Cleriston da Cunha, a primeira morte física devida à “Ditadura Judicial” brasileira (veja o vídeo)

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Aconteceu o inevitável: A primeira morte física, vítima da truculência do STF.

Falo “morte física” porque quero distingui-la da morte moral já imposta a tantas vítimas inocentes do arbítrio judicial desta vergonhosa corte, dita de Justiça, o STF.

A infâmia judicial já começa pelo julgamento de pessoas – sem prerrogativa de foro – pelo STF, o que acaba por lhes roubar um direito fundamental humano, o do DUPLO GRAU DE JURISDIÇÃO, garantido pela Constituição Federal e por acordos internacionais firmados pelo Estado brasileiro. Condenados no STF (um determinismo imoral!) aquelas vítimas não têm mais a quem recorrer; o Grande Inquisidor lhes confiscou, arbitrariamente, o direito ao duplo grau de jurisdição.

A infâmia judicial continua pela prisão ANTECIPADA, sem o devido processo legal e condenação. A Constituição Federal e o Código de Processo Penal estão sendo grosseiramente vilipendiados pela corte que só existe, segundo a própria Constituição, para defendê-los.

A primeira vítima fatal se chama Cleriston da Cunha, era vendedor e nunca teve passagem anterior pela polícia; era, portanto, cidadão de bem. Mas estava ANTECIPADAMENTE preso na Papuda, a mando de Alexandre de Moraes, em atentado à Constituição Federal que garante o status de inocente até o trânsito em julgado.

Clesão, como era conhecido Cleriston, nem sequer havia sido julgado e já estava preso por ANTECIPAÇÃO por ordem olímpica e arbitrária de Moraes.

Enquanto isso, a Dama do Tráfico, Luciane Barbosa Farias, mulher do chefe do Comando Vermelho no Amazonas, já condenada a dez anos em segunda instância, entra livre e imperturbada pela porta da Frente do Ministério da Justiça, é recebida no Ministério dos Direitos Humanos e Cidadania e (pasmem!) no Conselho Nacional de Justiça (CNJ), hoje presidido pelo ministro do STF, Luís Roberto Barroso, também conhecido como “perdeu, Mané” e militante confesso contra o bolsonarismo (ou seja militante pró-Lula).

Enquanto isso, a bandidagem CONDENADA na Lava-Jato (Zé Dirceu, Lula, Gerson Almada, Renato Duque, João Vacari Neto, Eduardo Cunha, ...) está toda solta e gozando as benesses dos roubos praticados contra os brasileiros.

Esta é a chamada justiça brasileira, uma árvore que dá frutos medonhos, fétidos e, como ensinou Mateus, não pode ser coisa que preste.

Clesão sofria de vasculite de múltiplos vasos e miosite secundária à Covid-19. Um atestado médico de FEVEREIRO deste ano informava que, sem tratamento adequado – que não lhe era dado na cadeia – corria risco de morte. Este atestado fora incluído no processo pelo advogado de Clesão, mas Moraes aparentemente o ignorou até o dia fatal.

De novo: esta é a justiça brasileira. E o senador Rodrigo Pacheco, presidente do Senado, parece continuar sua viagem a Marte e ignorar as barbaridades perpetradas pelo mais odiado indivíduo do Brasil, Alexandre de Moraes, até mesmo mais odiado do que os seus demais colegas do STF.

Vale a pena assistir ao vídeo em que o respeitado jornalista Augusto Nunes expõe sua versão do ‘J’accuse’, assumindo, bravamente, a posição que sempre foi de Émile Zola no momentoso caso Dreyfus.

Augusto Nunes: 'Morte de preso do 8 de janeiro é culpa do Estado brasileiro':

Foto de José J. de Espíndola

José J. de Espíndola

Engenheiro Mecânico pela UFRGS. Mestre em Ciências em Engenharia pela PUC-Rio. Doutor (Ph.D.) pelo Institute of Sound and Vibration Research (ISVR) da Universidade de Southampton, Inglaterra. Doutor Honoris Causa da UFPR. Membro Emérito do Comitê de Dinâmica da ABCM. Detentor do Prêmio Engenharia Mecânica Brasileira da ABCM. Detentor da Medalha de Reconhecimento da UFSC por Ação Pioneira na Construção da Pós-graduação. Detentor da Medalha João David Ferreira Lima, concedida pela Câmara Municipal de Florianópolis. Criador da área de Vibrações e Acústica do Programa de Pós-Graduação em engenharia Mecânica. Idealizador e criador do LVA, Laboratório de Vibrações e Acústica da UFSC. Professor Titular da UFSC, Departamento de Engenharia Mecânica, aposentado.

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