desktop_cabecalho

A manobra que viabilizou a queda do hacker e onde deve ser mantido o foco após tantas narrativas fracassadas

Ler na área do assinante

Quem ficou preocupado com a primeira parte da CPMI ontem, onde Delgatti valida a intenção de vincular Bolsonaro aos ataques do dia oito, não leu meu último texto.

Uma instrução clara da defesa governista orientou o advogado do Hacker para que respondesse tudo no primeiro bloco e negasse tudo no segundo. Era para ter dado certo, mas quando a oposição descobriu a ordem de perguntas, manobrou para que Sérgio Moro respondesse a última parte, convencendo um parlamentar de Centro a abrir mão da sua vez.

Moro descaracterizou o personagem de herói rebelde que a esquerda queria levantar, e pegou Delgatti de calça curta, por ter sido orientado a responder todos os parlamentares do primeiro bloco.

Os vídeos da segunda parte, onde ele cala, e os depoimentos de Flávio e André mostram contradições nos depoimentos dados a polícia federal,  enterram o depoimento do Hacker. Tanto que a Polícia Federal foi obrigada a chamar o Hacker de novo para comparar as declarações. Mostrar o advogado do depoente vendendo livros para o Lula no intuito de pagar o Hacker, foi tão vergonhoso que a esquerda decidiu mudar a estratégia e focar na possível delação de Cid que entregaria Bolsonaro. Delação essa que nunca vai existir.

Faltou a oposição completar o bolo com detalhes importantes no segundo bloco da CPMI, como o dinheiro pago a Chiclete, parceiro de Delgatti por um tal de Daniel Raw Sanches. Faltou também a exposição dos diálogos das interceptações do Supremo, como também questionamentos sobre o arquivamento do inquérito que ligava Palloci ao financiamento dos hackers. Um trabalho de pesquisa simples, que bateria ainda mais na base, e deixaria eles sem fôlego para qualquer outra alegação baseada em narrativa.

Esqueçam as preocupações sobre a as manchetes de prisão do presidente. O material exposto é muito frágil para especulação, e acho que nem Moraes prenderia Bolsonaro com tão pouca evidência.

Foco na queda da bolsa, na alta dos combustíveis, na omissão de Dias e nas dificuldades de Lula de governabilidade.

Dessa vez, as especulações caíram bem antes dos três dias.

Ler comentários e comentar