Marcelo Odebrecht expõe relação espúria entre ele, Lula, Dilma e o governo do PT

02/03/2017 às 05:07 Ler na área do assinante

Entre todos os delatores da Lava Jato, pela sua história, pelo poder que deteve, pela amplitude de suas ligações e pelo seu próprio comportamento após a prisão, Marcelo Odebrecht é o que mais merece credibilidade.

Sua delação passou por uma difícil e truncada negociação e, para que fosse efetivada, ele terá que permanecer na carceragem da Polícia Federal em Curitiba até o final deste ano.

Odebrecht foi ouvido nesta quarta-feira (1º) na quase inerte Justiça Eleitoral e detalhou sua relação promíscua com o PT.

O empresário explicitou sua relação com o alto escalão do governo – como o ex-ministro da Fazenda do governo Dilma Rousseff, com quem negociava repasses eleitorais.  

‘Eu não era o dono do governo, eu era o otário do governo. Eu era o bobo da corte do governo’, lamentou Odebrecht.

No depoimento prestado ao ministro Herman Benjamin, Marcelo Odebrecht confirmou o uso de dinheiro de caixa dois e que envolvia o pagamento de propina, condição essencial para que os empresários pudessem atuar.

Duas declarações do empresário são sintomáticas no sentido de apontar o estreitamento latente existente com o PT, Lula e Dilma. Ele disse que a Odebrecht 'detinha forte influência no governo, principalmente depois que o PT chegou ao Palácio do Planalto, em 2003 – ano em que Lula assumiu seu primeiro mandato'. E disse também que a Odebrecht 'auxiliou campanhas no exterior nas quais o partido de Lula e Dilma tinha interesse. Esses repasses ocorreram fora do País'.

Um outro detalhe importante e revelador, diz respeito a declaração de Marcelo de que, num encontro que teve com Dilma no México, disse a ela que os pagamentos feitos a Santana estavam 'contaminados', uma vez que as offshores utilizadas por empresários do grupo serviam para pagamento de propina. Dilma ignorou a informação.

O empreiteiro foi condenado a 19 anos e quatro meses de prisão por envolvimento no esquema de corrupção descoberto na Petrobras pela Lava Jato. Além disso, Marcelo Odebrecht responde a outras três ações penais oriundas da Operação Lava Jato, na Justiça Federal do Paraná.

da Redação

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