O delirante reinado dos Bundas de Fora

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“O PT gosta de folclore. Mussolini também gostava. Hitler também gostava. Stalin também gostava. Folclore é coisa de regimes nacionalistas e totalitários. Até hoje funciona assim”. (Diogo Mainardi).

No conto de fadas do dinamarquês Hans Christian Andersen, “A Roupa Nova do Rei”, que foi publicado em 1837, ele relata a historia de um que Rei era muito vaidoso, gostava de desfiles, de aparecer o tempo todo para seus súditos, de gastar dinheiro em coisas fúteis e seu maior prazer era desfilar com roupas caras. 

Até que um dia:

“Dois golpistas chegam à capital e fazendo-se passar por tecelões, oferecem-lhe roupas magníficas. Afirmam que fariam a mais linda das roupas que ele jamais tivera ou sonhara ter. Um modelito ‘haute couture’, refinadérrimo, que sairia muito caro, caríssimo, pois necessitava aviamentos especiais, linhas de ouro e prata, miçangas de diamantes, esmeraldas, safiras, colchetes de platina... Mas apenas os ajuizados teriam a capacidade de admirar a roupa. Era uma roupa visível apenas para os inteligentes.
Esse detalhe é importante: apenas os inteligentes, os sábios seriam capazes de observar, de notar, como a roupa era magnifica!
O imperador os contrata, e eles montam teares e vão trabalhar. Eles pedem muito dinheiro, além de coisas caras e extravagantes e vão escondendo esse tesouro em um baú.
Vários funcionários, e depois o próprio imperador, os visitam para verificar seu progresso. Todos veem que os teares estão vazios, mas fingem o contrário, pois não queriam ser considerados estúpidos e confirmavam que, sim, eles viram os famosos tecelões costurando a roupa do Rei!
Os jornais locais, rádios, tevês, comentaristas, analistas de todos os tipos, durante os dias que antecederam o desfile, prepararam a mente do povo, informando diariamente sobre a beleza da roupa feita para pessoas inteligentes, descreveram detalhadamente para os cidadãos do reino como era confeccionada a tal roupa, até os croquis haviam sido divulgados em detalhes. E a expectativa era muito grande.
Finalmente, os tecelões relatam que o traje do imperador está pronto. Eles fazem mímica para vesti-lo e ele sai em procissão diante de toda a cidade. Foi assim, cercado de suspiros de admiração, com o ego lá em cima, espetado mais alto do que o rubi no topo de sua coroa, que o Rei sai, nuzão, de cetro na mão, e foi desfilar sua banha, depois de consumir dois javalis no almoço, diante da multidão.
Os habitantes da cidade se sentiram desconfortáveis assistindo o desfile do Rei, mas todos concordaram que estavam vendo aquilo que não viam: a roupa nova do Rei. Não queriam parecer ineptos ou estúpidos. Sim, ninguém queria parecer estúpido, pois a roupa era vista apenas por inteligentes. E diziam:
‘Que lindas vestes! Um trabalho magnífico!’.
Os aspones em volta fizeram coro, em francês, naturalmente (porque era très chic, repito)…
Primeiro vieram as bajulações em 'ique'. 'Magnifique', disse um. Seguido em coro por 'Fantastique', 'Aristocratique', 'Monarchique'…
Por fim a apoteose dos 'eux': 'Merveilleux', 'Majestueux', 'Glorieux'…
Até que um menino, rindo muito, sim, uma despretensiosa e desimportante criança, apontou para o Rei com os olhos bem abertinhos e gritou:
'O Rei está nu!'.
E todos os olhos do Reino se abriram. E todos constataram como era ridículo aquele espetáculo de salamaleques falsos, pivôs pelados e manto fictício balançando pra lá e pra cá. O Rei estava nu, nuzão, 'nuzinho, pelado, nu com a mão no bolso', como dizia a música. E a realidade abriu os olhos do povo e o povo pôde ver com os próprios olhos e pensar com a própria cabeça e julgar com o próprio juízo. E riu e gargalhou e se fartou. E cantou e dançou, gozando o 'grande mico' do Rei.
E naquela noite, naquele reino, houve uma festança inesquecível, com todos opinando, comentando o quão ridículo e lastimável era ter um Rei tão vaidoso a ponto de achar que podia dominar as mentes de um reino inteiro.
Pois, seja num reino de contos de fadas ou num reino de contos de mídia, não basta mais do que um único dedo que aponte para qualquer castelo construído sobre as fundações da mentira, começar a desmoronar”. (Do site Historias para dormir).

No Brasil real e atual, depois de uma epidemia mundial de covid que matou milhões, uma fábula, um conto de mídia foi criado: a fantasia do “Presidente genocida e o descondenado amoroso, salvador da pátria”.

O problema dessa fábula é que o presidente comprou vacinas que salvaram a vida de milhões de pessoas, e enquanto a maioria dos países do mundo quebrava economicamente ele conduziu a economia com maestria, evitando a fome e a miséria.

Mesmo assim, aqueles que sempre dominaram a nação queriam o poder de volta. Então os meios de comunicação, rádios, tevês, internet, jornais iniciaram uma campanha de desmoralização do Presidente.

Artistas, Ongs, partidos de esquerda, intelectuais, jornalistas, apresentadores e influenciadores de todos os tipos, padres comunistas da igreja católica, sindicatos, funcionários públicos corruptos, o crime organizado, presos da operação lava-jato, ex-presidentes, militares-melancias associaram-se aos meios de comunicação para, juntos, fustigarem o Presidente.

E bateram nele dia e noite.

O STF, alegando erro de Cep, descondenou um candidato condenado a 12 anos de cadeia por vários juízes com um único objetivo: disputar as eleições de 2022.

A justiça eleitoral, órgão encarregado de organizar as eleições, criou regras e mais regras...

E as pessoas decentes se perguntavam: que exemplos daremos a nossos filhos, pois se passaram apenas 7 anos e as mesmas pessoas que foram presas agora disputam eleições?

O roubo aconteceu a partir de 2002, perdurou por 16 anos, até o povo se revoltar e retirá-los do poder. Agora todos, cinicamente, querem o poder de volta?

E o candidato de todas essas pessoas citadas se apresentava como salvador do país. Chamava o Presidente de genocida, dizia que iria instalar o amor, afirmava que o Presidente era criminoso e que ele era a “alma mais honesta do Brasil”.

Todos viam que aquilo era mentira, mas ninguém tinha coragem, assim como na fábula da “Roupa Nova do Rei”, de ir contra a avalanche de pessoas malvadas e sem caráter que se associaram para entregar a nação nas mãos de um acusado de promover o maior assalto do mundo a um país.

Então, com toda essa ajuda, o semi-analfabeto venceu e todos os citados acima, cegos e ávidos pelo dinheiro público se abraçaram e fizeram festas e mais festas, afirmando que, agora sim, o Brasil estava em boas mãos.

Mas a verdade apareceu: em seis meses de governo, ele e sua mulher, segundo os jornais, gastaram 12 milhões de reais no cartão corporativo.

12 milhões! Um tapa na cara dos trabalhadores pobres e humildes que pagam impostos.

Para alocar amigos criou 37 ministérios. E começou a viajar pelo mundo. Em menos de um semestre de governo, Lula completou nesta sexta um mês fora do Brasil. Atualmente está em Paris, depois de passar dois dias em Roma.

Nas suas andanças pelo exterior, segundo a revista Veja, o presidente já passou por 11 países. Foram eles, nesta ordem: Argentina, Uruguai, Estados Unidos, China, Emirados Árabes Unidos, Portugal, Espanha, Inglaterra, Japão, Itália e França. Nesses seis meses de governo já viajou mais que o Presidente anterior em 4 anos. Gastar, gastar, gastar, mentir e falar besteiras esses são seus hobbys, além de cobrar impostos.

Como o único plano que ele tinha e tem é o de desfazer o que o outro realizou, contestando o Brasil que não votou e nem acreditou em suas paspalhices, investiu contra tudo o que o governo anterior aprovou e tentou desaprovar: as regras de preservação da Mata Atlântica, mudanças no Carf, marco temporal de terras indígenas, a tramitação do projeto das fake news, as regras de saneamento, a reformatação dos ministérios, a manutenção do Coaf no Banco Central e ainda tentou barrar a criação das CPIs dos atos golpistas e do MST.

Como sua especialidade é falar asneiras, o apedeuta apoia a Rússia e diz que a Ucrânia invadida pela Rússia é tão culpada quanto a Rússia. Como não tem o que fazer e nem sabe fazer absolutamente nada, ataca sistematicamente a autonomia do BC, o seu presidente, a venda da Eletrobrás, trazendo insegurança jurídica para os investidores. Inventou um tal de marco fiscal, mas não há fontes de financiamento e todos temem que a solução final seja o aumento de impostos, pois a ideia do velhaco é gastar e nunca reduzir gastos.

Mostrando realmente quem é, e avisando a todos que com ex-condenado não se brinca nas quatro linhas, o semi-analfabeto-presidente-monarca deu outro passo ousado: indicou para o Supremo seu advogado pessoal.

Mesmo os bajuladores de plantão sentiram que isso era demais.

Demétrio Magnoli, o sociólogo, escreveu na Folha o texto “República dos Amigos”, e disse:

"'Não é democrático o presidente da República querer ter os ministros da Suprema Corte como amigos. Você não indica o ministro da Suprema Corte pra ele votar favorável a você ou te beneficiar.' O farsante que pronunciou tais frases chama-se Lula da Silva – mas foi antes, como candidato, no debate eleitoral na Band. Agora, presidente, ele indicou um amigo, seu advogado pessoal, 'pra ele votar favorável a você'.
A Constituição, artigo 101, estabelece o 'notável saber jurídico' como condição para ocupar uma das cadeiras do STF. Cristiano Zanin não cumpre o requisito legal. Nunca escreveu obra jurídica significativa e nem mesmo tem pós-graduação. É um advogado como outro qualquer – ou melhor, um advogado muito mais bem relacionado que a imensa maioria de seus pares, pois amigo do rei. Lula preside a república dos amigos”.

Como resposta, Moraes, o Supremo que promove a censura no Brasil e apoia Lula, junto com outros Supremos nomeados, abraçaram o indicado Zanin, afirmando que ele era, sim, um notável. Um amigão que iria compor a roda dos 11 agraciados com a mesma nomeação.

Irritado, outro articulista da Folha, Glenn Greenwald, escreveu 'Moraes não tem autoridade legal para ordenar censura' e afirmou:

“Um juiz agindo sozinho como censor chefe é o auge dos valores antidemocráticos.
Como ocorre com regularidade no Brasil, o ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), emitiu uma ordem na terça-feira (13) exigindo que todas as plataformas da internet banissem um cidadão brasileiro, sob o argumento, decidido por conta própria, sem julgamento ou qualquer outro processo, de que ele estaria 'divulgando informações fraudulentas'. O mais recente alvo do ministro é o podcaster Monark, que Moraes já havia proibido de falar na internet.
A ordem obriga Facebook, Instagram, Twitter, Telegram, Rumble e Discord a banir imediatamente todas as páginas do podcaster. O não cumprimento imediato resulta em multa diária de R$ 100 mil.
Além da censura em si, o que mais chamou a atenção foi a total falta de devido processo legal, direito fundamental garantido pelo artigo 5º, inciso LIV, da Constituição Federal de 1988.
A ordem de Moraes em janeiro foi dada sem qualquer provocação do MPF (Ministério Público Federal) ou de qualquer outra instituição - uma prática recorrente, como ao proibir no mês passado que Google e Facebook criticassem a PL das Fake News."

Nem Câmara, nem Senado, nem Ministério Público, nem OAB, nem CNBB, ou qualquer outra entidade no Brasil deram bola para as denúncias.

Zanin virou Supremo e Moraes continuou prendendo e censurando.

Sem negar que adora ditaduras, na reunião do Conselho de Direitos Humanos da ONU, em Genebra, o Brasil se recusou a acompanhar os mais de 50 países que denunciaram a prática de crimes contra a humanidade pela tirania de Daniel Ortega na Nicarágua.

Mais tarde, Lula chamou de “irmão e companheiro” o ditador Nicolás Maduro.

Irritados com todas essas palermices, que os “intelectuais” brasileiros chamam de “ideias iluminadas de um homem iluminado”, os europeus, através do jornal francês Liberátion implodiram Lula (PT) em uma matéria de capa na edição desta sexta-feira (23), que chegou às bancas com o título “Lula, a decepção”.

O jornal afirma que Lula é “um falso amigo do ocidente”.

Como só fala disparates, Lula disse que foi a Europa pedir dinheiro e em Paris, discursando em um evento público, atacou os países desenvolvidos aos quais pedia dinheiro e falou em “dívida histórica dessas nações e que elas devem financiar a proteção de florestas. Na fala do petista sobrou até para a ‘revolução industrial”.

Disse mais o “Liberátion”:

“O presidente brasileiro não é o precioso aliado que imaginávamos, especialmente quando se trata de ostracizar o novo pária do ocidente: a Rússia, culpada de uma invasão intolerável da Ucrânia”.

A publicação francesa questiona se Lula não tem conhecimento dos abusos cometidos na “República Bolivariana do Autoritarismo”. Na solenidade, o petista classificou essas denúncias de “narrativas”.

No cenário internacional, segundo o jornal francês, Lula era esperado como um “messias”, mas tratava-se de uma “miragem ou uma imagem embaçada”, um “hiperativo diplomaticamente” que multiplica viagens ao exterior, com encontros com mais de 30 líderes, “mais que Bolsonaro em 4 anos”.

O “Liberátion” citou até críticas feitas nas redes sociais do petista.

“Lula, quando você vai visitar o Brasil?” e “Sente-se e trabalhe”. 

E continuou:

“Em sua última visita à França, Lula havia sido mimado pela França rebelde, orgulhosa de aparecer com uma lenda da esquerda latino-americana. Três anos depois, o ex-metalúrgico, reeleito presidente do Brasil em outubro, está de volta a Paris. Mas o propósito de sua visita é suficiente para perturbar seus amigos políticos franceses”.

Assim como a “Roupa Nova do Rei” que não existia, era apenas miragem e deixava o monarca vaidoso nú, o governo do amor do analfa-petista-ditador e sua turma também não existe, é folclore, uma alucinação que serviu para pedir votos, um “Delirante-reino-dos bundas-de-fora” gastadores que provoca risos e asco.

Atordoados, os brasileiros que foram alienados pelo conto de fadas ainda não se deram conta de que elegeram um ser que vai levar o país a bancarrota.

Foto de Carlos Sampaio

Carlos Sampaio

Professor. Pós-graduação em “Língua Portuguesa com Ênfase em Produção Textual”. Universidade Federal do Amazonas (UFAM)

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