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Rosa Weber e a Síndrome de Estocolmo coletiva (veja o vídeo)

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“A esperança tem duas filhas lindas, a indignação e a coragem; a indignação nos ensina a não aceitar as coisas como estão; a coragem, a mudá-las.” (Santo Agostinho)
“Sou testemunha do apreço que os detentos e detentas [do 08/01/2023] têm por V. Exa., ministro Alexandre de Moraes” [Rosa Weber, em discurso de despedida da presidência do STF, a mais avacalhada corte (vá lá!) de justiça das nações ocidentais].

(Assista ao vídeo colocado ao final do texto e preste atenção, principalmente, ao que dizem os excelentes Sílvio Navarro e Rodrigo Constantino).

Não sei do leitor, mas esta foi, para mim, a maior expressão de cinismo e desfaçatez já produzida neste triste Brasil. E olha que temos por aqui, nesta terra de Cabral, aberrações humanas capazes das mais toscas mentiras, expressões de cinismo, inversão da verdade e desfaçatez. Basta citar alguns políticos do PT, PSOL e adjacências, capitaneados pelo pior de todos: Luiz Ignorácio Lula da Çilva.

Sempre considerei Rosa Weber uma pessoa medíocre, entre tantos do STF. Já em 03/11/2019 publiquei um artigo sobre ela – então inflada pela velha imprensa como uma ministra muito “coerente” - com o sugestivo título “A coerência na estupidez”, onde também me socorro da frase de Oscar Wilde, que diz:

“A coerência é a virtude dos imbecis.”

O link para aquele artigo de 03/11/2019 também é oferecido ao final do texto.

A mim parece que a ministra Rosa Weber quis dizer ao Brasil que:

1. Os presos tiveram uma visita de cortesia feita pelo seu desumano carrasco, Alexandre de Moraes;
2. Que as vítimas de Alexandre sofrem de Síndrome de Estocolmo coletiva.

Para quem não lembra, a Síndrome de Estocolmo é uma patologia psicológica.  Ela se evidencia quando uma pessoa desenvolve forte ligação emocional para com seu sequestrador ou agressor, e começa a ter sentimentos de simpatia, empatia ou até mesmo amor por aquela pessoa.

Pois não foi isso que esta ministra, nomeada por Dilma Rousseff, disse em verdade? Não falou que os presos de 08/01 - depois de enganados, pisoteados, humilhados, maltratados, desumanizados, injustiçados pelo Inquisidor Geral da República, o Tomás de Torquemada (1420-1498) brasileiro Alexandre de Moraes – adquiriram grande “apreço”, quiçá amor pelo seu tirânico algoz?

Não está aquela ministra ínfima do nosso ínfimo Supremo dizendo que aquelas pessoas sofridas desenvolveram “apreço” e admiração por quem lhes infligia tão bárbaros sofrimentos?

Como exprimir o nojo que esta narrada aberração me acomete? Este nojo, esta repugnância pelo que esta mulher narrou ultrapassa toda a escala capaz de expressão em palavras.

Já ouvi muitas barbaridades ao longo de minha vida mas, uma dessa envergadura, jamais. Foi necessário uma ministra do STF, nomeada por Dilma Rousseff, para atingir tal nível de desfaçatez e agressão aos cânones humanitários das civilizações. Sinto-me insultado em meus valores humanitários.

Para não dar chance à esquerdopatia nacional, devo acrescentar que sempre fui um condenador vigoroso de toda e qualquer baderna pública. Tenho ódio, repugnância e nojo (obrigado Ulysses Guimarães) de todo ‘black bloc’ e assemelhados. Mas BADERNEIRO deve ser julgado como BADERNEIRO e não por abolição violenta do Estado Democrático de Direito (EDD) e tentativa de golpe de Estado. Esses crimes só existem dentro da lustrosa (mas longe de ser ilustre) cabeça do nosso Torquemada e de seus pares naquela corte mínima de Justiça, o STF. Abolição violenta do EDD e tentativa de golpe sem organização militar de suporte?

Sem organização de caráter militar, sem armas, sem líder e sem cérebro?

Uma quimera, um devaneio alucinado, uma mentira que a lógica e os fatos rejeitam.

Uma vergonha histórica que haverá de ultrapassar nossas fronteiras, para o constrangimento das pessoas sérias e não destituídas de cérebro deste País. Mas não só isso: os baderneiros (e só eles!) devem ser julgados segundo o devido processo legal, em primeira instância judicial, garantido o duplo grau de jurisdição, como prega o jurista Guilherme de Sousa Nucci:

“Trata-se de garantia individual do duplo grau de jurisdição, prevista implicitamente na Constituição Federal, voltada a assegurar que as decisões proferidas pelos órgãos de PRIMEIRO GRAU do Poder Judiciário não sejam únicas, mas submetidas a um juízo de reavaliação por instância superior.”

Os baderneiros do 08/01 não têm prerrogativa de foro privilegiado. Julgá-los diretamente no STF (convertido em um vergonhoso Tribunal do Santo Ofício) é negar-lhes a garantia constitucional do duplo grau de jurisdição. Uma aberração jurídica! Uma crueldade! Deve ser denunciada em Cortes internacionais de Justiça. Por essas e outras coisas é que o STF é composto, hoje, das pessoas mais odiadas do Brasil. Parafraseando Winston Churchill:

“Nunca tantos odiaram tanto tão poucos”.

Eis o vídeo sobre a visita de Rosa Weber e Alexandre de Moraes aos presos de 08/01/2023:

Eis o link para o meu artigo sobre Rosa Weber, de 03/11/2019:

https://www.jornaldacidadeonline.com.br/noticias/17140/a-coerencia-na-estupidez

Foto de José J. de Espíndola

José J. de Espíndola

Engenheiro Mecânico pela UFRGS. Mestre em Ciências em Engenharia pela PUC-Rio. Doutor (Ph.D.) pelo Institute of Sound and Vibration Research (ISVR) da Universidade de Southampton, Inglaterra. Doutor Honoris Causa da UFPR. Membro Emérito do Comitê de Dinâmica da ABCM. Detentor do Prêmio Engenharia Mecânica Brasileira da ABCM. Detentor da Medalha de Reconhecimento da UFSC por Ação Pioneira na Construção da Pós-graduação. Detentor da Medalha João David Ferreira Lima, concedida pela Câmara Municipal de Florianópolis. Criador da área de Vibrações e Acústica do Programa de Pós-Graduação em engenharia Mecânica. Idealizador e criador do LVA, Laboratório de Vibrações e Acústica da UFSC. Professor Titular da UFSC, Departamento de Engenharia Mecânica, aposentado.

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