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Dezenas de presos pela onda de saques e roubos a lojas e supermercados na Argentina

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Dezenas de pessoas foram presas no país de “Los Hermanos” nas últimas horas por participarem dos roubos a lojas e supermercados.

É uma onda que levou alguns dias e noites tenebrosos, com vários ataques simultâneos.

Um governo de esquerda que fez o país despencar do céu ao caos desde que assumiu o poder, tem a cara de pau de qualificar os saqueadores de “incentivados” pelo vencedor das eleições primárias da Argentina, o “Bolsonaro de lá”, chamado Javier Milei.

Alberto Fernández disse ainda que esses detidos possuem uma “vocação natural para gerar conflitos”. O Lula de lá atua mais ou menos como o Lula daqui, mas ainda preserva seus dez dedos.

Depois que entre o fim de semana e segunda-feira foram registrados intensos saques a supermercados e outros comércios, principalmente nas províncias de Mendoza (oeste) e Córdoba (Centro), na madrugada de terça para quarta-feira os ataques se alastraram para outras províncias de Buenos Aires.

A ex-ministra de Segurança, Patricia Bullrich, que vem candidata por uma formação de oposição de centro-direita, chamada “Juntos pela Mudança”, não poderia perder a oportunidade e se manifestou nas suas redes sociais, chamando a atenção para a ausência do presidente e sua vice-presidente, Cristina Fernández, “ante uma situação trágica e de desordem. As pessoas estão sozinhas, não há ninguém que as protejam”. E finaliza em caixa alta: “SE NECESITA ORDEN”.

O governo de esquerda transveste um movimento orgânico de uma população sofrida, desempregada e vivendo uma inflação que já superou os 110%, numa manobra política incentivada pelo adversário de direita.

Qualquer semelhança que você encontre ao traçar paralelos com fatos passados no Brasil, não será mera coincidência. É assim que a esquerda atua – maquiavelicamente.

Uma posição mais enérgica foi difundida na última terça-feira pela Câmara Argentina de Comércio e Serviços (CAC), que condenou a onda de saques, qualificando tudo isso como “atos criminosos”.

“A delicada situação econômica e social que atravessa a Argentina, de modo algum justifica que se cometam atos criminosos, mais ainda quando a motivação de muitos deles não é a necessidade, mas a mera vocação para gerar temor e desordem”.

Ainda segundo expressou a CAC, a “Argentina não pode ser refém de pequenos grupos de delinquentes camuflados de pessoas comuns do povo, que pretendem violar a lei e provocar o caos”.

De todas as declarações e manifestações colhidas na mídia argentina, a mais transparente é a de Agustín Rossi, chefe de gabinete de um ministro e que também tem pretensões políticas nas próximas eleições, de outubro.

Em entrevista à Rádio La Red, Rossi disse: 

“Não vemos uma reação social, vemos fatos que merecem todo o peso da lei para serem julgados. Ainda que para o Governo esses fatos não sejam uma reação social e não tenham, em princípio, nenhuma conotação política, eles ocorreram em um contexto de crescente pobreza devido a aceleração da inflação e da tensão política gerada pelas primárias de 13 de agosto, com vistas as eleições presidenciais de outubro próximo”.

Num pequeno comércio, ter seu estoque saqueado por vândalos pode significar a economia e o trabalho de uma vida inteira descendo pelo ralo.

Não é o povo. É o lumpemproletariado argentino lesando quem produz riquezas e emprego, acabando com a galinha dos ovos de ouro – o empresário. 

Foto de Carlos Fernando Maggiolo

Carlos Fernando Maggiolo

Advogado criminalista e professor de Direito Penal. Crítico político e de segurança pública. Presidente da Associação dos Motociclistas do Estado do Rio de Janeiro – AMO-RJ. 

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