Suposta “assessoria de imprensa” do tráfico justifica morte de motorista em favela e causa revolta na web

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Um motorista de aplicativo de 34 anos de idade foi morto na madrugada do último sábado, 23, em Niterói, no Rio de Janeiro.

Ele foi identificado como Renan Martins Sodré e teria entrado por engano na comunidade do Complexo do Caramujo, controlada pelo tráfico de drogas.

O motorista teria sido abordado por traficantes, tentado dar ré ao vê-los, que atiraram.

O povo brasileiro parece ter acostumado com essas aberrações do cotidiano das grandes cidades. Uma notícia como essa já soa dentro da normalidade.

A assessoria de imprensa do tráfico soltou uma nota lamentando o ocorrido e lembrando a todos que para transitar no Complexo do Caramujo faz-se necessário observar certas regras.

Como que é?

Assessoria de imprensa do tráfico?

Essa é a pergunta que os senhores devem estar fazendo nesse exato momento. 

Ora, por que a surpresa?

Vocês já deveriam imaginar que no governo petralha, com um presidente “descondenado”, o crime organizado iria se institucionalizar.

Afinal de contas, para esse novo Brasil instituído pelo resultado das urnas, por trás de cada bandido existe um ser humano com dignidade, vítima da sociedade. No país do PT, ser bandido é uma profissão de respeito.

Há muito que o JCO vem noticiando a estratégia do golpe comunista do partido das trevas. Estão imitando o ocorrido na Venezuela em que abriram as portas dos presídios e soltaram boa parte da população carcerária, engessaram o trabalho policial, sucatearam as forças de segurança e empoderaram as organizações criminosas.

O resultado disso é que na Venezuela quem faz a segurança pública são os “colectivos”, que nada mais são do que as organizações criminosas locais. Não é à toa que a Venezuela apresenta a maior taxa de homicídio do mundo.

Estão repetindo essa receita do bolo no Brasil e parece que o plano vem avançando a passos largos.

Muito bem, a assessoria de imprensa do tribunal do tráfico do Complexo do Caramujo soltou a seguinte nota nos grupos de WhatsApp e nas redes sociais:

“Nós do Complexo do Caramujo, estamos extremamente entristecidos pelo fatídico acontecimento de hoje com o rapaz que estava trabalhando como motorista de aplicativo. Porém todos os lugares têm suas regras e suas leis, e nas comunidades do Rio de Janeiro, o que se determina para entrar é vidros abaixados, pisca alerta ligado e luz do salão acesa. Não sabemos quem está na maldade e quem está na pureza trabalhando ou o que esteja fazendo. Já tivemos inúmeros casos de perdermos amigos que estão no dia a dia por conta dessas situações de carro à paisana. Por esse motivo, determinamos as regras para que não aconteça o que infelizmente aconteceu hoje”.

Atenção você que é morador do Rio de Janeiro! Se for passar por aquelas bandas não esqueça de cumprir com as leis locais, sob pena de você e sua família serem sumariamente fuzilados – e ponto final.

Portanto, as leis do crime organizado já começaram a valer no Brasil!

Manda quem pode, obedece quem tem juízo.

Talvez o único ser humano que consiga entrar e sair dessa comunidade com vida, sem obedecer essa lei, seja o ministro da Justiça – afinal, o Flávio Dino é “o cara”.

Mas isso o brasileiro também já vê com naturalidade.

Essa onda de feminicídio, com crimes bárbaros e covardes ocorrendo diariamente, já não sensibiliza a massa. Essa enxurrada de golpes perpetrados através da internet também não. Tudo o que até pouco tempo era surreal, hoje foi banalizado!

É pior que isso: se no mesmo dia concorrerem dois fatos a serem noticiados – uma chacina na Baixada Fluminense e um artista flagrado nu caminhando no Leblon – o artista nu ganhará mais espaço na mídia.

Assim, com essa macabra cumplicidade da grande mídia, um grande projeto de perpetuação do poder vem sendo implantado.

O povo vê. O povo sabe.

Só que o povo não pode fazer nada, pois está com medo.

Todas as lideranças, todas as vozes contra a tirania, foram presas e algumas torturadas.

É assim que eles governam, impondo o terror, o medo.

Acabaram com a liberdade de expressão, impuseram a censura e perseguem os recalcitrantes.

Portanto, prezado leitor, se não houver uma reação popular uníssona pelo fim dessa ditadura imposta ao povo brasileiro, pode se preparar para se adequar à legislação local da região em que você vive.

Os criminosos em seus territórios, de forma organizada e com a devida publicidade, estabelecerão as leis da sua área.

O Brasil venezualizou de vez!

Lembra que na Venezuela está a maior taxa de homicídio do planeta? Lá, se o crime organizado cismar que a sua casa é bonita e resolverem se estabelecer na sua residência, você é obrigado a entregar as chaves, sob pena de ser fuzilado, em nome da lei local – assim como ocorreu com o motorista de aplicativo.

Mas ainda dá tempo de reverter esse quadro e parece que a população começa a reagir. Da passividade a população passou para a inquietude e agora chegou na indignação. Começam a organizar manifestações de cunho nacional, sem que haja lideranças para tal – ou seriam presas.

O caminho é esse!

Eles podem prender mil, dez mil, cem mil homens de bem, mas se todos gritarem, eles não poderão prender milhões.

Esse é um movimento orgânico e nacional.

Foto de Carlos Fernando Maggiolo

Carlos Fernando Maggiolo

Advogado criminalista e professor de Direito Penal. Crítico político e de segurança pública. Presidente da Associação dos Motociclistas do Estado do Rio de Janeiro – AMO-RJ. 

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