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Testemunho de FHC não alivia a situação de Lula, apesar da pressão insana de advogado Zanin (Veja o Vídeo)

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Arrolado como testemunha de Paulo Okamotto, o mais famoso ‘laranja’ do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e réu em ação penal por crime de lavagem de dinheiro, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso foi taxativo ao responder sobre as contribuições recebidas por seu instituto.

‘Por fora zero’, disse FHC.

Esta assertiva de FHC quebrou no meio a estratégia da defesa de Okamotto e de Lula.

Okamotto é acusado de ter usado recursos repassados pela empreiteira OAS, que seriam ‘propina’, para armazenar bens que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ganhou durante os oito anos em que ocupou o Palácio do Planalto.

Fernando Henrique Cardoso afirmou a Moro que a Fundação FHC, que criou depois que deixou o Palácio do Planalto, jamais recebeu dinheiro por fora. ‘Não, não, não, absolutamente impossível’, disse o tucano.

Moro pediu desculpas a FHC ao fazer uma indagação final. ‘Mas talvez tenha alguma relevância. Para manutenção do Instituto (Fundação FHC) são recebidas doações não registradas, por fora, contribuições escondidas?’

‘Não, não, não. Absolutamente impossível, absolutamente impossível’, respondeu FHC.

‘Eu, pessoalmente, não saberia dizer ao sr. quem deu quanto e quando’, seguiu FHC. ‘Está tudo registrado, tem publicação, Conselho Fiscal vai lá. Eles sabem mais, tem o conselho a quem prestamos contas. Nada, nada por fora, zero, não existe tal hipótese’.

O juiz quis saber, ainda, se a fonte de renda da Fundação IFHC tem lastro na Lei Rouanet – incentivos a empresas que oferecem patrocínios culturais.

‘Não, não, não, nem todas. O Instituto tem as seguintes fontes de renda: doações, continuam, tem gente que doa até hoje, patrocínios e, muitas vezes, tem busca de recursos através da Lei Rouanet para fins específicos’.

FHC afirmou que ‘nunca usou cartão corporativo, nunca usou uma passagem (aérea) com verba do Instituto para viagem’.

Ele disse que separa sua vida pessoal da profissional e institucional.

Enfim, arrebentou com Okamotto e Lula.

FHC ainda foi questionado por um dos advogados de Lula, Cristiano Zanin Martins. ‘O sr. presidente declarou que estas doações recebidas para constituição e manutenção do Instituto (IFHC) foram devidamente registradas? Foi isso que entendi, não é?’

‘Sim, foram registradas’, disse o ex-presidente.

O defensor de Lula perguntou a FHC sobre a delação do ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró (Internacional) segundo o qual o cartel e o esquema de propinas foi montado na estatal no período em que ele, Fernando Henrique, ocupava o Palácio do Planalto.

‘Não conheço esse senhor. Nunca ouvi falar dele a não ser agora, não tenho a menor ideia’, disse FHC.

‘O presidente da República não pode saber o que está ocorrendo no convívio das pessoas, é um procedimento incorreto de pessoas que deve ser combatido. Agora, nunca ouvi falar desse senhor a não ser mais recentemente por razões públicas. Não posso dizer nem que sim, nem que não. Se houve ou não houve, se houve tem que ser punido’.

FHC disse também que não conhece ninguém da OAS, que fez parte do grande cartel de propinas na Petrobras, segundo a Lava Jato.

‘’O sr. tomou conhecimento da existência desse suposto cartel enquanto era presidente?’, perguntou Zanin Martins.

“Não, não. Nunca chegou até mim. Eu nunca soube, eu não conheço as pessoas da OAS, nunca vi, não me lembro de ter visto. O que chegou ao meu conhecimento providências cabíveis foram tomadas em casos individuais. Eram alegações. Nunca houve afirmação efetiva de cartelização ou coisa que o valha. Pode ter havido, o presidente da República não sabe de tudo o que acontece. Pode ter havido, agora não teve a minha aprovação’.

da Redação

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