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Não é uma reforma tributária... É uma reforma comunista, que corrói a sociedade

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É claro que o Brasil precisava de uma reforma tributária, mesmo aquele mais alienado político sabe disso. Entretanto, o que se propõe não é uma reforma fiscal, mas uma reforma comunista – isso é um golpe!

A única vantagem desse episódio é que caiu o véu dos parlamentares que se elegeram com os votos da direita. A população descobriu que eles não têm valor, mas sim, preço. Aliás, pode-se dizer que a situação é ainda pior do que apenas “preço”, porque o que muitos deles têm é medo mesmo. Medo de se oporem a um governo tirano, que persegue seus adversários, que prende, que assassina reputações, que caça direitos políticos e os tornam inelegíveis.

A postura do governador de São Paulo não chegou a surpreender os mais antenados. Afinal, o Brasil acaba de completar seis meses vivendo um verdadeiro estado de exceção. Diariamente se vê cabeças da direita rolando pelas guilhotinas arbitrárias do poder. O fatídico 8 de janeiro fala por si. Até hoje muitos estão presos de forma absolutamente ilegal. Não precisa ir muito longe, há poucos dias o assunto nacional era a censura e a perseguição contra a Jovem Pan.

É natural que você não se levante contra essas injustiças – quem é você na fila do pão, não é mesmo? Se até deputados são presos, o que não fariam com você, um simples cidadão anônimo pagador de impostos?  Porém, não se compare com o governador de São Paulo. Ele foi eleito com o seu voto – o voto da direita. Ele está sentado naquela cadeira representando você, que o elegeu. Você pode realmente não ser ninguém na fila do pão, mas ele nem na fila está – ele é o padeiro.

Você pode se omitir, mas ele tem o dever de se opor às arbitrariedades. Tarcísio é simplesmente o dono do segundo maior orçamento da América Latina inteira. Daqueles milhares de patriotas presos injustamente, quantos não votaram nele? E quantos eleitores da direita que votaram no Tarcísio e choram a dor e a revolta de terem parentes ou amigos presos ou vitimados por esse verdadeiro tribunal de exceção? Tarcísio nunca fez nada! Traiu seus eleitores e todos os seus colegas da direita, nesse sentido. Esse governador nunca fez sequer um gesto, um aceno. É como se nada tivesse acontecido – e acontecendo.

Não venha dizer que não é dever dele, pois o governador deve zelar apenas pelos interesses de São Paulo. Ora, antes de tudo, Tarcísio é brasileiro, um político comprometido com os princípios democráticos e os ideais republicanos e federativos da direita.

Quem não é fã desse homem, um “super-ministro” que fez do país um canteiro de obras, um show-man em matéria de competência e eficiência? O Brasil é fã do Tarcísio. Porém, não é hora de passar a mão na cabeça de ninguém – é hora de se identificar quais as engrenagens que não estão funcionando direito e tratar de conserta-las, porque ainda falta a aprovação da reforma da fome no Senado – nem tudo está perdido. E convenhamos, o governador de São Paulo não é uma engrenagem qualquer nesse cenário.

Portanto, fica aqui o puxão de orelha no Governador Tarcísio. Sua omissão diante desse banho de autoritarismo e tirania que tomou conta do país, e agora, o seu apoio a essa reforma tributária da corrupção, o torna moralmente cúmplice. Deixar o país ser tomado de assalto por uma ditadura velada e não esboçar uma única reação, em nome da governabilidade e do sucesso da sua gestão, é o mesmo que dar um tiro no pé.

Aqueles governadores que se opõem à reforma, obviamente, serão desprestigiados na distribuição dos recursos, mas assim atuam porque são conscientes de que essa reforma é um caminho sem volta. Materialmente falando, é o primeiro grande passo desse governo maligno. Tudo vai subir de preço, menos o salário. O plano de saúde vai subir muito de preço. Os segurados irão deixar de pagar e vão optar pela saúde pública. A escola do filho também vai subir a mensalidade e muitas famílias irão migrar para o ensino público – e assim por diante.

Olha o estado se tornando o todo poderoso...

Olha a dependência da população dos serviços do estado...

E vai melhorar a qualidade desses serviços públicos que todos já conhecem? É claro que não! Vai é piorar! Porque todos os governadores terão que chorar por migalhas e comer nas mãos do governo federal. O caminho que se desenha é que todos os recursos se concentrem nas mãos da turma do “amor venceu”, de Brasília. Os estados e municípios serão meros ordenadores de despesas, não terão autonomia financeira.

Imaginem, então, como ficará a qualidade do serviço público...

Seremos invadidos por médicos cubanos, com aquela formação acadêmica que o povo já conhece e cujos salários irão engordar as contas do irmão do Fidel. Se parar por aí, tudo bem, pior será se o governo resolver lançar a moda de contratar professoras venezuelanas. Tudo é possível com a turma do “amor venceu”.

Há décadas que o país reclama por uma reforma tributária, mas não essa, comunista, que corrói a sociedade brasileira como a ferrugem come o metal, onde até mesmo a “propriedade” sofre ataques, sendo onerada e dificultada de forma absurda a sucessão e a transmissão de bens da família brasileira.    

Ainda há tempo de salvar alguma coisa, porque a reforma da fome depende da aprovação do Senado. O futuro do Brasil está nas mãos dos Senadores.

Foto de Carlos Fernando Maggiolo

Carlos Fernando Maggiolo

Advogado criminalista e professor de Direito Penal. Crítico político e de segurança pública. Presidente da Associação dos Motociclistas do Estado do Rio de Janeiro – AMO-RJ. 

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