Porque, hoje, não me ufano de meu País

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Toda ditadura, toda autocracia é uma aberração política e uma afronta à dignidade humana.

Pelo menos é assim que pensam as pessoas dignas.

Aqui não interessa a cor ou a posição geométrica do regime; se fica na direita, ou na esquerda. Se bem que, devidamente analisadas todas as ditaduras são, essencialmente, de esquerda. Ou, pelo menos, os resultados, em termos de aviltamento da pessoa humana, são os mesmos.

Uma simples estatística, sobre trucidamento de pessoas sob regimes de força:

1. Comunismo: acima de 100 milhões de pessoas assassinadas no mundo. O campeão de mortes é o partido comunista chinês que, segundo declarou Lula recentemente, “tem uma forte relação com o PT”. Há um vídeo nas redes sociais sobre isto.

2. Nazismo: mais de onze milhões de vítimas fatais civis mais seis milhões de judeus assassinados em campos de extermínio. Este número (seis milhões) representa 2/3 da população judaica na Europa, antes da segunda guerra mundial. Coisa medonha!

3. Fascismo: matou cerca de um milhão de opositores políticos. Fascismo e nazismo são nomes distintos para a mesma ideia totalitária. Hitler se inspirou no fascismo para criar o nazismo e era um grande admirador de Mussolini. Tenho um artigo publicado sobre as semelhanças entre fascismo e nazismo.

4. Argentina: 8.961 mortos entre 1976 e 1983. Os relatos das mortes e desaparecimento são medonhos.

5. Cuba: cerca de 17.000 mortos por fuzilamento na era Fidel Castro, ditador que já foi beijado na face por Lula e chamado por este de “querido”, “irmão” e, claro, “cumpañero”.

6. Venezuela: Segundo a ONU (!!!) o Esquadrão de Morte de Maduro matou, só em 2018, 6.856 dissidentes políticos. Ah, sim, é bom lembrar, também Maduro tem sido agraciado com expressões tais como “irmão”, “cumpañero” e mimos outros de Lula. Até honras de chefe de Estado o carniceiro venezuelano já recebeu de Lula, para vergonha das nossas Forças Armadas e dos brasileiros.

7. Hamas: este grupo terrorista, que mantém a população palestina da Faixa de Gaza sob prisão coletiva e escudo humano para suas chantagens, só no ataque covarde a Israel, em 07/10, matou 1400 civis desarmados, entre homens, mulheres, crianças e bebês, estes preferentemente degolados.

Triste é ver-se confundir, propositalmente, Hamas com o povo palestino. Confundir-se algoz com vítima e ver simetria nas ações do Hamas e do Estado de Israel. Triste é ver-se uma “condenação” genérica pelo ataque covarde a civis em Israel e acusar, explicitamente, a legítima reação israelense de “genocídio”.

Quem fez esta monstruosidade?

O PT - em nota sobre a legítima reação de Israel contra o Hamas, sem citar o nome do Hamas, o agressor inicial. Foi o PT - partido de Lula que atualmente ocupa a “cena do crime”, isto é, o Palácio do Alvorada – quem emitiu esta desumana nota. E o chefão do PT, falando da “cena do crime” para onde retornou pelas mãos do STF/TSE, acaba de chamar (em 20/10) a justa e necessária retaliação de Israel de “insana”. Insano é quem faz declaração tão injusta e fora de propósito.  

Em suma, ditadura é sempre uma agressão à dignidade humana. Admirar ditaduras e ditadores, considera-los “irmãos” e “cumpañeros” é abominável e demonstra o sonho mais íntimo de um indivíduo potencialmente ditatorial, do mesmo calibre moral dos ditadores que tanto admira.

Eis porque, hoje, não me ufano de meu País.

Lamento, Afonso Celso (1860-1938). Em teu texto “Porque me ufano de meu País”, certamente não levaste em conta o estamento político que temos hoje; o pior, o mais medíocre e corrupto de todas as democracias ocidentais. Não levaste em conta (e certamente não imaginavas possível) a Suprema Corte de Justiça (?), nem o TSE que temos hoje, onde cabe até ministro reprovado em concurso para Juiz de Direito e ex-advogado do atual presidente da República. Não dá para ter orgulho de um País, Afonso Celso, governado por um ex-prisioneiro, ladrão provado em inquéritos regulares e ações judiciais precisas; semi-analfabeto e confesso amante de ditadores e ditaduras, que foi levado de volta à “cena do crime” pelo sistema STF/TSE.

Sinto muito, Afonso Celso.

Foto de José J. de Espíndola

José J. de Espíndola

Engenheiro Mecânico pela UFRGS. Mestre em Ciências em Engenharia pela PUC-Rio. Doutor (Ph.D.) pelo Institute of Sound and Vibration Research (ISVR) da Universidade de Southampton, Inglaterra. Doutor Honoris Causa da UFPR. Membro Emérito do Comitê de Dinâmica da ABCM. Detentor do Prêmio Engenharia Mecânica Brasileira da ABCM. Detentor da Medalha de Reconhecimento da UFSC por Ação Pioneira na Construção da Pós-graduação. Detentor da Medalha João David Ferreira Lima, concedida pela Câmara Municipal de Florianópolis. Criador da área de Vibrações e Acústica do Programa de Pós-Graduação em engenharia Mecânica. Idealizador e criador do LVA, Laboratório de Vibrações e Acústica da UFSC. Professor Titular da UFSC, Departamento de Engenharia Mecânica, aposentado.

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