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Um pouco de história ou o “Amor” armado de metralhadora

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“Comunismo não é ‘AMOR’, comunismo é um MARTELO com o qual se golpeia o inimigo”. (Mao Tse-Tung). 

A grande imprensa militante afirma todos os dias que o Brasil está dividido. Que a direita radical incentiva o ódio. Que os afetuosos comunistas/socialistas liderados pelo descondenado Lula, estão cheios de amor.

Que os ditadores amigos de Lula são democratas. Que o capitalismo é o pior sistema que existe. Que o comunismo de Fidel/Maduro/Ortega é a esperança do Brasil...

E por aí vai. Então vamos olhar um pouco de história, teorias, e relembrar algumas verdades sobre a esquerda e a direita:

No século XIX, Marx e Engels, inventaram o comunismo moderno e divulgaram ao mundo o Manifesto Comunista. Também escreveram livros onde divulgaram a teoria marxista constituída de: a) materialismo histórico-dialético; b) luta de classes; c) socialismo cientifico; d) mais-Valia; e) ideia de alienação; f) superestrutura e infraestrutura; 

Vamos rever, resumidamente, item por item, um pouco dessa teoria:

a) Materialismo histórico-dialético: o mundo espiritual não existe, não há o sobrenatural, tudo é material. A sociedade passa a ser explicada apenas em um ciclo de classes opressoras e oprimidas. Os valores morais também são reduzidos à materialidade, importando apenas os bens econômicos. Não há respeito à dignidade única de cada pessoa, sua liberdade, vida e escolhas. O comunismo instalaria um paraíso terrestre, uma sociedade idealizada. 

b) A luta de classes: Para a teoria marxista, a sociedade é constituída de classes opressoras e oprimidas. Empregados contra patrões, homens contra mulheres, ricos contra pobres, quanto mais antagonismo melhor. As divisões produzirão a luta de classes e a revolução que Marx deseja.

c) Socialismo científico: é uma etapa anterior ao comunismo, uma ideologia política e socioeconômica que orienta de forma prática como instaurar a revolução. A finalidade é alcançar uma sociedade igualitária, sem classes e apátrida, sem nacionalidade. Os trabalhadores conscientes dessa dominação promovem a revolução e instalam a Ditadura do Proletariado.

d) Mais-Valia: O conceito de Mais-Valia ajuda os trabalhadores a perceberem a dominação capitalista, a consciência de que são oprimidos. Significa, simplesmente, que a maior parte do lucro dos trabalhadores fica com os patrões e não com os operários. Além de tudo os salários são desiguais e a menor parte fica com os trabalhadores proletariados, ele considerou isso uma injustiça. Essa seria a fonte de insatisfação dos operários contra os patrões.

Notem que Marx apenas analisa o trabalho braçal e erra muito em não levar em consideração que todo objeto produzido tem uma procura, tem a concorrência de outros produtos, o modo de fabricação, o benefício que gera e outros aspectos. Então afirmou que a dominação da classe burguesa sobre os trabalhadores e os lucros sobre seus trabalhos só são possíveis a partir da ideia de alienação.

e) A ideia de alienação: de acordo com Marx, alienação é todo tipo de dependência entre os homens. Ele não faz distinção se a dependência é justa ou injusta. A alienação é um dos principais tópicos da filosofia marxista e pode ser desmembrada da seguinte forma:

- alienação econômica: dependência causada pelo fato de uns terem propriedade privada e outros não;

- alienação social: dependência causada pela diferença de classes;

- alienação política: dependência causada pela presença coercitiva do Estado, um mal necessário até que se alcance o comunismo;

- alienação ideológica: dependência causada por causa da filosofia;

- alienação religiosa: dependência causada pela pregação de que há um Deus e pela submissão das pessoas a uma doutrina de fé.

f) Superestrutura e infraestrutura: assim é constituída a sociedade, segundo a teoria marxista. Superestrutura são os mecanismos de controle do status quo. São exemplos disso: a cultura, a religião, a moral, o direito.

A infraestrutura são os trabalhadores, as forças produtivas e as relações de produção. Tudo se resume a trabalho. É a infraestrutura que lança as bases para a manutenção da superestrutura. A superestrutura é a dominação das classes. Os trabalhadores, com sua força de produção, formam a infraestrutura. A superestrutura é pensada para manter os operários alienados.

Marx defendia que o comunismo seria alcançado mediante a ditadura do proletariado (socialismo). Somente dessa forma as estruturas sociais seriam alteradas. 

Armados com esse arcabouço intelectual, com espirito revolucionário e com “muito amor no coração”, os marxistas partiram para dominar o mundo, afinal como benfeitores da humanidade, instalariam em todos os países o paraíso na terra.  

E assim dominaram a Rússia que se tornou União Soviética - União das Repúblicas Socialistas Soviéticas/ Afeganistão - República Democrática do Afeganistão/ Albânia - República Popular Socialista da Albânia / Alemanha Oriental - República Democrática Alemã /Angola - República Popular de Angola /Benim - República Popular do Benim /Bulgária - República Popular da Bulgária/ Congo - República Popular do Congo / Etiópia - República Democrática Popular da Etiópia /Finlândia - República Democrática da Finlândia /Granada (país) - Governo Revolucionário Popular de Granada /Grécia - Comitê Político de Libertação Nacional (Grécia) /Hungria - República Popular da Hungria/ Iêmen do Sul - República Democrática Popular do Iémen /República Socialista Federativa da Iugoslávia /Camboja Kampuchea Democrática / Moçambique - República Popular de Moçambique /Mongólia - República Popular da Mongólia /Nicarágua - República da Nicarágua/ Polónia - República Popular da Polónia /Roménia - República Socialista da Roménia /Somália - República Democrática da Somália /Checoslováquia - República Socialista da Checoslováquia /República Popular de Tuva / Vietname do Norte - República Democrática do Vietname.

Como exemplo, descreverei aqui como era o cotidiano, a vida das pessoas ou o “paraíso” comunista/socialista instalado no Camboja - a Kampuchea Democrática:

- “Pol Pot liderou os marxistas ou guerrilheiros vermelhos que exterminaram mais de um quarto da população nacional. Ele e os chefes comunistas Cambojanos haviam estudado na França, onde militaram no Partido Comunista Francês, tendo então conhecido as novas doutrinas ecológicas...
Sua meta: eliminar o senso da própria individualidade, todo sentimento de piedade ou amizade, qualquer ideia de superioridade. Assim, queriam forjar o 'homem novo', integrado na natureza, espontaneamente socialista, detentor de um saber meramente material, de um pensamento que não pensa.
Logo após a conquista da capital, Phnom Penh, metade dos habitantes do país foi impelida para as estradas. Doentes, anciãos, feridos, ex-funcionários, militares, comerciantes, intelectuais, jornalistas eram chacinados no local.  As multidões foram conduzidas a campos coletivizados. Ali trabalhavam em condições duríssimas, recebiam horas de doutrinação marxista, com pouco sono, separação total da família, vestimentas em farrapos e sem remédios.
Vestiam um uniforme único, de cor preta, e se arrastavam famintos pelos campos mal explorados. Os fugitivos sumiam na selva ou eram sadicamente chacinados. Comiam insetos, ratos e até aranhas, disputavam com os porcos o farelo das gamelas. Grassava o canibalismo. Designavam-se prisioneiros para serem transformados em adubo! Por vezes, na colheita da mandioca, “desenterrava-se um crânio humano através de cujas órbitas saíam as raízes da planta comestível”.

O país transformou-se num só conglomerado de concentração. Não havia tribunais, universidades, liceus, ensino, moeda, comércio, medicina, correios, livros, esportes ou distrações. Os que moravam nas cidades foram obrigados a ir para o campo e viraram bestas de carga. 41,9% dos habitantes da capital foram eliminados nessa ocasião. Para poupar bala ou por sadismo, matava-se com instrumentos contundentes.

Resultado: diminuição demográfica de 3,8 milhões de pessoas; 5,2 milhões de sobreviventes; 64% dos adolescentes órfãos; e um povo psiquicamente arrasado. (O Livro Negro do Comunismo).

Nos anos 80 e 90 os horrores que o regime Marxista/comunista impôs a essas nações vieram à tona e um a um foram caindo. Alguns ainda resistem.

O saldo dessa loucura ou a “contabilidade do horror” e dessa mentira, o embuste de que instalariam o paraíso na terra onde o comunismo fosse instituído como regime resultou, segundo “O Livro Negro do Comunismo”, em milhões de mortos, não em guerra, mortes, segundo as estatísticas das vítimas que incluem execuções, fomes intencionalmente provocadas, mortes resultantes de deportações, prisões e trabalhos forçados. Os dirigentes comunistas através dos Exércitos e de milícias armadas mataram o próprio povo que não queria e nem aceitava seguir essa ideologia que queria “forjar o “homem novo”, integrado na natureza, espontaneamente socialista, detentor de um saber meramente material, de um pensamento que não pensa”.

E assim foram mortos:

- 20 milhões na União Soviética;
- 65 milhões na República Popular da China
- 1 milhão no Vietname;
- 2 milhões na Coreia do Norte;
- 2 milhões no Camboja;
- 1 milhão nos Estados Comunistas do Leste Europeu;
- 150 mil na América Latina;
- 1,7 milhões na África;
- 1,5 milhões no Afeganistão;
- 10 000 mortes "resultantes das ações do movimento internacional comunista e de partidos comunistas fora do poder".

Segundo Kristian Niemietz, autor do livro – “Socialismo: a ideia fracassada que nunca morre”, esse sistema falhou 100% onde foi tentado. Um recorde. Mas os socialistas reagem irritados, como se estivessem diante de um espantalho e começam a dar desculpas e depois de um tempo afirmam: “não era socialismo de verdade”.

Já o Capitalismo, é preciso deixar bem claro, nunca foi, não é, e nunca será uma “ideologia”. Não vai dar certo ou dará certo. O Capitalismo foi colocado em prática pela maioria dos países do mundo. Quando Adam Smith escreveu “A Riqueza das Nações”, “ele não propôs um modelo econômico para o mundo, como Marx fez com o comunismo. Smith apenas retratou o que existia em comum entre as nações mais ricas de seu tempo e estas características ficaram conhecidas como capitalismo”.

- “O capitalismo nada mais é do que a liberdade do homem aplicada à economia. Livre mercado, liberdade de dispor do próprio trabalho, liberdade para comprar e vender. Não é uma utopia a ser conquistada que redimiria o homem na terra, nada tem a ver com ética. O sistema capitalista reproduz o que o homem tem de melhor e pior, o que traduz sua força e também sua fraqueza. Uma sociedade doente apenas praticará um capitalismo doente, pois o sistema leva para a economia o próprio homem”.

Em 10 de novembro de 2005, Olavo de Carvalho, publicou no jornal Diário do Comercio o texto “Direita e esquerda, origem e fim”, onde afirmava:

“Ser esquerdista é viver num estado de desorientação moral profunda, estrutural e incurável. É mergulhar as mãos em sangue e fezes jurando que as banha nas águas lustrais de uma redenção divina.
Por isso não se deve estranhar que o partido mais ladrão, mais criminoso, mais perverso de toda a nossa História, o partido amigo de narcoguerrilheiros e ditadores genocidas, o partido que aplaudia a liquidação de dezenas de milhares de cubanos desarmados enquanto condenava com paroxismos de indignação a de trezentos terroristas brasileiros, o partido que condena os atentados a bomba quando acontecem na Espanha e aplaude os realizados no Brasil, o partido que instituiu o suborno e a propina como sistema de governo, seja também o partido que mais bate no peito alegando méritos e glórias excelsos”.

Olavo não está mais entre nós. Apenas suas ideias e suas palavras vivem. São eternas porque são verdadeiras. A morte o livrou de sentir a tristeza, a decepção e a raiva de assistir as mesmas pessoas que assaltaram a nação, os mesmos que ele com tanta veemência denunciou, dominarem novamente o país, agora com anuência do judiciário, da imprensa, dos intelectuais, dos artistas, professores... todos seduzidos não mais pelo paraíso, mas pelo amor, “amor socialista” que tanto sofrimento causou ao mundo.

É o amor armado de metralhadora. É nosso dever resistir.

Nota - Esse texto tem como base os livros de historia, jornais, blogs, o espetacular texto do Brasil Paralelo, “Compreenda a Teoria Marxista”, e principalmente “O Livro Negro do Comunismo”.

Foto de Carlos Sampaio

Carlos Sampaio

Professor. Pós-graduação em “Língua Portuguesa com Ênfase em Produção Textual”. Universidade Federal do Amazonas (UFAM)

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