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O jornalismo covarde: Um crime gravíssimo foi cometido contra o ex-presidente

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“O jornalismo é, antes de tudo e sobretudo, a prática diária da inteligência e o exercício cotidiano do caráter”. (Cláudio Abramo).

“O Jornalismo Canalha” é o título de um livro escrito por José Arbex Jr. Nele o autor de tendência marxista faz uma análise das relações entre as corporações da mídia, o poder instituído e a capacidade de reação e resistência dos povos e analisa diversos acontecimentos e conflitos, entre eles a invasão do Iraque pelos Estados Unidos e Grã-Bretanha, em março de 2003.

Ele afirma que o conflito, qualificado como “Guerra” pela mídia, foi nada mais do que “um dramático exemplo do preconceito, parcialidade e mistificação com que os grandes veículos de Comunicação tratam os eventos da conjuntura mundial e nacional”.    

Em entrevista a Marcelo Salles do site “Controvérsia”, ele reafirma suas ideias sobre a mídia atual:

- "Vi a cobertura da Guerra do Golfo - eu era editor da Folha - e eu vi o absurdo que era os caras cobrirem a guerra e dizerem que não tinha nenhum morto - quando hoje se sabe que morreram pelo menos 150 mil. E aí eu fiz para mim mesmo duas perguntas: Primeiro, como eles fazem para falsificar a cobertura inteira de uma guerra? E segundo, como eles fazem para que o povo acredite na cobertura falsificada - que é a parte mais importante. Quer dizer, é relativamente fácil explicar a cobertura. O que é difícil é explicar como alguém acredita que se bombardeiam, por 40 dias seguidos, 4,8 milhões de habitantes e ninguém morre. Isso tinha que ser explicado. Eu comecei a perceber que a mídia fazia cada vez mais parte da estrutura do poder. A mídia era o poder. Não o quarto poder. Ela é o poder”.

José Arbex Jr. ainda está vivo. Publicava a falida revista esquerdista “Caros Amigos”. Em seu livro e em sua critica, Arbex nunca fala que Saddam era um Ditador sanguinário que oprimia o povo do Iraque. Simplesmente porque Saddam Hussein enchia os cofres dos esquerdistas e isso para os que têm apenas um lado, é válido. Hoje, as esquerdas, mais uma vez tomaram o poder no Brasil. Não há uma única palavra de José Arbex Jr. sobre o “Consórcio de Imprensa”, sobre o poder da mídia nas mãos dos petistas/comunas/socialistas.

E a “grande mídia” que atualmente funciona como serviçal dos “extraordinários” no Brasil mostrou seu poder neste mês de julho de 2023. Mostrou toda canalhice de que é capaz. Do nada, jornais, televisões, rádios, blogs, saíram com estas manchetes:

- “Depósitos em Pix para Bolsonaro: o que sabemos e o que o ex-presidente fala sobre os R$ 17 milhões arrecadados”. (CNN Brasil).
- “R$ 17 mi em Pix: deputada pede que MPF investigue Bolsonaro por estelionato”. (UOL, em São Paulo).
- “Pix de Jair Bolsonaro: o que se sabe sobre as doações recebidas pelo ex-presidente”. (Estadão).
- “Bolsonaro recebeu R$ 17,2 milhões por Pix de janeiro a julho deste ano, indica Coaf”. (O Globo).
- “Bolsonaro recebeu neste ano R$ 17 milhões em Pix, de acordo com relatório”. (TV Globo e G1).

Dados pessoais de Bolsonaro foram vazados.

Um crime gravíssimo foi cometido contra o ex-presidente.

Ninguém da mídia canalha estava interessado no crime perpetrado contra Bolsonaro. Estavam interessados em escândalo, alvoroço, alarido. Em desonrar reputações. Ninguém se preocupou em investigar o crime: nem a policia federal, nem ABIN , nem Supremo, nem Congresso, nem OAB, nem polícia civil.

A canalhice só parou quando o advogado e ex-ministro do Tribunal Superior Eleitoral Admar Gonzaga afirmou em entrevista ao Estadão (sábado, 29), que ajudou, doou e fez Pix para Bolsonaro junto com milhares de brasileiros e que não está “preocupado” se o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) vai usar parte da vaquinha de R$ 17,1 milhões recebidos por Pix para pagar multas com o Estado de São Paulo. Disse ele, dando uma lição em todos os jornalistas:

- “Em primeiro lugar, a minha surpresa e indignação é com a quebra de sigilo. Isso é uma coisa que a gente pensou que já tinha ultrapassado no Estado Democrático de Direito e que vem sendo reforçado, que tem a necessidade de um retorno da Democracia pela imprensa. Mas a gente vê que a própria imprensa não está em absoluto dando relevo a essa absurda quebra de sigilo. Meu nome citado num depósito, como eu faria para qualquer pessoa que eu tenha admiração, qualquer amigo e que tivesse necessidade. Aliás, já fiz isso algumas vezes na minha vida e para pessoas que não têm nenhuma notoriedade”.

O “Consórcio de Imprensa” que atua no Brasil queria presentear o público, brindar a nação que elegeu os petistas/comunistas/socialista, com mais um “escândalo” de Bolsonaro. Tudo nesse assunto é válido: “grampos, invasões de dispositivos eletrônicos de comunicação individual e privada, tráfico de influências, relação promíscua com fontes qualificadas e desqualificadas de informação, geralmente anônimas, pagamento pelo acesso a dados, espionagem em altos e baixos escalões”.

Servido o prato de escândalo e consumido, ao final, não se sabe exatamente quem é o criminoso. Se é a imprensa ou aquele que a imprensa denuncia.

No caso do Pix e dados sigilosos de Bolsonaro, há duplo crime: da imprensa que publicou dados particulares sem nenhuma autorização e de agentes do governo que possuíam os dados pessoais do ex-presidente, e vazaram, ilegalmente para a imprensa.

Toda irresponsabilidade da imprensa brasileira foi exposta neste caso: falta de cuidado com assuntos delicados, investigação competente, “apurações rasas, sem consistência, baseadas com frequência em fonte única, sem busca de confirmação das informações obtidas, sem contextualização, resultando em um trabalho por vezes preguiçoso e sem o senso de comprometimento do jornalista profissional para com a sociedade”.

Assim, até hoje ninguém sabe quem vazou os dados sigilosos de Bolsonaro e todas as informações estavam nas mãos das autoridades petistas.

- "A ampla publicização nos veículos de imprensa de tais informações consiste em insólita, inaceitável e criminosa violação de sigilo bancário, espécie, da qual é gênero, o direito à intimidade, protegido pela Constituição Federal no capítulo das garantias individuais do cidadão", afirmaram os advogados Paulo Amador da Cunha Bueno, Daniel Bettamio Tesser e Fabio Wajngarten.

A poderosa mídia, aquela que vende ideologias, investiga apenas os crimes que interessam aos donos do poder, publica fatos não comprovados, passa meses falando de um golpe de estado sem armas, tanques, soldados, chama velhinhas com Bíblias nas mãos de golpistas, transforma pessoas que não aceitam o comunismo em terroristas, essa poderosa mídia agora está nas mãos dos “comunas”.

E todos os que não comungam dos ideais do atual governo estão sujeitos a sua sanha.

Não sei se o socialista/comuna Arbex denunciou alguma vez em sua vida a mídia soviética, cubana ou venezuelana e seus jornais de linha única. Sei apenas que o jornalismo precisa ser renovado. E ninguém me venha com essa historia de que “há uma disseminação de “fake news” em todo mundo”. Isso sempre existiu. Nunca foi novidade.

Novidade é a falta de conhecimentos técnicos, visão de mundo e a importância das palavras verdadeiras em uma sociedade abarrotada por informações de todos os tipos.

Novidade é a falta de ética e a publicação de notícias falsas por órgãos jornalísticos que até outro dia eram tidos como respeitáveis. Noticias que geram instabilidades, confundem a sociedade e solapam de vez a confiança em qualquer tipo de jornalismo.

Basta ver a afirmação de William Bonner, apresentador do Jornal Nacional, em entrevista no dia 22 de agosto de 2022, quinta-feira, com o candidato a presidente, Luiz Inácio Lula da Silva (PT):

- “O Supremo Tribunal Federal deu razão, considerou o então juiz Sérgio Moro parcial, anulou a condenação do caso do tríplex e anulou também outras ações por ter considerado a vara de Curitiba, incompetente. Portanto, o senhor não deve nada à Justiça”, disse Bonner.

Claro! Cristalino! Agora o candidato sujo ficou limpo! Limpinho! E Bonner entrevista, depois da afirmação que ele mesmo fez, não um sujeito que junto com seu partido e asseclas cometeu o maior assalto do mundo já praticado contra uma nação na face da terra, mas uma espécie de vítima. Um candidato lavado com sabão Omo! Livre de qualquer sujeira!

Notem que a afirmativa inicial de Bonner, invalida qualquer outro argumento. Isto é, qualquer acusação que surgisse contra Lula durante a entrevista seria rebatida pela afirmação de Bonner:

- “Portanto, o senhor não deve nada à Justiça”!

No texto “A morte do jornalismo”, publicado pelo professor João Somma Neto, no site objETHOSs, ele afirma:

- “Ao refletir, com o intuito de avaliar criticamente, como está sendo exercido o ofício jornalístico, sobretudo em nosso país, chega-se à lamentável conclusão de que o jornalismo propriamente dito está morto. Foi assassinado por aqueles que deveriam zelar por sua vida, pelos profissionais dos veículos tradicionais, pelos que atuam alternativa e virtualmente com seus sites, blogs, fanpages, canais audiovisuais ou com que instrumento tecnológico e mais ainda pelas grandes empresas de comunicação”.

Tudo isso é deplorável, mas lamentável mesmo é ver Bonner aparecer todas as noites no Jornal Nacional, talvez envergonhado, ou talvez orgulhoso da patifaria jornalística que cometeu. O fato é que deixou a barba crescer para esconder o rosto cínico e ficar parecido com seu mestre Lula.

Foto de Carlos Sampaio

Carlos Sampaio

Professor. Pós-graduação em “Língua Portuguesa com Ênfase em Produção Textual”. Universidade Federal do Amazonas (UFAM)

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