicamente nunca teve voz ativa, mas uma construção ardil da política de esquerda e de seus discípulos travestidos de jornalistas ou acadêmicos que propagam essa cultura perversa de seus apartamentos luxuosos e repletos de segurança – e que nunca sofreram abuso ou violência de policiais.

 Quem garante a ordem pública e a paz social? Tirem a polícia das ruas e em menos de 24 horas estaremos vivendo o caos. Em qualquer lugar desse planeta, aqueles que arriscam a própria vida para enfrentar delinquentes violentos, são heróis.  Não há saúde sem segurança pública, não há educação sem segurança pública e não há cidadania sem segurança pública. Sem a sua força coercitiva o Estado deixa de ser Estado e mesmo as mais altas autoridades tornam-se presas fáceis desses psicopatas do crime.

É surreal o fato de que diante dessa verdadeira situação de descalabro que é a nossa criminalidade, a principal preocupação de grande parte da mídia não seja combater o crime e dar segurança à sociedade, mas desmoralizar a polícia – isso é mais que um desserviço, é uma traição à ética e à função social do jornalismo. Quando um criminoso armado é neutralizado por reagir à uma abordagem policial, os grandes veículos de comunicação fazem um escândalo, mas quando um policial é covardemente assassinado, a mesma mídia faz um silencio ensurdecedor.

É necessário que o debate de segurança pública volte à esteira da razão e do bem senso. Não faltarão vozes desautorizadas a sustentar que o presente artigo patrocina o estímulo à morte de bandidos. Porém, é justamente pelo confronto armado ser a mais drástica e enérgica intervenção estatal, que os nossos agentes de segurança necessitam de respaldo jurídico e apoio do Estado para o desempenho de suas atividades. Eles, que já enfrentam risco de morte para salvaguardar a nossa vida e nosso patrimônio, de uns tempos para cá ainda sofrem preconceito e discriminação.

Foto de Carlos Fernando Maggiolo

Carlos Fernando Maggiolo

Advogado criminalista e professor de Direito Penal. Crítico político e de segurança pública. Presidente da Associação dos Motociclistas do Estado do Rio de Janeiro – AMO-RJ. 

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