
A verdadeira história do caso de racismo envolvendo Maju, a apresentadora do tempo do Jornal Nacional
06/07/2015 às 01:12 Ler na área do assinante
Os escândalos passaram a rondar o dia-a-dia dos brasileiros. Invariavelmente surgem novas denúncias, novas acusações e novos tumultos, sempre noticiados com extremo sensacionalismo pela imprensa e nas redes sociais. Porém, é preciso que as pessoas saibam, ou pelo menos tentem saber, discernir o que é bom, produtivo e bem intencionado, do que é lixo. E, infelizmente, muito do que é divulgado na imprensa e muito do que é postado nas redes sociais, não merece a mínima credibilidade, é puro lixo.
Na manhã de sexta-feira (3), a apresentadora Maria Júlia Coutinho foi alvo de uma série de comentários racistas, na página do Jornal Nacional no Facebook.
"Só foi ela chegar que o tempo ficou seco igualmente a um carvão em cinzas", "Ela já nasceu de luto", foram alguns dos absurdos escritos pelos seguidores da fanpage.
Na mesma sexta-feira, o apresentador do JN, durante a apresentação do programa, afirmou que a Rede Globo iria "tomar medidas cabíveis" contra internautas que fizeram os comentários racistas.
De fato, as medidas já estão sendo tomadas e os Ministérios Públicos do Rio de Janeiro e São Paulo instauraram inquéritos para apurar os crimes de injúria qualificada e racismo.
Eis que neste domingo (5), algum desavisado e mal intencionado, descobriu que o marido da apresentadora é funcionário de uma agência de publicidade denominada Pepper, "pimenta" em inglês.
Coincidentemente, uma outra agência, denominada Pepper interativa, com sede em Brasília - que não tem nada a ver com a "Pepper" (cuja sede é em São Paulo) da qual Agostinho Paulo Moura, o marido de "Maju", é funcionário - está sendo investigada pela Polícia Federal e teria prestado serviços a um partido político na última campanha eleitoral.
Mera coincidência, pois as empresas são totalmente distintas, com diferentes sócios, sedes e razões sociais, sendo que uma funciona em Brasília e a outra em São Paulo.
Mesmo assim, a maldade apareceu e foram postados lamentáveis comentários e boatos de que o marido da apresentadora estaria ligado a uma empresa investigada por corrupção na Operação Lava-Jato, fazendo ilações despropositadas e até raivosas de que o episódio de racismo teria sido "fabricado" com o objetivo de desviar o foco, utilizando o crime perpetrado, a favor de objetivos políticos.
O jornalismo que o Jornal da Cidade Online busca fazer é imparcial e sem cores partidárias. Não podemos permitir que insinuações maldosas e mentirosas tentem desqualificar o crime de racismo.
Que tudo seja apurado com rigor e os responsáveis submetidos às penas da lei.


