O altruísmo brasileiro está superando obstáculos políticos

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Enquanto a politicagem pode ser compreendida às razões do egoísmo e da ganância, a sua forma antônima vem saltando aos olhos pela força das características humanitárias que o brasileiro tem de sobra. Do altruísmo mais singelo às formas mais significativas da filantropia, o brasileiro, com toda personalidade humanística apurada nos comove com exemplos. E tudo isso pode ser resumido por duas expressões: persistência e empatia.

Frente a tragédias perversas da sociedade, seja no âmbito de causas naturais ou de animalescas governanças produzidas por este egoísmo e ganância, o brasileiro é sempre, e sempre será, solidário.

Historicamente, o cidadão brasileiro é ponto de apoio comum para patrocinar ajuda aos irmãos, seja onde estiver e a extensão das dificuldades. Seja pelo frio, pelas enchentes, por acidentes ou qualquer outro motivo, o brasileiro acode outro brasileiro. Podemos enfileirar vários momentos destes, mas para apurar esse sentimento, que opõem o poder público e a disponibilidade fraternal do brasileiro, podemos balizar o que aconteceu em Mariana (2015) e em Brumadinho (2019).

Nas esferas de governos e instituições públicas, os flagelados são jogados de um lado para o outro como bolas de gude em terreno acidentado. Não fosse a solidariedade, muitas vítimas que sobreviveram teriam sido desumanizadas fragorosamente. Recentemente, isso pode ser observado como nas enchentes acontecidas no sul do país, mais especificamente no Rio Grande do Sul. Antes que o poder público se empoleirasse nos problemas, cada qual tirando proveito político da tragédia, a própria sociedade civil organizada abarrotava os galpões de apoio com alimentação, vestuário e outros itens. A dificuldade passava a ser como trabalhar a logística e administrar tantas eram as “solidariedades”.

Essa solidariedade não fica restrita à situação de vulnerabilidades sociais. Há ainda os vulneráveis políticos. Haja vista os abalos emocionais sistêmicos causados pela política, como as vítimas do 8 de janeiro e daqueles que se posicionam contra o processo em curso no país, a sociedade se mobiliza à sua maneira para apoiar, enfrentar e conter o que vem acontecendo no Brasil. Uma grande parcela da sociedade consciente se mobiliza a favor de todos eles.

Nas questões sociais mais domésticas, digamos assim, o governo se importa com aqueles de situação de rua, por exemplo, mas de uma forma traiçoeira para a condição humana. Quem não se lembra, por exemplo, quando da visita do Papa João Paulo II em Belo Horizonte, na década de 1980, e os governantes da capital mineira e do estado trataram de “maquiar” a cidade recolhendo a abrigos e outros pontos de hospedaria, os mendigos e afins das ruas? Um verdadeiro tratamento estético para dar ares falseados ao visitante ilustre.

Por outro lado, como em todo o país, a sociedade se une e age de forma diferente. Quero neste pequeno latifúndio de leitura, apresentar um destes modelos. Mas há de se ressaltar que a iniciativa uniu dois projetos de alcances diferentes, mas comum aos mais vulneráveis da sociedade. Seus protagonistas, Diego Albs, empresário e diretor da ACURA Brasil (Associação Brasil pela Cura), que tem à frente da presidência a Dra. Claudia Solmucci e como coordenadora a empresária Bruna Albs na causa alimentar com o projeto Todos por BH."

De forma singular, o projeto Todos por BH, nasceu em plena pandemia (2020), e com todas as dificuldades impostas, para variar, por um dos poderes que associado a grupos políticos opositores ao governo da época (que pensava diferente), não se acovardou, arregaçou as mangas e prontificou-se nas ruas para distribuir alimentação àqueles em situação de rua.

Com apoio de amigos próximos, o projeto ganhou corpo, reconhecimento e muitos voluntários. Não bastasse as dificuldades inerentes aos objetivos do projeto, em conversa com Diego, foi relatado uma situação que causa revolta, que nos remete a capacidade sombria nas respostas das “autoridades”. À medida que há a necessidade de parar o veículo para distribuição da alimentação, em horário que não há movimento de tráfego, não é que vem o departamento de trânsito da cidade e aplica multas por “estacionar” em via pública?  Mas o projeto atravessa mais essa rua... em frente!

E é para essa digna parceria, Todos por BH e ACURA, que eu dedico esta matéria.

Para quem quiser conhecer, acompanhar, e puder participar, divulgo os canais deles, abaixo, além da matéria publicada pelo Conexão Minas do jornalista José Aparecido, que contém mais detalhes do projeto.

Link do Todos por BH no whatsapp: Wpp: 31998780611 

https://instagram.com/todosporbhz?igshid=MzRlODBiNWFlZA

Site do ACURA Brasil - https://www.acurabrasil.org/

Conexão Minas - https://zeaparecido.com.br/blogueiros/projeto-todos-por-bh-solidariedade-e-voluntariado-no-centro-de...

Foto de Alexandre Siqueira

Alexandre Siqueira

Articulista

@ssicca no Twitter

Autor dos livros Perdeu, Mané! e Jornalismo: a um passo do abismo... da série Uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa!

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