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Guido Mantega diz que agressões extrapolam o limite da convivência e o direito à liberdade

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O ex-ministro Guido Mantega, que ficou durante oito anos e oito meses a frente do Ministério da Fazenda, o mais longo período sem interrupções de um mesmo comandante, não obstante atualmente não mais fazer parte do governo, tem sentindo na carne o peso da impopularidade da presidente Dilma.

Justamente por estar fora do governo, Mantega tem tentado levar a vida de homem comum, mas, toda vez que é reconhecido, tem sido vítima da ira de populares.

Pelo menos três situações do ex-ministro sendo destratado e ofendido foram filmadas.

Extremamente enraivecido com a situação, em artigo publicado no jornal "Folha de São Paulo", Guido Mantega se defende e condena tais atitudes.

Sobre os protestos, Mantega assevera: "Manifestações e protestos são partes integrantes do regime democrático. O contraditório é sempre necessário e muito bem-vindo, estimula o debate e constitui um avanço para o país. A democracia criou mecanismos e instituições que permitem esse debate e garantem a pluralidade de ideias, um pilar que vem sendo erguido há 30 anos."

Na sequência chama de "atitudes autoritárias" as situações das quais foi vítima : "O Brasil, no entanto, parece caminhar em terreno perigoso. Há algo diferente no ar. Algo que ameaça essa pluralidade. Trata-se do fantasma do autoritarismo, raiz de golpes, que, infelizmente, se manifesta de forma corriqueira, sempre pronto a agir no dia a dia das pessoas.

Atitudes autoritárias podem ocorrer no trânsito, na porta de uma escola, num museu, num hospital ou num restaurante. Não é porque a democracia está consolidada que devemos descuidar dela. Nós, cidadãos, temos que regar essa planta frágil todos os dias – o que nem sempre tem acontecido."

Cita o caso da menina de 11 anos, que levou uma pedrada por intolerância religiosa: "No Rio, uma pedra foi atirada na cabeça de uma menina de apenas 11 anos por intolerância religiosa."

E depois o seu caso: "Eu mesmo, em episódios que nem de longe têm a mesma gravidade, tenho sido alvo de uma intolerância que extrapola o limite da convivência e o direito à liberdade."

E arremata dizendo que a principal vítima é a democracia: "Quem é a principal vítima? A menina? O ex-ministro? Não. A vítima é a democracia. Não podemos permitir que essa intolerância se instaure na sociedade brasileira, sob pena de estarmos nos descuidando do mais precioso dos bens."

Termina o artigo fazendo uma análise positiva de sua passagem pelo Ministério da Fazenda.

Será que ele tem razão?

              Assista os vídeos de agressões desferidas a Guido Mantega:

da Redação Ler comentários e comentar